Amor proibido

Capítulo 10

Gabriela

No final de semana eu cumpri meus planos, fui ao cinema, ao salão e as compras. Comprei todas as roupas, sapatos e uma bolsa nova, no cartão de crédito parcelado em mil vezes. Quando o Pedro me ofereceu um adiantamento, eu recusei, tinha acabado de ser contratada, como ia aceitar adiantamento? Então o jeito foi parcelar tudo.

Comprei calças, saias, blusas e vestidos socais. Sandálias sofisticadas, scarpins e uma bolsa preta chique para usar no trabalho. Daqui a algumas semanas precisaria comprar mais blusas, para não ficar revezando as mesmas, mas compraria pela internet com preços mais em conta afinal não haveria problema em esperar chegar as encomendas porque o que eu tinha comprado daria para montar looks por algum tempo.

Fiz uma faxina em casa, lanchei e sentei na sala onde fiquei assistindo Grey's Anatomy, pela vigésima vez, na verdade mais ouvindo do que assistindo, porque aproveitei para baixar alguns aplicativos das lojas que sou acostumada a comprar e já enchi minhas sacolas online de possíveis itens para comprar mais para frente.

Naquele dia a noite, eu estava deitada na cama pensando em como as coisas aconteceram rápido e de forma tão maravilhosa pra mim. Pedro era o mesmo cara que não segurou o elevador para mim. Quando o vi sentado na mesa da sua sala, ele estava tão lindo, tão confiante, com aqueles olhos acinzentados brilhando para mim, que sequer me lembrei da falta de sensibilidade por não ter me esperado.

Teve uma hora no sábado, que ele me pegou olhando para ele, eu disfarcei, mas a verdade é que eu estava babando nele. Sua pele branca, seu rosto perfeito, com maxilar definido, boca carnuda. Seu peitoral largo e seu corpo parece ser perfeitamente desenhado e musculoso, o que não dava para afirmar com clareza vez que ele estava de terno, mas imagino que seja uma delícia. E o que eu não pude deixar de reparar, foi na bunda grande e redonda. Eu sou louca por homens com bunda grande, e a dele eu sei que é perfeita.

Eu preciso desse emprego, então preciso começar a me controlar perto dele. Relação amorosa em ambiente de trabalho, não dá certo. Além do mais ele não parece afetado por mim, então o máximo que eu conseguiria, seria um coração partido e o desemprego. A partir de segunda, eu preciso blindar meu coração.

No domingo à noite a Renata me ligou passando as principais instruções sobre o trabalho, afinal eu chegaria uma hora antes do senhor Pedro. Eu disse a ela que sentia muito pelo que a mesma estava passando e agradeci imensamente pelas dicas. Após encerrar a ligação, já separei a minha roupa para amanhã, iria com uma saia preta, lápis, e uma blusa social preta com uma estampa sofisticada, do jeito que eu gostava, sem decotes à mostra.

Segunda-feira às 7h eu já estava na empresa e fui fazendo todas as coisas que estava numa lista que eu fiz com as instruções que Renata havia me passado. Logo que cheguei liguei o controle de luz central do andar, que já ficava programado, e todo o andar ganhou vida. Fui à minha sala, guardei minhas coisas, liguei o computador e já acessei a agenda online do meu chefe, que por enquanto só constava reunião a partir de 11h da manhã.

Caminhei até a sala do senhor Pedro para ligar o ar-condicionado, Renata me lembrou inúmeras vezes que era para colocar na temperatura de 18º. Verifiquei seu frigobar e constatei que haviam poucas garrafas de água, então fui a cozinha pegar mais e aproveitei para começar a preparar o café dele, que segundo as instruções da Renata, ele gostava forte e puro. Deixei o café passando e voltei ao escritório para abastecer o frigobar, após abastecê-lo, com cuidado de pôr as garrafas mais geladas na frente, peguei um dos copos de água, coloquei na mesa do senhor Pedro com um descanso de copo por baixo para não manchar sua mesa. Renata havia me dito que a primeira coisa que meu chefe fazia era pegar uma garrafa de água e colocar no copo, que ela sempre já deixava à sua vista.

Percebi que a senhora Marta já havia limpado todo o ambiente, mas vi um quadro torto e o ajeitei. Quando eu estava saindo do escritório para ir à cozinha verificar o café, o senhor Pedro estava saindo do elevador, antes do horário informado por ele. O cumprimentei e o informei que eu iria buscar o café dele.

Na cozinha parei para tomar fôlego, todo o exercício mental que fiz o final de semana inteiro para não deixar me atingir por ele, foi por água a baixo quando o vi. Ele estava mais lindo do que me lembrava. Estava de calça jeans escura com um corte perfeito, uma blusa social branca que deixava seu peitoral perfeitamente desenhado e estava com os cabelos molhados, o que me fez presumir que havia acabado de sair do banho. Fiquei alguns minutos o imaginando no banho, quando percebi por onde os meus pensamentos estavam, limpei minha mente e fui ao escritório levar seu café.

Bati na porta, ele autorizou minha entrada e fui até sua mesa levar o café, e percebi que ele já havia enchido o copo com água e bebido quase tudo, assim como Renata havia dito. Ele iniciou uma conversa:

- E aí Gabriela, como foi seu final de semana?

- Foi ótimo senhor, consegui fazer tudo que eu tinha planejado.

- Que bom. Renata me disse que te ligou para passar algumas instruções básicas...

- Sim senhor, tudo que fiz até agora foi instruído por ela.

- Ótimo. Vamos as partes mais burocráticas do trabalho e quando terminarmos vou pedir a um dos meus funcionários para te apresentar aos seus colegas.

- Perfeito senhor.

- Gabriela, quando estivermos só nós dois, não precisa me chamar de senhor.

- Entendido Pedro.

Sorrio para ele, que me olha sério. E percebo que ele está diferente de sábado, está mais calado, menos receptivo, será que já fiz algo que o ofendeu?

- Vamos começar com a agenda.

E durante as próximas horas, fazemos sua agenda do dia e acrescentando com antecedência alguns compromissos dos dias seguintes, inclusive um jantar pessoal no sábado a noite, onde me instruiu a fazer uma reserva para dois em um dos restaurantes mais chiques do nosso bairro. E sem querer, já fico um pouco enciumada, mas não deixo transparecer e faço o que me pede.

Ele pega o telefone central, digita um ramal e ouço dizer:

- Ricardo, venha a minha sala por favor.

Alguns minutos depois, ele bate na porta e entra. Ricardo é um homem deslumbrante. Será que aqui só trabalha homem bonito, meu Deus?! Ele é moreno, com cabelos pretos, estava de calça jeans, também, e uma blusa polo cinza. Meu Deus, que homem! Fico quieta observando tudo e percebo que Pedro está me encarando como se quisesse ver qual seria minha reação, como não digo nada, ele diz:

- Ricardo essa é a Gabriela falei no e-mail que enviei a todos vocês ontem à noite. Poderia apresenta-la aos colegas e mostrá-la o ambiente todo?

- Com muito prazer senhor.

Ricardo me olha e estende a mão para mim para me cumprimentar. Retribuo o cumprimento e ele me direciona para fora da sala.