Capítulo 27

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Gabriela

Respondo a mensagem do Alex:

"Você pode passar lá em casa hoje à noite?"

Ele responde imediatamente:

"Sim. As oito estarei lá."

Depois de me recompor na sala do Pedro, eu volto para minha sala e me envolvo no meu trabalho. Estou começando a resolver as coisas da festa de fim de ano da empresa, eu sempre vejo tudo com muita antecedência para buscar os melhores fornecedores a tempo, porque dezembro é um mês muito concorrido.

Quando dou por mim já está no meu horário de saída. Vou a sala do Pedro que acabou de sair de uma reunião com os diretores de uma grande empresa que se associará a nosso escritório em breve.

- E aí, fechou o contrato? – Pergunto.

- Sim. Precisamos sair para comemorar... Amanhã, já que vai se encontrar com seu noivo?

- Ex noivo. Eu vou ouvir o que ele tem para me dizer, mas, por enquanto, não tenho a menor intenção de voltar.

- Tudo bem, me liga depois que ele sair para contar.

- Claro. Tchau Pedro.

- Tchau Gabriela.

Pego minhas coisas e entro no elevador. Me lembrei agora de um dia que perguntei ao Pedro porque ele não me chama de Gabi, afinal é meu apelido e nos conhecemos a tempo o suficiente para termos intimidade para apelidos, apesar de eu nunca ter achado um apelido que faça jus a ele.

E ele me disse que acha que Gabi não faz jus a mim, que sou uma mulher completa para ele se referir a mim pela metade. Achei fofo. São nesses momentos que meu coração, vagabundo, ainda acelera por ele.

E mesmo agora, tendo terminado com o Alex, ele ainda é noivo de outra mulher, que nunca a vi, sendo meu eterno caso de amar alguém proibido para mim. E o que mais me magoa nisso tudo é que além de ser um amor proibido, é um amor não correspondido, porque ele nunca demonstrou nenhum sentimento a mais por mim, além de amizade, e apesar de ele ter retribuído ao beijo que dei nele, naquele fatídico dia, se ele já sentiu alguma coisa, alguma vez, soube disfarçar muito bem esses anos todos.

Chego em casa, tomo um banho, visto uma roupa confortável, como forçada um queijo quente, porque não estou com nenhum apetite depois que terminei com Alex e fico esperando por ele.

Ele chega às oito em ponto, e está visivelmente acabado, apesar de estar lindo e muito cheiroso, como sempre.

- Oi Gabi.

- Oi, entra.

Ele entra, tira a jaqueta de couro preta, ficando apenas como uma regata branca e calça jeans e se senta no sofá.

- Vou te explicar, sem rodeios o que eu quero te dizer, já passei dias ensaiando como te dizer, mas só dizer tudo de uma vez.

- Surpreenda-me.

- Antes de tudo, eu estou me sentindo um lixo por ver você nesse estado. Você sempre foi naturalmente linda, e está com olheiras profundas, provavelmente resultado de várias noites sem dormir, pelo que viu e está muito magra, então não está se alimentando direito, também. Dito, isso, a razão pela qual eu fiz o que fiz, me envergonha, mas eu precisei fazer. Você pode não aceitar meus motivos, ou achá-los repugnantes, mas eu fiz o que precisava ser feito. Eu lutei muito para entrar para fazer residência no Albert Einstein, e você sabe disso.

Amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora