Antonella estava há dias desde o primeiro jogo. Ainda se mantinha animada com o resultado e chateada por não ter jogado, mas, no fim das contas, motivada a ser melhor no próximo, e no próximo, e no próximo...
Até terem ganhado a porra da temporada inteira.
Nesse momento, estava jogada em sua cama pois o treinador Hayward dera uma folga pro time.
Seu quarto era bem aconchegante. Grande o bastante pra uma garota de 17 anos, porém rosa demais. Era uma coisa que ela queria mudar há bastante tempo. O quarto dos irmãos estivera vago desde alguns anos atrás, – quando saíram de casa – mas ela não desapegava do dela, já que fora sua própria mãe quem planejara o mesmo.
Sua mãe era arquiteta. Hoje, ela não faz ideia. Seu pai costuma dizer que a mulher sempre foi muito excêntrica, vivendo de momentos, a vida do agora. E quando achou alguém que propusesse, em sua mente revigorante, uma vida mais animada, largou a família pra trás sem pensar duas vezes.
Antonella só tinha dois anos.
Não se lembra muito da mãe. Mas, mesmo assim, tudo que consegue se recordar, guarda no coração com carinho. Como aquele quarto.
Ela só pretendia mudar as cores das paredes.
E por estar à toa naquele momento, decidiu procurar sobre a sua faculdade dos sonhos: Oxford.
Qualquer inglês queria estudar nessa universidade. E era o sonho de Nella desde criança: conseguir uma bolsa lá por meio do futebol. Sua mãe estudara lá, e seus irmãos também tentaram, porém não conseguiram.
Ela seria a que conseguiria. Nem que fosse preciso virar o mundo do avesso pra conquistar uma vaga. Ela faria.
Por isso, sempre estudava bastante, pelo menos na medida do possível. Não chegava ao nível de Riley, mas nunca ficara de recuperação em sua vida acadêmica inteira, por exemplo. Então achava que ia pelo caminho certo.
A menina também costumava "namorar" o campus pelo seu computador. Pesquisava preços de apartamentos em Londres, vagas de emprego, tipos de alojamento, localização e cursos disponíveis. Se sentia como se já estivesse prestes a se mudar pra lá de verdade. Por que ela ia, acreditava nisso fielmente.
Mas dessa vez, a pesquisa da Nella lhe deu um resultado maior...
Pesquisando sobre o histórico de Oxford, dos seus ex-alunos e professores, achou uma matéria no site muito interessante.
"A lenda dos 80"
Era um texto falando sobre uma mulher, antiga estudante da década de 80, quem foi a primeira presença feminina no time de primeira divisão da Universidade tão renomada.
Antonella viu sua boca formar um perfeito "O" de choque. Aquilo era fantástico! Que deslumbrante saber que essa mulher batalhou pelos mesmos sonhos dela e conseguiu alcançá-los. Isso só a motivava mais.
Porém, não haviam informações suficientes pra saber quem era a tal lenda. Não tinha foto, nem nome, nem endereço, nem curso, nem nada.
Seria preciso investigar bastante pra sequer ter uma pista dela.
Que bom então que Antonella Field não recusava desafios.
(...)
Depois de passar pela humilhação do século, todo o time estava com uma energia terrível.
Os treinos cada ves mais monótonos e longos. Vincent não aguentava mais.
Estava na terceira volta pela quadra e, sinceramente, queria se jogar de uma ponte. Nada dava certo, tudo estava uma bagunça e, não bastando isso, ainda tinha o treinador gritando sem parar em espanhol no seu ouvido.
O cara já estava no limite. Sua paciência não duraria muito.
— Vamos niños!! Vamos! Ahora que usted se gabaram e perderam, têm que trabalhar duro. Não estou nem aí se estão cansados. — grita ele acompanhado de seu apito. — Vincent, mais rápido, garoto! Não temos lesmas no time.
O menino corria, e corria o mais rápido que podia. Mas claro que não estava bom!
Pra piorar, ainda brigara com metade do seu time já no primeiro mês, por causa daquela insuportável da Antonella. Quando no treino seguinte ao jogo foi dar um sermão pro Troy por ter falado aquelas merdas, todos ficaram putos com ele, incluindo seus amigos, por não apoiar seu colega de time e preferir uma menina a eles.
Pelo amor de Deus! Ele não suportava aquela menina. Se gabando o tempo inteiro, sendo boa em tudo e ainda conseguir interferir na vida dela involuntariamente. E o pior, não saia de sua cabeça! Principalmente aqueles dias no bar, na esquina e no restaurante.
Mesmo assim, não era pela sua repulsa por ela que qualquer um poderia sair chamando-a de coisas terríveis. Era errado de toda maneira, sua mãe lhe ensinara o mínimo antes de morrer.
Então se aqueles caras não tinham uma educação básica de casa, eles que fossem se foder. Chantagem emocional com Vincent já era demais.
No fim das contas, tudo se acumulava dentro do garoto e ele estava a ponto de surtar... quando o apito do treinador soou indicando fim do treino.
Ele finalmente voltou a respirar bem.
— Voltem amanhã no mesmo horário. Vamos pegar mais pesado dessa vez, uma vez que enfrentaremos os garotos do Sheffield's novamente mais pra frente da temporada. Podem ir! — apita de novo.
Vinnie sai correndo do campo direto pra sua casa precisando descancar.
E nenhum dos seus amigos nem se despediram, ou sequer perceberam o temperamento dele.
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𝗘𝗡𝗘𝗠𝗜𝗘𝗦 𝗧𝗢 𝗣𝗟𝗔𝗬𝗘𝗥𝗦, ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ
Fanfiction༘₊· ͟͟͞͞꒰➳ 𝘂𝗺 𝙚𝙣𝙚𝙢𝙞𝙚𝙨 𝙩𝙤 𝙡𝙤𝙫𝙚𝙧𝙨 𝗮𝗿𝗿𝗮𝘀𝗮𝗱𝗼𝗿; ꒰🏹꒱ ᵕ̈ ━━ 𝗗𝗢𝗜𝗦 times de futebol americano de escolas rivais se enfrentam no jogo final da temporada. Vincent é um garoto mal-humorado que acabou de se mudar com sua avó de Se...