CAPÍTULO 09

1K 125 51
                                    

(🎶 Release - Pearl Jam)

(🎶 Release - Pearl Jam)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Tive insônia. Foi estranho porque apesar das noites ruins, fazia um bom tempo que não passava a noite toda acordada, mas foi o que aconteceu.

Eu ri, brinquei, fiz tudo para não pensar no meu pai, mas ele era o ponto principal nas nuances do meu cérebro. Mesmo as piadas de Luís, o tédio de Cecília e o empenho de Analu para nos fazer entender a ideia do cinema mudo de Charlie Chaplin, nada mudou isso. E foi nesse silêncio da madrugada, com uma mente inquieta, que uma ideia começou a crescer, tomar forma e ser aceita por mim, na manhã seguinte, exatamente depois que a minha mãe saiu pela porta às cinco e meia.

Peguei a mochila da escola, ajeitei a roupa e sai de qualquer jeito.

— Tramando alguma coisa, Nic?

Não antes de lidar com a minha prima.

Parei no corredor do quintal e virei de costas, me deparando com ela, trajada em um belo macacão laranja, tendo entre os dedos a xícara de porcelana branca. Deveria admitir, minha prima tinha um ótimo gosto para roupas e acessórios, que incluíam argolas de prata e anéis nos dedos anelar e indicador, que traziam suas unhas pintadas de vinho.

Arrumei a alça da mochila no ombro e contive qualquer palavreado nos lábios, para dar à ela um dos meus melhores sorrisos.

— Estou indo para a escola, Dandara. — informei a minha grande mentira daquela manhã.

Dandara, juntou as sobrancelhas bem feitas, verificando o relógio em seu pulso.

— A essa hora? — questionou, louca para saber mais.

— Pois é. — dei de ombros. — Estou me esforçando. — pisquei os olhinhos, tentando encerrar aquilo de uma vez.

Entretanto, Dandara me analisou por um momento e batucou as unhas na superfície de porcelana, pensando em alguma coisa e o que veio foi muito sem noção.

— Eu vou com você.

— O quê!?

O sorriso cínico se curvou em seus lábios.

— Algum problema, Nicole? — Deixou a xícara sobre o balcão dentro da cozinha, antes de cruzar os braços e dar a mim toda a atenção do tom castanho escuro dos seus olhos.

Com ela, ou eu era rápida, rasteira, ou era pega na minha mentira.

Fiz um estalo com a língua, desviando o olhar para o skate entre os dedos.

— Bom… — Levantei ele entre minhas mãos. — Eu já tenho um meio de transporte. — sorri — E nele só cabe uma pessoa. — emendei brincalhona.

Dandara fechou a cara e quis revidar, mas a presença da nossa avó, interrompeu suas palavras.

— Nicole! — Dona Clarice esgueirou seus olhos na porta.

⚢| Eternas Canções dos Anos 90Onde histórias criam vida. Descubra agora