CAPÍTULO 30

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A semana foi doida

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A semana foi doida. Acho que doida é pouco perante o atropelamento das horas e minutos ao longo dos dias.

Tirando toda a rotina chata de alguém que não pode sair pra nada, a ida da minha mãe no Pentágono na manhã de segunda, trouxe um 6,0, 7,0 e 7,5 dos meus testes, além das informações do diretor que me prenderia, no sentido figurado, na escola por cinco dias, assim que me livrasse do gesso.

Na terça, eu e Nalu só tivemos notícias de Cecília depois das cinco, quando ela chegou do seu "rolê" com Gustavo. Minha amiga falou tudo, desde o filme meia boca, até o quanto ele foi bacana e sobre como eles falaram do mundo todo enquanto comiam um belo hambúrguer.

Eu e Mabel só nos falamos pelo telefone e mesmo não querendo saber, entre os assuntos sobre Pietro, que parecia conquistar cada vez mais o coração do meu amigo, Luís, fez questão de me dar os informes do Colégio Pentágono naquela última semana de aulas, que girava ao redor das meninas. Parecia que as pessoas tinham um prazer idiota em se meter na vida alheia.

Mas o fato era que a banda não andava na melhor fase. Fiquei triste por aquilo, principalmente pela Mabel sempre se esquivar do assunto quando eu queria conversar sobre.

No Sábado, Nalu e Cecília, que ficou em casa naquele fim de semana, utilizaram a minha TV para assistir o concurso do Zeca. A galera havia se reunido na casa do Joca, mas como elu era ume amigue espetacular, palavras delu, Nalu preferiu ficar comigo.

Zeca acabou em segundo lugar, não era um prêmio em dinheiro, mas dava a ele uma bolsa em um cursinho de cinema que ficava em um dos prédios no Centro de Firmino. Foi um bom pódio.

No fim de semana, Nalu ficou em casa para resolver umas coisas com a mãe e Ceci ficou muito ocupada colorindo o quarto do bebê. Eu realmente quis estar colorindo o quarto de um bebê, naquela segunda semana sufocada pelo troço na perna, seria mil vezes melhor do que estudar coisas que a metade da escola não se interessava mais.

— E mais o que?

Juntei as sobrancelhas e apertei os olhos tentando lembrar do resto da tabela periódica.

— Polônio? — Abri um dos olhos, vendo o revirar daquelas íris azuis.

— Não, hélio — retrucou. — Você confundiu gases nobres com metais nobres.

Arfei, literalmente cansada da disciplina de química.

— A gente não pode esquecer isso não? — Vislumbrei o sorrisinho nos lábios de Mabel.

Naquela tarde preguiçosa de terça-feira, ela deixou sua avó, Dona Joaquina em seu belíssimo antiquário, para me ajudar a estudar química, a pior matéria teórica, depois de aritmética.

— Você disse que não conseguia entender isso, então não — Negou com a cabeça — A gente não pode esquecer isso.

Ela ficou folheando as páginas do livro entre suas pernas cruzadas e quis jogar aquele conteúdo pela janela.

⚢| Eternas Canções dos Anos 90Onde histórias criam vida. Descubra agora