CAPÍTULO 25

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(🎶 Ana Gabriela - Mais de Nós)

A única coisa que eu deveria fazer era apertar os botões do joypad para que o carinha na tela apertasse o gatilho que acabaria com o esquadrão dele

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A única coisa que eu deveria fazer era apertar os botões do joypad para que o carinha na tela apertasse o gatilho que acabaria com o esquadrão dele. O fato é que era algo muito simples e me sentia uma completa estúpida por não ser capaz de realizar tal proeza.

— Não, não, não...  Ah, merda! — Bati o controle nas coxas, ouvindo as risadas de Caio.

Meu primo resolveu me fazer uma visitinha naquela quinta-feira nublada. Caio levou dois controles joypad e o seu Playstation. De acordo com aqueles olhinhos castanhos claros, ele ficou preocupado com a minha queda e queria me fazer companhia, mas na real ele só estava ali para rir da minha cara, dar a notícia de que participaria do Campeonato no Rio em Novembro e claro, acabar comigo por sete vezes seguidas no vídeo game.

— Como é que pode isso? — questionei furiosa, enquanto era obrigada a lidar com suas gargalhadas ininterruptas. — Que merda, Caio!

Ele não parou de rir e em sua presença, desde a hora do almoço, a sala da havia se transformado em uma mistura de copos sujos, pratos vazios sobre a mesa de centro, papéis de bala, embalagens quase vazias de biscoitos, farelos espalhados em nossas camisetas e pura bagunça de quem estava preocupada demais em tentar ganhar do primo gamer.

— Não acredito nisso. — Neguei com a cabeça. — Vamos de novo. — Ajeitei os braços nos joelhos, me preparando para uma próxima partida. — Bora Caio! — berrei empurrando seu ombro.

— Não, não… — Ele ainda tentava se recompor.

Respirou fundo e riu por um momento, antes de me encarar com aquele ar zueiro.

— Você realmente quer perder pra mim — Apontou para si mesmo. — De novo?

Fechei a cara.

— Não! — afirmei. — Eu quero jogar de novo e ganhar de você. — Franzi o cenho tentando demonstrar superioridade.

Caio virou a cabeça de ladinho, contendo um sorrisinho estúpido.

— Você vai ficar rindo da minha cara, ou vai jogar?

— Ok — Negou com a cabeça, dando atenção à televisão na nossa frente.

Pressionei os lábios, na tentativa vã de focar naqueles gráficos e instruções que apareciam enquanto a musiquinha de ação do jogo tomava conta do nosso silêncio. Mas na moral, eu era um desastre naquilo.

— O tio Renato disse que talvez venha aqui amanhã.

— Uhum — murmurei guiando o meu personagem pelo lugar grotesco e completamente sem sentido.

— Ele queria vir hoje, mas teve que fazer um bico e tals.

— É isso! — gritei quando atirei no cara que era o seu apoio.

⚢| Eternas Canções dos Anos 90Onde histórias criam vida. Descubra agora