CAPÍTULO 29

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Ficar acordada a noite toda pela primeira vez não foi algo angustiante

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Ficar acordada a noite toda pela primeira vez não foi algo angustiante. Eu e Mabel passamos quase a madrugada toda conversando sobre o tudo e o nada. Naquela penumbra a gente se olhou pertinho, deixou as digitais uma na outra e fizemos da nossa presença o melhor aconchego que poderia existir. Ela me fez ouvir o primeiro álbum de Radiohead, intitulado Pablo Honey, salvo na sua playlist e voltou a reafirmar que nada substituiria o som de um vinil.

Fiquei sabendo que adorava filmes de drama e aqueles que traziam algum discurso filosófico ou poético sobre algo. Compartilhei com ela o gosto por batata palha, brownie de ninho e pipoca. Mabel disse que não sabia ver série, mas fazia questão de se esforçar por um Dorama. A gente falou da possível chuva no dia seguinte, falamos das férias, reclamei das provas e a gente acabou ficando só em silêncio, ouvindo aquela banda de 1900 e bolinha.

Eram doze músicas e Mabel cantou para mim todas elas.

Porra, eu amava ela. Não nesse sentido clichê, mas de amar estar perto, amar jogar conversa fora, falar sobre as estrelas lá longe e sobre o que estava tão perto. Amava nossos silêncios olhar ela nos olhos e o fato de não precisarmos de muito para ser tudo.

— Ei! — Nalu estalou os dedos na frente do meu rosto e revirei os olhos. — Fala de novo.

— Falar o que?

Não consegui conter o riso.

Na verdade, as três pessoas mais importantes da minha vida, ouviram eu falar tudo, quase tudo, o que rolou na noite anterior, mesmo assim es três permaneceram me olhando como se fosse inacreditável demais.

— Pera, só para eu entender. — Luís ficou de pé, gesticulando enquanto caminhava de um lado para o outro.

Um pouco dramático demais, mas deixei ele fazer o que queria fazer.

— Mabel, a guitarrista, nossa colega de sala, sua ficante — suspirei. — Passou a noite aqui — parou gesticulando para o meu quarto. — Nessa cama. — indicou o espaço onde eu estava sentada entre Nalu e Cecília.

O perfume dela no travesseiro era delicioso.

— É. — afirmei o óbvio.

— E você fala assim?

Encontrei as íris acastanhadas de Cecília achando graça da reação des três.

— Por que esse show todo?

Es três trocaram olhares chocades.

— A gente sabe que na Mabelândia é tudo mais legal, só que você, querida, tem três amigues aqui sedentes por informações. — Analu franziu o cenho, convicte de suas palavras.

— Ok.

Luís reocupou a cadeira da escrivaninha, cruzando os braços e as pernas.

— O que vocês querem saber?

⚢| Eternas Canções dos Anos 90Onde histórias criam vida. Descubra agora