EPÍLOGO

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( 🎶 Radiohead - Creep)

Eu não tocava guitarra, era péssima cantando, mas ver de longe a Mabel no palco me deixava tão nervosa como se eu estivesse lá

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Eu não tocava guitarra, era péssima cantando, mas ver de longe a Mabel no palco me deixava tão nervosa como se eu estivesse lá.

Quando meu pai olhou nos olhos da Mabel e sorriu para nós duas quando saboreamos um belo banquete no Beto, Renato parecia muito feliz. Meu pai entrou em um papo todo doido sobre o rock dos anos 90 e quanto mais Mabel falava como se tivessem sido feitas ontem, tive cada vez mais certeza do que ela falou.

- É literalmente uma posição que cai bem nela.

Sorri das palavras de Nalu, ao meu lado, contemplando Mabel de pé com a guitarra atravessada a tiracolo. Camille não estava mais na banda, foram semanas de conversa, para terminar do mesmo jeito.

Quando voltamos para a escola não foi necessário falar nada para todo mundo saber o que estava rolando, principalmente com Mabel mais próxima de mim e do Luís, apesar de não se afastar dos amigos. Se houve cochichos? Com certeza. Se houve aqueles olhares atravessados? Queria que não, mas sim. Entretanto, aquilo era 1% dos 99% da galera que ficava feliz pela gente.

- Aqui, toma!

Luís tirou as embalagens da mochila e foi distribuindo os brownies entre mim, Ceci e Analu.

- A gente devia ir lá pra frente.

Ceci sugeriu, mas apenas deleitei o gosto bom do brownie no céu da boca. A gente não estava tão longe, mas também não tão perto, era o lugar perfeito para vislumbrar a galera da cidade de pé ou acomodados em toda a extensão da grama verde daquela praça, e trocar olhares com Mabel.

Ela estava nervosa, eu sabia disso, principalmente durante a passagem de som pela manhã. Porém isso não era nada quando a paleta corria pelas cordas da guitarra e sua voz ecoava do microfone.

- Aqui está perfeito. - Troquei olhares com minhes amigues, vendo aqueles pares de íris castanhas e o céu acinzentado de Nalu.

O brownie da Dona Valéria continuava uma delícia e nada poderia estar mais gostoso do que tudo por ali.

- E aí galera! - A voz de Mabel levou todos os olhares para a sua figura no palco. - A música que a gente vai tocar agora é autoral. - Houve assobios e palmas em alguns cantos. Ela sorriu - Espero que vocês gostem.

Uma bateria, um baixo e uma guitarra foram suficientes para transformar aqueles versos escritos por Mabel em uma música mais incrível do que já era.

Mastiguei o último pedaço do brownie, lidando com os gritos e assobios das pessoinhas ao meu lado.

Não consegui parar de sorrir, com elus e por Mabel. Aquela infinitude azulada sempre buscava pela minha tempestade castanha em meio às pessoas e quando revi Carina, dançando com sua namorada em algum ponto daquela multidão, tive certeza de que meus afetos estavam no lugar certo.

⚢| Eternas Canções dos Anos 90Onde histórias criam vida. Descubra agora