(🎵 O louco sempre tem razão - Walfredo em busca da Simbiose)
Eu não ouvia nada. O professor Gregório ficava falando, falando e falando, e só conseguia ouvir a voz de Walfredo gritando em meus ouvidos. Tinha ciência de que estava sendo uma péssima aluna, mas não era tão importante assim para mim.
Na verdade o Colégio Pentágono era composto por:
1.Alunos que teriam futuros brilhantes.
2.Alunos que ajudariam esses alunos em seus futuros brilhantes.
3.Alunos que seriam brilhantes por apenas existirem.
4.Alunos que realmente não queriam pensar nisso agora.Eu ocupava o último grupo, Mabel, com seu talento nato com a guitarra a tiracolo, ocuparia o terceiro. Já Luís, meu único amigo naquele paraíso/ inferno, com certeza estaria no primeiro grupo.
Minha cabeça escorreu da palma aberta e fui assim, lentamente escondendo o rosto entre os braços cruzados sobre o livro aberto em uma página qualquer. Detestava aritmética. Na minha antiga escola a gente tinha no máximo álgebra e geometria, sendo que já era difícil, mas aquelas fórmulas eram coisa de doido.
Não estava nos meus planos ser transferida, estudar distante de casa e praticamente obrigar Carolina a pagar mensalidade todo mês. Quer dizer, ela poderia ter me deixado em casa por seis meses já que faltavam vagas na escola pública, eu realmente não me preocupava com isso, mas era difícil demais para ela me ver em casa, sem ocupar a cabeça com coisa útil depois de tanta merda feita.
Acabei caindo de paraquedas em um dos colégios mais bem falados da região, com um público repleto de gente mesquinha, mas que escondia pérolas como o Luís.
O cutucão em minhas costelas, levou meu olhar cansado, para o black com mechas claras ao meu lado. Luís falou alguma coisa, mas não entendi e com a imensa intimidade que possuíamos, ele estendeu os dedos tirando o fone do meu ouvido.
— Só te perdôo se você tiver ouvindo Billie Eilish.
Abri um sorriso preguiçoso e ergui o tronco, observando dos fundos da sala, a movimentação de livros fechando, lápis sendo guardados e aquela agitação ocasionada pelo sinal do fim do tempo.
— Já acabou? — Segurei a parte de cima das tranças e enrolei em um coque, vendo a descrença estampada em seu rosto.
— Já! — se exaltou. — E achei um grande absurdo você nem ao menos se esforçar para entender isso!
Fechou o livro e sorri para a sua cara amarrada. Toda a extensão de sua pele negra clara, refletia aquele seu jeitinho marrento, mas detentor de um coração imenso.
— Seria perda de tempo de qualquer jeito. — pontuei sincera
— Nossa! Amarga ela.
Revirei os olhos perante as suas palavras, mas achei graça do seu tom.
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⚢| Eternas Canções dos Anos 90
Novela JuvenilNicole tem uma paixão e ela se chama Mabel Fernandez. A guitarrista da banda mais falada da cidade, despertou sentimentos no coração fatigado da skatista e agora, cheia de passado conturbado, Nicole criará coragem para se permitir amar quem te ama d...