Capítulo 38

395 74 20
                                    

Agora sei que não tenho mais você, mas quando irei superar e finalmente dar o meu adeus? É triste a despedida, até sinto que o adeus parece o fim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Agora sei que não tenho mais você, mas quando irei superar e finalmente dar o meu adeus? É triste a despedida, até sinto que o adeus parece o fim. Céus, preciso te esquecer Camélia e voltar a viver. Por isso, às vezes é melhor não mexer no que está quieto. Mesmo tentando te esquecer, manterei você para sempre no meu coração.

— Como assim já se passou uma semana que você sabe onde mora a sua família e você tem receio em ir até eles?

E mais uma vez nesse dia desde que contei a Alda sobre a minha família ela me faz a mesma pergunta. Bom, para falar a verdade não sei o que responder, projetei tanto encontrá-los que agora não sei se é a coisa certa a fazer. Ao mesmo tempo que penso que seria maravilhoso poder revê-los, fico com medo do que eles vão pensar quando descobrir que esse tempo todo poderia vê-los e não quis. E tem o lado deles, por que não vieram me procurar, será que não se importavam comigo?

São tantos fatores questionáveis que enchem a minha cabeça de perguntas sem resposta, e o pior não sei se em algum futuro distante poderei ou não me arrepender dessa decisão. Ainda pior, terminei por brigar com Alda por causa disso, sendo assim, ao menos algum proveito tenho que desfrutar, seja para a minha ruína ou eterna felicidade.

— Não é tão fácil como você pensa Nora, não posso simplesmente chegar e dizer: Oi! Sou a filha de vocês desaparecida. — Ironizei em sequidão.

Até porque, segundo as lembranças que estou tentando da minha irmã, pelos seus comentários, como posso dizer? Bom, a nossa mãe era... complicada. Em todos os sentidos. Ainda mais pela carta que encontrei que agora pode ser confirmada como sendo da minha mãe com meu pai em uma história questionável, que no momento não faço a mínima questão em querer desvendar. E realmente não sei se um dia farei. Tendo o acréscimo da lembrança desastrosa que tive do amor frustrado dos meus pais. Imagino o quão difícil foi para a minha mãe casar-se com um homem que ela nunca amou só para poder cuidar das filhas, já que os pais a tinham rejeitado e o seu grande amor havia morrido. Mesmo que meu pai de criação tenha cuidado muito bem de mim e das minhas irmãs, ainda gostaria de ter conhecido a pessoa que me originou a vida.

Suspiro extasiada, ao imaginar o romance desastroso que ela tivera, ter o seu amor a caminho de você e de repente acontece uma tragédia e ele morre no percurso. Sem falar dos dois filhos que eles tiveram, que agora seria de inteira responsabilidade da mãe. Em meio a esses delírios frustrantes da minha parte, uma cena bem usual da minha vida vem à mente.

— Mãe... a tia Solene, ou melhor dizendo, a dona mexeriqueira da rua disse que eu e nem Camélia somos filhas do papai. Isso é verdade? — perguntei evidenciando certa curiosidade pelo que a irmã da mamãe havia falado, ainda mais pela história que ela contara.

No mesmo instante meus olhos brilharam em agonia, encarando o rosto surpreso da mamãe, ao mesmo tempo que Camélia está ao meu lado segurando a minha mão.

— Boca de dragão. — Ao ver os nossos rostos confusos ela murmurou algumas palavras e depois diz. — Não se sintam especiais, vocês são as filhas do meu primeiro casamento. Mas não quero falar sobre isso, e espero que não me façam essa pergunta novamente, entendido? — Mirou diretamente com a sua costumeira carranca.

Ao Soar Das Doze BadaladasOnde histórias criam vida. Descubra agora