Capítulo 19

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E mais uma vez observei a mulher sair apressada do quarto após tentar me tranquilizar, porém, sei que esses lapsos na memória não significam boa coisa

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E mais uma vez observei a mulher sair apressada do quarto após tentar me tranquilizar, porém, sei que esses lapsos na memória não significam boa coisa.

Ainda me sentindo ressentida, forcei-me a me levantar. Ajeitei-me na cama para conseguir ficar sentada sem muita dificuldade. Não sei o motivo, mas para afazeres normais ou conversas, ao que parece minha memória não foi afetada. Contudo, em relação às memórias é como se nunca existissem. Assemelhando... como se eu fosse um bebê sem nenhuma experiência de vida. Na verdade, isso é muito confuso e me deixa um pouco desnorteada. Suspiro pesadamente não me encontrando em meio a esse alvoroço.

Pouco tempo depois, outros enfermeiros surgem com um pouco de comida e água. Ainda no quarto pequeno totalmente pintado de branco, sem nenhum adereço e nada que chamasse a atenção, com apenas uma cama e aparelhos médicos. Tendo como escape de ar uma janela média fechada e completamente gradeada por causa do ar-condicionado, contendo apenas duas portas no pequeno local ao qual supus ser a da saída e banheiro.

Já completamente saciada com alimentos leves, estou agora a caminho para mais uma sessão de exames. Pelo que a enfermeira disse ficarei o dia todo fazendo esses procedimentos, tendo em vista que acordei no início da manhã.

Durante a noite a enfermeira me levou ao banheiro em uma cadeira de rodas para fazer as minhas devidas higienes. Como não consigo andar com perfeição pelo estado em que me encontro.

Nesse momento aproveito a oportunidade para saber mais sobre a minha chegada ao Hospital. Então, para isso preciso iniciar uma conversa com a moça ao meu lado, prestes a pentear o meu cabelo.

— Qual é o seu nome? — perguntei para a mesma mulher que me atendeu quando acordei.

— Desculpe, sempre esqueço de dizer o meu nome aos pacientes. Sou Nora e o seu? — perguntou me encarando — Aí! Perdão, esqueci completamente, não quis ser indelicada, mas é claro, como eu poderia esquecer uma coisa dessas? Você acabou de bater a cabeça em um acidente nada bonito. Ah! Claro não foi agora, mas você entendeu. Teve uma hora que pensei, o que essa maluca estava fazendo na estrada desse jeito? Fala sério, gente doida existe para tudo. Diga-me se não estou certa? Quem em plena consciência dirige em um temporal daqueles ainda mais em contramão? Quê morrer, só pode. Será que você estava querendo se matar? Meu santinho, está repreendido. Creio que não, você só era mesmo uma doida na estrada. Esqueci de dizer, fui uma das primeiras pessoas que te viu toda emborrachada na estrada, por isso que me escolheram para ser a sua enfermeira, não é irônico? — Suspirou como se estivesse tirando um amontoado do seu peito, rindo em cada palavra dita, literalmente.

A olhei boquiaberta sem entender nenhuma palavra, foi isso o que ouvir? Essa mulher estava falando mal de mim na minha cara? Quem é a doida aqui? Pelo menos não preciso perguntar como sofri o acidente, já que a pessoa respondeu até o que eu não precisava ouvir.

— Aí!!! Perdão esqueci que você estava aqui. Tem vez que falo coisas sem pensar que nem me toco, mas não liga não. Foi igual àquela época em que estava saindo com meu ex, né? Você entende. — Não entendo, não me lembro de nenhum, pensei aturdida. — Comemos um pescado dos deuses você sabe, mas o bendito resolveu olhar para a bunda de uma mulher na minha cara, dá para acreditar? E olha que tenho bunda — apontou para as suas nádegas, fazendo-me encará-la —, ah... virei uma cascavel, eu o aceito cantar outras mulheres sem a minha presença, mas na minha cara... ja-ma-is, nunca na galáxia. Isso é uma tremenda falta de respeito com a minha pessoa. — E meia hora depois ainda continuo ouvindo a fala de Nora, sinceramente não sei em que momento chegamos nesse assunto, ou ela chegou, pois, eu não abri a boca um segundo.

Ao Soar Das Doze BadaladasOnde histórias criam vida. Descubra agora