[ A D A P T A Ç Ã O ]
Lena Luthor é uma animadora de torcida que nutre um amor platônico por sua colega Kara Zor-El. Não parece tão
complicado, o problema é que Kara vem a ser uma pessoa fechada, não conversa, não tem nenhum amigo e vive se arriscan...
Estou novamente no banco na frente do estacionamento. Acho que não especifiquei o porquê de gostar de ler meus livros aqui. Bom... Esse banco fica em frente à vaga que Kara costuma estacionar o carro dela. Se eu já não parava de pensar nela antes, depois da noite passada, nossa senhora, agora meu pensamento tem mais detalhes, um jeito de morder o lábio quando se concentrava na estrada, o perfume maravilhoso e o toque. Ela tocou minha mão e eu sinto que é só isso que vou conseguir dela, mas isso não deixa meu sorriso ir embora, porque eu toquei a mão dela e ela se importou comigo da maneira dela.
O sinal bate e uma frustração por ela não ter chegado me toma. Na sala de aula torci pra ela estar atrasada e fiquei encarando a porta, esperando ela chegar, mas não aconteceu. Nem terça, nem quarta, nem quinta. Estava realmente preocupada com ela. Será que o professor Jon conseguiu o que queria? Será que ela está bem?
No refeitório estava sentada com Samantha e Caitlin, somos amigas desde a sexta série e só esse ano ficamos em turmas separadas.
— Sam... Hoje podíamos ir até as corridas. – Caitlin sugeriu.
— Tudo bem, mas porque você quer ir lá? – Sam perguntou.
— Eu conheci um cara na balada sábado e ele disse que corria.
— Lena... Você tem que conhecer alguém. Convide o James para ir com você.
— Não Sam! Não gostei de ficar com ele. Ele é aquele homem polvo. Sai mão de todos os lados. – Elas gargalharam.
— O pior tipo. – Caitlin disse sorrindo.
— Sim, mas você não tem interesse por ninguém? – Sam perguntou.
— Não, pior que não.
— Vamos mesmo assim. Eu não te deixo sozinha desta vez.
— Ok. Agora vamos, se não a Quinn vai chamar nossa atenção na frente das outras meninas.
— É mesmo. Não perturbem a rainha. – Caitlin disse.
— Rainha da putaria! – Sam disse debochada.
— Isso aí, mas mesmo sendo puta, é nossa capitã. – Eu disse.
— Sim e fizemos um juramento. – Caitlin concordou.
No ensaio, Quinn nos colocou na base da pirâmide, pra quem não entende de animação, quem fica na base, suporta o peso de todas as outras cheerleaders. Ficamos Samantha, Caitlin, Julia, Rayane e eu, sempre somos nós, o que evidencia o amor que Quinn nos tem.
A desculpa é que nós somos mais fortes, Samantha e eu tudo bem, mas as outras... Uma é nanica e as outras uns palitos. Depois de demonstrarmos nosso amor pela equipe e aguentar firme até Quinn e sua boa vontade decidirem que estava “mais ou menos” nosso desempenho.
Quando cheguei a minha casa, tomei um banho demorado e me arrumei para sair. Quando eu vou nos rachas, todo mundo fica me olhando, porque meu estilo não se encaixa muito aquele ambiente.
Quando chegamos, meu desespero dobrou quando avistei Quinn ali. Caitlin nos apresentou a Barry, que era amigo de Alex e ficamos conversando até eles irem correr. Bati meus olhos em Kara e meu coração acelerou, fiquei feliz por ela estar bem e fiquei matando minha saudade à distância. Acompanhamos as corridas e Quinn foi veementemente esnobada por Kara e os meninos nos convidaram para jantar, mas eu recusei, pois não queria segurar mais vela.
[•••]
No outro dia, meu sorriso foi lá nas orelhas quando vi o carro preto entrando nos portões, com uma música muito alta e retumbando tudo, chamando bastante atenção. “Tainted Love” tocando, entregando o quão difícil pode ser o temperamento da minha crush. Passou sem me olhar, grande novidade, quando o sinal bateu me virei para pegar meus livros, sinto minha mochila caindo no chão, me viro rapidamente, mas ela não estava caindo, Kara pegou ela e colocou no ombro. Alguém me socorre aqui, estou passando mal...
— Oi! – Falei e ela assentiu, sem responder e sem sorrir. Entramos na sala, e todos voltaram à atenção para nós, ainda bem que Quinn não atira pelos olhos e já vi que serei à base da pirâmide por muitas semanas.
Kara esperou eu me sentar e me devolveu minha mochila. – Devolve meu coração também sua linda. — Obrigada novamente! – Ela assentiu e foi para o seu lugar.
Na aula, às vezes nos olhávamos, não dá para acreditar. Será que é sonho? Quando o sinal bateu, fiquei em um debate interno, até minhas pernas criarem vontade própria e irem em direção a ela.
— Quer lanchar comigo? – Minha mãe sentiria orgulho neste minuto. Ela escreveu uma coisa no caderno. “Muitas pessoas com você!”. — Não... Fico só com você hoje! – Isso idiota, mostre o desespero! Ela assentiu e caminhamos em um silêncio desconfortável até o refeitório. Mandei uma mensagem para Samantha avisando que não lancharia com elas hoje. Alcancei meu celular para Kara, ela me olhou confusa. — Salve seu número para facilitar nossa comunicação. – Ela salvou. — Por que você tem um celular se você não fala? – Ela deu os ombros e voltou à atenção para a comida. Encheu a bandeja, encheu mesmo e me esperou. Acompanhei seus passos, sobre o olhar curioso de todos e ela sentou-se à mesa bem no fundo.
— Muita atenção? – Mandei uma mensagem para ela ficar com meu número.
Kara:Um pouco incômoda, mas suportável! O que você vai fazer nos rachas?
— Minha amiga fica com a Alex. – Falei e ela pensou um pouco.
Kara:Sei quem é!
— Porque você me ajudou? – Estou com essa pergunta me rodeando a tempos.
Kara:Seu estilo patricinha chama um pouco de atenção. Eu estranhei você sozinha escorada lá. Aquela turma é barra pesada. – Ela não respondeu, mas não vou insistir!
— Nunca vou poder te agradecer.
Kara: Não precisa. Você é cheerleader né? Como é isso?
— É muito legal. Sempre ficava encantada quando via isso pela TV. Agora eu faço.
Kara:Parece bom. Você namora o James?
— Não. Fiquei com ele uma vez e foi só. – O sinal tocou. — Que saco! – Ela negou. Fomos para a aula e trocamos algumas mensagens. Na saída ela me ofereceu uma carona. Quando chegamos à frente de minha casa.
— Adorei “conversar” com você um pouco. – Falei fazendo aspas com as mãos na palavra conversar.
Kara:Eu também! Nos vemos amanhã!
Ai meu senhor “Nos vemos amanhã”. Nem preciso dizer com o que sonharei essa noite, não é?
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