Capítulo 09 - Big Problem!

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Lena Luthor  |  Point of View





— Lee vai embora pelo amor de Deus. Amanhã conversamos.

— Só se você disser que está...

— Lena... Vai embo... – Antes que Kara terminasse a frase.

— Trouxe companhia para esse inferno? Sempre egoísta... O mesmo lixo de sempre. Mostre para ela a casa e a vida miserável que você leva. Não contou sobre mim?

— Quem é esse? – Ela pensou um pouco e abriu a porta e eu entrei. Ela ligou as luzes e revelou uma sala fazia. Só uma cadeira e uma TV pequena. — Cadê seus móveis?

— Vendi. – Falou seca.

— Quem mora com você?

— Meu pai. – Foi o primeiro baque. Como um pai fala assim com a filha?

— Onde ele está?

— Trancado naquele quarto. – Falou apontando a porta. — Ele é um viciado. Primeiro pegou na cocaína, foi pulando e conheceu a heroína e por último metanfetamina, não vou abrir a porta, pois o rosto dele está horrível.

— Kah... Porque ele fala assim com você?

— Ele está na fase de abstinência prolongada. Ele escapou mês passado, foi difícil de achá-lo e agora ele ficou sem, passamos pela fase da tremedeira. Agora ele tem inquietude; insônia; pressão anormal do sangue e pulso; pupilas dilatadas; sensação de frio; irritabilidade; mudança de personalidade; assim como um intenso desejo pela droga. Isso pode durar por até 32 semanas. Teve uma vez que durou 34 e quando eu o soltei, ele correu pra comprar mais.

— E sua mãe? – Ela pegou minha mão e subimos as escadas. Entramos em um quarto, pelos pôsteres de bandas de rock e carros tunados, devia ser o dela.

— Pode sentar. – Sentei em sua cama. — Vou te contar desde o início. – Depois de uma longa pausa ela começou.

— Minha família era normal. Minha mãe e meu pai super apaixonados, minha irmã e eu super mimadas. Éramos muito felizes. Depois eu comecei a namorar a Jaimie e eles me apoiaram. Minha mãe começou a se sentir mal e depois de muita insistência nossa, ela aceitou fazer os exames. – Ela respirava fundo, mas não evitava algumas lágrimas. — Ela estava com câncer e para nosso desespero, em um estágio avançado. Foi tão rápido que o tratamento não fez o efeito esperado. Ela nos deixou.

— Depois disso, meu pai entrou em uma depressão profunda, e minha irmã e eu nos sustentávamos e o ajudávamos. Ele largou o emprego. Morávamos em Dallas e depois de um tempo, ele começou a agir de forma estranha, nem ligava mais pra nós. Cheirava e se injetava na nossa frente. Eu tinha que esconder a Kamile. Ela tinha 8 anos. Jaimie me apoiava, ela foi um grande suporte.

— Em uma tarde de sábado, fazia três dias que meu pai não aparecia, Jaimie, Mile e eu estávamos lendo, deitadas no gramado. Me levantei para pegar um refrigerante e antes de entrar, vi o carro de meu pai costurando a rua e quando percebi que ele estava entrando no gramado do vizinho e passou para o nosso, corri pra tentar tirar elas da frente, com meu grito Jaimie tentou tirar Kamile, quando tentei puxá-la, ela me empurrou e o carro me pegou de raspão, mas atingiu elas em cheio que não resistiram. Fiquei internada por dias, quando recebi alta, estava sozinha. Anestesiada com as perdas... mãe, irmã
e namorada. Meu único conforto era que meu pai estava preso.

— Mas como desgraça pouca é bobagem, assim que entrei em casa, meu pai já estava solto e na companhia do seu fornecedor de drogas. Monel tinha pago a fiança e com uma dívida enorme e sem dinheiro para pagar, adivinha o que meu pai usou como pagamento?... – Levei minhas mãos à boca.

Fast and Coreographed - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora