[ A D A P T A Ç Ã O ]
Lena Luthor é uma animadora de torcida que nutre um amor platônico por sua colega Kara Zor-El. Não parece tão
complicado, o problema é que Kara vem a ser uma pessoa fechada, não conversa, não tem nenhum amigo e vive se arriscan...
Acordei com Kara se arrumando para escola, ela tinha uma prova de física e eu estava liberada desta matéria.
— Se cuide anjo. Volto logo. – Ela falou selando nossos lábios.
— Te amo! Boa prova!
— Obrigada. Comprei pão, não tem muita coisa na geladeira, mas tem dinheiro no meu bidê, se precisar.
— Vai Kah... Você vai se atrasar.
— Não! Vou levar dois minutos para chegar. – Olhei séria para ela.
— Se você correr... Já sabe!
— Não vou princesa. Fique tranquila.
Ela saiu e comecei a arrumar o resto de minhas coisas. A casa de Kah era grande demais. Lavei as roupas dela e depois organizei tudo no armário. Fico pensando como alguém consegue ser tão desorganizada. Eu amo o estilo dela, mas sempre me pergunto como ela ficaria mais feminina, de vestido e com uma lingerie sexy, deu calor, melhor parar. Quando a roupa secou, passei e dobrei. Comecei a cozinhar, com o pouco que tinha, fiz milagre. Coloquei uma música e arrumei a mesa. Kara está demorando.
Kara Zor-El | Point of View
Quando estava voltando para casa, fiz um caminho diferente, pois queria comprar flores para Lena. Parei no sinal e vi um homem pedindo esmola para os carros em frente ao meu. Quando ele se aproximou, reconheci meu pai. Estava com barba grande e todo sujo. Olhos vermelhos e vidrados.
— Uma moedinha, por favor?
— Pai?
— Pai? Não tenho filhos. Preciso de dinheiro. – Falou rápido e o sinal abriu. Estacionei o carro e caminhei ate ele.
— Você está bem? Com fome?
— Sim. Me dá um dinheiro e eu me viro.
— Vamos a um restaurante. – Peguei o celular e disquei o número da clínica.
— Pra quem está ligando? Polícia?
— Não. Eu só...
— Está ligando sim. – Falou fugindo. Tentei segui-lo, mas ele foi mais rápido e eu estava aérea por ele não ter me reconhecido.
Deixei meu carro onde estava e fui para casa. Lena estava sentada no balanço da varanda.
— Kah? Você está pálida. O que aconteceu? Cadê seu carro?
— Não sei... – Ela parou em minha frente.
— Você não está bem. O que aconteceu?
— Meu pai... Ele não me reconheceu... Ele... Ele disse que não tem filhos... – Falei chorando e ela me abraçou.
Lena Luthor | Point of View
— Não fique assim, meu amor. Você fez tudo que estava ao seu alcance. Entregue ele para Deus... Ele sabe o que faz.
— Ele está horrível. Magro... Sujo...
— Ele escolheu isso. Agora vem... Vamos tomar um banho, almoçar e depois vamos procurar seu carro. – Ela assentiu e entramos. Dei um banho em Kara, ela estava completamente desligada. Ela só assentia. Quando saímos ela me beijou e me guiou até a cama. Me deitou e deitou sobre mim. Ficou me olhando enquanto acariciava meu rosto.
— Está melhor?
— Tinha que ter ligado para a clínica dentro do carro.
— Kah, pare de se martirizar. Promete que vai ficar bem?
— Com uma pessoa como você em minha vida, sempre vou ficar bem no final.
— Amo você, bad girl.
— Amo você, princesa.
— Vamos nos vestir e buscar seu carro. Não deve estar longe. – Ela assentiu.
Depois de vestidas, almoçamos e fomos procurar o carro dela. Só conseguimos achar, quando ela lembrou que tinha ido comprar flores. Liguei para meu pai e avisei a localidade que Robert estava para ele avisar a polícia. Kara me entregou flores.
— Pra você, princesa. – Eram rosas brancas.
— São lindas. Você está me mimando muito, bar girl.
— Você me faz tão bem, flores são pouco.
— Só quero você, bad girl. Nada de presentes, só nós duas curtindo nossa nova vida. – Ela segurou minha mão forte.
— Me parece uma ótima idéia.
— Agora vamos para nossa casa e transar muito naquela piscina.
— Acho que isso só melhora.
Assim ficamos à tarde. Tentei distrair Kara ao máximo e depois a coloquei para dormir, enquanto fazia cafuné nela.
No outro dia, acordei sozinha na cama. Tomei um banho e vesti meu uniforme. Kah estava na cozinha, preparando o café.
Depois da aula, estávamos no mercado. Kara não pegava uma bala sem me consultar. Estavamos no corredor dos cereais e uma garotinha muito fofa estava em dúvida de qual escolher. Até o um garoto um pouco maior que ela, começar a explicar qual era melhor.
— Você pensa em ter filhos, Kah?
— Não! – Falou sem me olhar.
— Como assim? – Ela continuou olhando o pacote de cereais.
— Não acho que eu seria uma boa mãe. Fui muito fodida pela vida para ter condições psicológicas de criar e prover alguém. – Falou como se isso fosse à coisa mais natural. Depois disso não falamos mais nada.
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