Capítulo 57 - Medo...

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Lena Luthor  |  Point of View





Quando fomos a clínica, fomos informadas de como o procedimento aconteceria. Teria que tomar um remédio, durante 15 dias e depois faríamos a inseminação.

Kara quase desmaiou quando o médico disse que, por eu ser nova e nós estarmos usando deste método, as chances de termos gêmeos ou mais era grande. Não estou sendo exagerada, uma enfermeira teve que checar a pressão dela, ela passou mal mesmo. Queria mudar de ideia e adotar. Agora estamos com um catálogo de doadores em casa, com altura, peso, religião, tipo sanguíneo, cor da pele, cor dos olhos, raça, origem étnica e mais coisa, inclusive profissão e hobbies.

— Lee... Não dá. Sou machista demais pra isso. Vamos adotar.

— Kara... Você não facilita, fica só reclamando. Estou vendo que farei tudo sozinha.

— Não é isso. Você não me entende.

— Você não fala. Como vou entender?

— Esquece. Vamos ficar com esse arquiteto que tem como hobbie tocar violino.

— Ele tem olhos verdes, Kara.

— Qual o problema? Você também, mais chances dele nascer com olhos claros.

— Ele tem que ser parecido com você também.

— Não. Ele tem que ser parecido com você e está de bom tamanho. – Me levantei. — Aonde você vai?

— Tomar uma água, Kara.

— Eu pego pra você.

— Não. Pode deixar que eu me viro. – Caminhei até a cozinha e me escorei na pia. Fiquei olhando para a janela e senti minha cintura ser rodeada. Kara beijou minha nuca.

— Você fica mais linda quando está pensativa... – Ela me virou e selou nossos lábios. — Porque não aproveitamos a folga e subimos até nosso quarto? – Ela disse descendo a alça do vestido florido que eu usava.

— Não estou com vontade. Estou com dor de cabeça. – Ela me olhou incrédula e arrisco dizer que assustada. Assentiu e se afastou, voltando para sala. O que está acontecendo comigo?

Subi até nosso quarto e arrumei a cama. Me deitei e comecei a repensar tudo que estava acontecendo.

Na manhã seguinte, desci para tomar café. Já estava atrasada para ir até a empresa, pelo jeito arrumado do lado de Kara, ela não tinha dormido nela. Sobre a mesa de centro da sala, estava o catálogo aberto, com um perfil circulado com lápis. Dentre as informações, constava que ele era loiro, olhos azuis e tinha descendência alemã. Era professor e escritor por hobbie.

Acho que Kara entendeu o recado, mas ela deve estar muito irritada comigo, pois nunca neguei nada a ela. Decidi fazer uma surpresa a ela, vou visita-la na oficina. Quando cheguei, liguei para meu pai e disse que iria me atrasar.

 Quando cheguei, liguei para meu pai e disse que iria me atrasar

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Entrei e encontrei Barry mexendo em um carro.

— Oi Barry.

— Oi Lena. Como está? – Ele me abraçou.

— Estou bem. E Kara?

— Kara está fechando os gastos do mês e não está de bom humor. – Revirei os olhos. — Se bem que ela está com um humor terrível ultimamente.

— Ela é assim. Quero ver quando ela chegar nos 60 anos. Vai ser daquelas velhas bem ranzinzas e que ninguém chega perto.

— Ela já é assim. – Dei um tapa no braço dele. — Ai, desculpe. – O deixei ali e caminhei até a sala de Kara. Batendo
na porta.

— QUE MERDA! JÁ DISSE PRA NÃO ME ENCHEREM A PORRA DO SACO! – Abri a porta do escritório e Kara arregalou os olhos. — Lena? O que faz aqui?

— Pelo jeito estou enchendo a porra do seu saco.

— Achei que fosse os meninos. Desculpe. – Ela tirou umas coisas da cadeira ao lado dela e passou um pano. — Sente aqui. – Fui até lá e me sentei. — Aconteceu alguma coisa?

— Não. Por quê?

— Você não vem muito aqui. – Ela disse me encarando.

— O que você esta fazendo?

— Fechando o orçamento deste mês, o que é muito difícil, porque Barry e Alex não são muito organizados.

— Isso é o que mais me impressiona em você. Os meninos vivem elogiando sua organização e em casa não consegue estender uma toalha molhada. – Ela corou.

— Ah... ér... Diferente.

— Sei. – Ela abaixou a cabeça e continuou a fazer os cálculos dela. Aproximei minha cadeira dela e escorei minha cabeça em seu ombro. Ela pegou minha mão com a mão esquerda dela e continuou escrevendo.

Depois de um tempo, já estava sentada no colo dela, enquanto ela ligava para todos os devedores deles. Já estava na hora do almoço, então fomos a um restaurante perto dali.

— Viu o que marquei no catálogo? O que achou?

— Perfeito. Podemos ir a clínica quando você quiser.

— Vamos amanhã pela manhã. Tenho que sair pelas lojas para escolher uma mais barata. A oficina não está dando muito lucro, precisamos cortar gastos.

— Sério? Por quê?

— Muita gente não está pagando os serviços que ficam para virada do mês. – Ela fez uma careta. — Alex e Barry levam muitos “amigos” para arrumar os carros lá e não cobram deles.

— Você tem que falar com eles sobre isso.

— Eles já acham que eu pego muito no pé deles, não quero estragar nossa amizade. Hoje vou mostrar o balanço para eles e espero que eles entendam.

— Eles vão. Vai para casa cedo hoje?

— Vou às 18h. Por quê?

— Só pra saber. Vamos sair hoje?

— Vamos. Cinema?

— Estava pensando em uma balada. O que você acha?

— Pode ser. Agora vamos, tenho um monte de coisas para organizar.

Depois nos despedimos e fui para o escritório, onde ouvi um sermão enorme, por ter dito que iria me atrasar e não ter nem chegado.

Depois nos despedimos e fui para o escritório, onde ouvi um sermão enorme, por ter dito que iria me atrasar e não ter nem chegado

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Tão séria...

Fast and Coreographed - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora