Capítulo 70

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» Pov Neji

Minhas mãos tremiam e meu coração batia acelerado dentro do peito.

Os médicos me guiaram por corredores gélidos e silenciosos enquanto íamos para os andares superiores do hospital. Eles me falavam sobre a cirurgia, mas as palavras pareciam que estavam sendo pronunciadas em algum idioma estranho onde nenhuma palavra fazia sentido para mim.

Passamos por um tipo de passarela que era bem iluminada por uma janela que ia do térreo até o terceiro andar onde estávamos, e então entramos em uma ala que parecia ser mais quente.

— O senhor entendeu? — a médica me perguntou.

— Perdão...?! — pronunciei um pouco perdido.

— Sua esposa! Tente não parecer assustado, isso pode acabar sendo prejudicial para ela e para os bebês. — o médico falou firme enquanto me olhava.

— Be... — a médica abriu a porta do quarto — bês...

S/n estava ali, acordada e pálida, mas estava viva. E eu pude sentir meus músculos relaxarem com a visão dos seus olhos vindo de encontro aos meus, mas então toda a minha atenção nela se foi quando olhei para seus braços.

Ela estava amamentando um serzinho pequeno, que não havia um único fio de cabelo na cabeça, enquanto um outro serzinho, idêntico ao que mamava, estava deitado nos braços dela.

— São...

— Gêmeos - S/n completou com a voz fraca — são gêmeos...

— Parabéns pela família papai — o médico falou enquanto dava alguns tapinhas no meu ombro.

Adentrei lentamente dentro do quarto, com um medo de que do nada tudo aquilo pudesse sumir.

Eu não conseguia acreditar!

— Oi! — falei enquanto um sorriso me tomava de canto a canto da boca. Passei a mão pelo fino cabelo que crescia em sua cabeça.

— Oi! — ela respondeu com um sorriso fraco mas gracioso. 

— Vamos deixá-los sozinhos enquanto vamos avisar aos demais sobre as boas novas! — a médica falou enquanto fechava a porta.

— Posso?! — perguntei ao olhar para o bebê que estava em seus braços, e então me curvei para pegar aquele pequeno serzinho. 

O corpinho quente entrou em contato com a pele do meu braço e então um arrepio de um amor que nem mesmo eu conseguiria explicar correu por todo o meu corpo.

— São um casal — ela falou com a voz baixa e então seu olhar seguiu até o pequeno ser que mamava em seu peito esquerdo — um menino — ela voltou o olhar para os meus braços — e uma menina. 

— Eu espero que você não fique tão cabeça dura como a sua mãe — falei para a bebê enquanto passava o dedo pelo seu rosto e seguindo até a sua mãozinha, que me lembrava um pãozinho, e assim que a toquei, seus pequenos dedos seguraram o meu. 

Todo o meu corpo estremeceu.

— Eu sou pai! — falei com os olhos marejados 

— E eu sou mãe! — S/n riu — mãe de gêmeos... — o tom em sua voz mudará e eu a olhei.

Ela olhava para o garotinho em seus braços e pude notar que ela parecia assustada. "É claro que ela está assustada! Imagina apagar do nada e simplesmente acordar com duas crianças ao invés de uma... Céus, são duas crianças!"

— Acho que devíamos ter levado a minha genética em conta... — falei num tom brincalhão e diferente do pequeno sorriso que imaginei que tiraria dela, ela gargalhou. Uma risada gostosa, e que então pareceu se transformar em uma risada de desespero.  

— São gêmeos!

— Sim, são gêmeos — repeti. 

— Neji, são gêmeos! E-eles vão precisar de cuidado redobrado, eu vou precisar estar sempre de olho. Só comprei uma coisa de cada, como vamos fazer?! — ela me olhou com o desespero estampado em seu rosto — Não tenho outro berço, nem outro carrinho! E se um deles ficar doente? Como eu fazer para garantir que os dois fiquem sempre a salvo e... 

— S/n — a chamei com a voz firme, e pude notar que seu olhar que antes divagava pelo quarto agora se focara apernas no meu rosto — São nossos filhos! Eu estou aqui, e não vou para lugar nenhum. Nós vamos cuidar deles juntos, vamos voltar ao shopping e comprar mais coisas juntos, eu vou estar com você e vamos cuidar, criar e proteger eles juntos! Eu sou o pai deles, e agora sou o marido também — falei encostando a minha testa na dela — Você não está sozinha meu amor, não está e nunca vai estar, entendido?!

Ela assentiu a cabeça com a testa ainda apoiada na minha, e então levantou um pouco a cabeça, selando nossos lábios num beijo. 

— Eu te amo! — ela falou ao se afastar. 

— Eu também te amo! — falei enquanto analisava seu rosto que parecia mais corado. 

— Com licença casal... — a voz de Ino soou enquanto ela e o pessoal entrava no quarto — Ah minha Kami santíssima!! — ela correu até próximo a cama — Amiga como você está? 

— Olha só se não são os meus sobrinhos-netos... — Henry falou enquanto vinha ao meu lado — posso? 

Relutei um pouco para entregar a minha filha para ele, sentindo um vazio por não ter mais ela no meu braço, e foi naquele momento que eu percebi que seria o tipo de pai ciumento. 

"Boa sorte para vocês" pensei enquanto via o mesmo olhar no rosto de S/n quando minha tia pediu para segurar meu filho depois que ele acabou de mamar. 

— Vocês já decidiram os nomes? — meu tio perguntou enquanto olhava para o rapazinho no colo da minha tia. 

— Bom, havíamos decidido qual seria caso fosse menino ou menina — S/n falou enquanto olhava para mim, e como se lêssemos a mente um do outro, assentimos a cabeça ao mesmo tempo 

— Ela vai se chamar Natasha... — falei. 

— E ele Hizashi — completou S/n.

Nossos tios se entreolharam e sorriram, voltando suas atenções para os bebês 

— São lindos nomes — minha tia falou enquanto brincava com os dedos gordinhos do meu filho em seus braços. 

Uma nova vida (Neji x leitora) - Revisando.Onde histórias criam vida. Descubra agora