Os raios do sol que ficava cada vez mais alto no céu, estrava sorrateiro pelas cortinas do quarto onde todos pareciam ter se esquecido dos problemas enquanto admiravam meu filhos e conversavam com a minha esposa.
S/n ria de uma maneira um pouco contida, provavelmente por que deveria incomodar alguma coisa depois de ter dado a luz a dois serzinhos, mas ainda sim, o sorriso dela era a coisa mais preciosa para mim.
- Desculpem incomodar - a médica falou aparecendo na porta do quarto - mas a mamãe e as crianças precisam descansar!
— A gente entende — minha tia falou enquanto olhava com os olhos brilhando e sorria para a criança em seus braços, que parecia ter se agarrado ao dedo dela.
Hinata entregou minha filha para S/n, e minha tia veio trazer o meu filho até mim.
No momento em que estendi os braços para segura-lo, notei que minhas mãos estavam trêmulas. Ela o colocou com cuidado sobre meus braços, e a sensação de ter meu filho em minhas mãos era algo totalmente indescritível.
O pessoal se despediu da gente, falando que iam voltar mais tarde, e então a doutora os guiou para fora, fechando a porta, deixando apenas eu, meus filhos e a mulher mais linda que existia ali dentro.
— Eles são tão pequenos... — S/n falou enquanto passava a mão delicadamente sobre as bochechas da garotinha em seus braços. — Nem parece que me faziam sofrer com chutes e passeios pela minha barriga — ela riu baixinho.
A observei enquanto ela admirava a criança em seu colo.
— O que foi? — ela perguntou enquanto me olha, mantendo um sorriso nos lábios e arqueando uma das sobrancelhas.
— É só que isso está parecendo um sonho — admiti enquanto me sentava com cuidado na cama que ela estavam — Se alguém me falasse a uns 8 ou 9 anos atrás que eu iria estar casado com a mulher que eu amava e que a gente teria gêmeos... Eu não iria acreditar.
Ela me deu um pequeno beliscão, e então riu quando a olhei levemente assustado.
— Felizmente, isso não é um sonho. — ela falou enquanto me olhava com os olhos brilhando, e eu juro que poderia passar a minha eternidade naquele momento, que nunca me cansaria.
— Felizmente não. — concordei enquanto me aproximava dela, encostando nossas testas.
Meus olhos estavam fechados, mas eu conseguia ouvir a respiração dela, e sentir a respiração calma do meu filho sobre minha barriga.
— Como você está sentindo? — perguntei depois de alguns minutos em silêncio apreciando aquela paz, e então afastei minha cabeça, a observando.
— Um pouco cansada — ela falou ao abrir os olhos — quem diria que dar de mamar para dois serzinho desse tamanho poderia ser tão cansativo... — ela riu fraco enquanto olhava para as crianças
— Ouvi uma vez que dói bastante a primeira vez. — comentei levemente curioso sobre aquilo.
— Sendo bem sincera, achei que meu peito fosse rasgar... — ela falou enquanto seu rosto assumia uma expressão de dor.
Só de imaginar aquilo, senti um calafrio percorrer minha coluna. Ser mulher definitivamente não era nada fácil. Lidar com sangramentos e dores mensais, ter o corpo transformado quando se está grávida, ter a dor do parto ou da reabilitação quando se tem cesárea, ter a dor de dar de mamar...
Então eu mesmo interrompi meus pensamentos quando me dei conta de algo que fez meu coração comprimir dentro do peito.
— Queria ter ficado do seu lado enquanto eles nasciam... Me desculpa. — falei desviando um pouco meu olhar do dela.
— Não precisa se desculpar por algo que você não tinha como controlar. — ela falou com a voz calma enquanto sentia sua mão repousar calmamente sobre meu braço. — Sem falar que... — a encarei quando senti a melancolia que sua voz entonou — o parto aconteceu quando eu estava inconsciente, então em teoria... eu também não estava lá quando eles nasceram. — notei os olhos dela se encherem d'água. — Mas eu prometo que nunca mais vou deixar de estar presente em todos os momentos com eles.
— E eu que estarei sempre ao seu lado, não vou mais perder nada, não importa o que eu tenha que fazer para isso.
Ela me olhou, com um sorriso meigo em seus lábios.
— Realmente... Isso parece um sonho.
Um sorriso bobo se fez presente nos meus lábios.
— Com licença mamãe... — uma voz soou assim que a porta foi aberta depois de alguém ter batido três vezes, e então uma moça de jaleco rosa claro entrou carregando uma bandeja com um pote, um copo com suco e uma fruta — Vim trazer o almoço.
— Obrigada. — S/n falou enquanto a mulher colocava a bandeja em cima do criado ao lado da maca.
— Imagina!
A enfermeira me ajudou a colocar as crianças nos berços que pareciam ser de acrílico transparente que haviam no quarto, me ensinando a forma certa de coloca-los e de segura-los enquanto os acomodava, e então voltou para o lado da minha esposa. Ela puxou um tipo de apoio que estava na lateral da cama, e então aquilo se tornou como uma mesa sobre a cama, onde a mulher colocou a bandeja.
— Dentro desses copinhos tem alguns comprimidos de vitaminas e um relaxante muscular. — a enfermeira explicou ao entregar primeiro o copinho para a garota deitada na cama.
S/n virou o copinho com os medicamentos e então tomou um gole do suco, que parecia ser de laranja, para ajudar a descer os comprimidos.
— Daqui a pouco eu volto para buscar a bandeja. — a enfermeira informou enquanto fazia uma pequena reverencia após escrever algo na prancheta que ficava no pé da cama.
S/n começou a comer a sopa de mariscos que havia na tigela. Ela almoçou, comeu a maçã que havia vindo, e então eu afastei a mesa de apoio da cama.
Me acomodei ao lado da garota em cima da cama, ela repousou a cabeça sobre o meu ombro, e ficamos ali em silencio enquanto eu fazia carinhos na mão dela.
Depois de alguns minutos notei que a garota havia adormecido, então me arrumei um pouco mais para poder deixar ela mais confortável.
A enfermeira retornou para buscar a bandeja, e então nos deixou a sós novamente.
Meus olhos estavam pesados, mas lutei contra o sono. Precisava estar atento.
Enquanto minha esposa e meus filhos dormiam tranquilos, eu percebi que ali dentro estava tudo que eu tinha de mais precioso na minha vida. E faria o que fosse preciso para manter eles seguros.
S/n se remexeu um pouco na cama, e então se acomodou mais sobre meu peito, me envolvendo num abraço.
Passei a mão pelo cabelo dela, sentindo os fios finos que cresciam, ela havia passado por tanta coisa...
Senti o desespero de quando segurei seu corpo gelado e sem cor em meus braços, e num ato rápido eu a envolvi num abraço, sentindo o calor do corpo dela enquanto ela respirava tranquila sobre meu peito.
"Que sejam tempos tranquilos a partir de agora." pedi aos céus em pensamento enquanto olhava para ela, correndo os olhos logo em seguida para os dois berços onde meus filhos dormiam.
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10 meses depois, finalmente saiu capítulo 😅
Queria agradecer por todas as mensagens de carinho e incentivo que recebi durante esse tempo, saibam que foi algo MUITO importante pra mim.
Obrigada pelos pedidos de continuação, e por tudo mais❤️
BEBAM ÁGUA, ARRUMEM A POSTURA E CONTINUEM SENDO INCRÍVEIS ❤️
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Uma nova vida (Neji x leitora) - Revisando.
Fiksi Penggemar*Essa fanfic se passa nos dias atuais* Após a perda de seus pais S/n se muda para Konoha, onde vai começar uma nova vida, e nesse caminho vai acabar conhecendo novas pessoaa e descobrindo novas emoções