Cap. 17 | Lua

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LUA DOLCHE SCHÄFER

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LUA DOLCHE SCHÄFER

       Hoje acabei chegando tarde demais no Dragon's e deu tempo apenas de pegar um café e correr para a próxima aula. Bom, a que eu conseguisse pegar. Perdi exatas três na última semana desde que Ravi desregulou meu sono com passeios noturnos. E desde a noite o carro, eu não esbarrei com ele nos corredores.

Não consegui exatamente dormir naquela viagem. Foi estranho o ter tão perto cercado das luzes das estrelas, do lado de fora do vidro. Ele praticamente desmaiou no banco macio de trás depois de me revelar sua bissexualidade. Eu observei seu peito subir e descer pelo retrovisor e me imaginei deitada sobre ele. Então, adormeci.

Deixando o loiro afastado de meus pensamentos o máximo que posso: lembrei que Dylan andou muito distante de mim nos últimos dias. Talvez tenha me visto com seu "irmao" e ache que eu seja como ele. O que não passa de um grande e terrível engano. Vamos ter tempo de conversar hoje graças ao filme que marcamos de assistir na sua casa, depois do colégio.

Quando o intervalo chegou troquei algumas mensagens com Zara e perguntei sobre sua viagem. Ela está empolgada com tudo que planejou fazer por lá. Depois de desligar a tela do celular e o estacionar no fundo da minha bolsa, algo atrapalhou a passagem: o livro. Vermelho, branco e sangue azul. Ravi.

Seus cabelos desgrenhados e as íris brilhantes apareceram na minha mente como uma lembrança distante e meu peito apertou quando pensei na voz dele. O que significa que ele está mesmo a muito tempo sem cruzar meu caminho. Analisei o corredor levemente movimentado e retirei o livro de dentro da bolsa com confiança. Sem pensar duas vezes, segui até o único lugar que sabia que ele estaria.

Arquibancadas.

Como esperado, ele estava sentado na última delas. Com os pés jogados para fora, vestindo as botas escuras e uma jaqueta jeans. É estranho não o ver usando as de couro. Como eu.

Assim que me viu, escondeu algo rapidamente em sua mochila. Pensei em dar meia volta e o deixar ali sozinho outra vez, prevendo uma onda irritante de rivalidade. Mas me manti de pé e me aproximei de seu rosto claro e da pele macia.

─ Esperando por mim? ─ perguntei, me sentando ao seu lado. Preenchendo o espaço entre nós com a mochila.

Ele sorriu em resposta.

─ Eu sabia que você viria. ─ disse se ajeitando e flexionando os joelhos, os segurando os as mãos perto do peito. ─ Demorou. Mas aqui está você. Sentiu saudades, não é, bonitinha?

Tentei esconder meu alívio ao ouvir o maldito apelido outra vez.

─ Se continuar com isso eu juro que... ─

─ Não. Tudo bem. Já entendi. ─ segurou minhas mãos, e eu encarei seus dedos entrando em contato com os meus. Meu cérebro entrou em um rápido curto circuito, mas ele retirou-as de lá assim que viu meu desconforto. ─ Pode ficar.

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