Cap. 2 | Lua

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LUA DOLCHE SCHAFER

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LUA DOLCHE SCHAFER

      Levei muffins de amora e nozes comigo para o intervalo. Esperava encontrar Zara depois da aula de matemática para decidirmos qual filmes iríamos assistir no fim de semana, na 'noite do filme'. Também queria saber qual sabor de sorvete ela traria, mesmo já sabendo que sempre escolhe o bom e velho morango.

Fiquei frustrada por não ter a encontrado em nenhum lugar do colégio. Estranhei o fato de não ter me avisado nada e estar fora, aparentemente. Desisti de procurá-la uns minutos depois de começar, e decidi sentar em algum lugar para comer meus doces sozinha e ler um livro. Cogitei o refeitório: mas estava lotado demais para que eu pudesse me sentir confortável. Contrário de minha melhor amiga, eu ignoro qualquer oportunidade que tenho de conhecer novas pessoas, afinal nenhuma delas me fazem ficar interessada em conversas por mais de dez minutos.

Como uma alcateia de lobos: todos a minha volta estavam dispostos a atacar. Mas não de qualquer forma, tinham os momentos perfeitos para capturarem as presas, e eram divididos em 4. 1: sala de aula, onde iriam implorar por ajuda em exames finais para não bombarem. Conheci pessoas que os ajudaram com isso e com certeza não estão bem hoje, pelo menos não como eram antes. 2: intervalo, o refeitório ainda é um símbolo de popularidade. As mesas são divididas entre aqueles que tem amigos o suficiente para ocuparem todos os lugares, e outros que usam a mochila e livros para disfarçarem o vazio.

3: Corredores, a qualquer momento pessoas correm o risco de serem paradas e ameaçadas a fazer algo péssimo, que com certeza vai render consequências enormes. Tronco esguio, pernas levemente cruzadas e balanço lisonjeiro do quadril: é tudo que precisa pra ser apenas admirada e demonstrar que ele não podem de jeito nenhum usarem você. Cabeça abaixada, postura curvada e mochila ocupando apenas um dos ombros: você é o próximo.

Sou uma boa observadora.

Tendo minha mania de ficar sempre invisível, lembrei do lugar perfeito: arquibancadas. Fui até lá sem pressa, e quando finalmente cheguei não escondi meu susto em ver um garoto jogado deleixadamente em uma delas. E essa foi a primeira vez em que fui pega de surpresa nessa manhã. A segunda foi quando fugi com ele até o estacionamento do colégio para evitar uma maldita advertência.

E esse foi o 4 momento.

Arquibancadas.

Eu não tinha motivos para confiar em um desconhecido problemático, mas não pensei duas vezes antes de correr a seu lado. E ele não pareceu se incomodar por eu estar o seguindo, ao menos fiz isso até quando pude. No meio do caminho minha respiração ficou sem controle e minha visão embaçada. Estou nervosa e definitivamente perdida.

Não sabia até onde correr, não sabia quando parar, não sabia se devia correr ou parar. Foi quando ele pegou em meus ombros com firmeza e me mostrou que a melhor opção era se esconder. Me guiou com cuidado e pressa para o estacionamento. Me ajeitei atrás de um carro azul e tentei não fazer muito barulho ao descansar as pernas no chão.

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