Cap. 36 | Ravi

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RAVI RICCI PETROV

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RAVI RICCI PETROV

      Uma parte de meu peito está queimando e a outra ardendo. As duas coisas sempre pareceram a mesma, mas não quando se está nessa situação. Tudo se torna diferente quando você tem que ver a sua garota indo pra longe.

─ Isso vai doer por um tempo. ─ Anthony murmurou, limpando os lábios molhados de cerveja ─  Então vira o copo. Vamos esquecer essa noite.

O ignorei e liguei a tela do celular. Vai ser torturante ficar imaginando  sua vida á quilômetros de distância.

Penso em como vai ser enfrentar o vídeo da festa, os comentários e olhares tortos. Dylan vai a ajudar com isso, só que eu queria ficar e  tirar Lua desse inferno que a coloquei. Mas estar por perto a sufocaria, não posso ser um problema de novo.

Devo mesmo fazer o que ela me disse desde o início: ficar longe. Se eu fosse espero, poderia ter feito isso antes de cair de joelhos por Lua.

─ Proibido telefone, cara. ─ o moreno de olhos azuis tomou o aparelho de minha mão. Resmunguei em resposta. ─   É hora de fazer música.

Encarei o palco com receio pela primeira vez.

Por que estou aqui?

Virei-me para a garrafa de cerveja na minha frente. Então esse é o motivo.

─ Pela última vez. ─ o lembrei.

Ele sorriu, me acolhendo. Por mais que seja arruaceiro e tirano, Anthony é uma ótima distração para um término.

Subimos ao palco. Agarrei o microfone e as mesmas apresentações foram feitas. Depois de 4 ou 5 músicas e alguns copos de bebida, estudei cada canto do bar procurando por Lua.

Ela costumava assistir algumas vezes. Receber seu beijo lento e profundo era o melhor cachê. Parece que nessa noite só tenho saudade e dor habitando os lugares que ela costumava tocar ou trilhar com os lábios macios. Desci do palco, me aproximando de Anthony.

─ Tenho que ir. ─ gritei por cima da música nos ouvidos do meu amigo ─ Foi bom cantar com você.

Ele puxou-me para um abraço. Quase me desequilibrando enquanto me apertava contra seu peito molhado de suor.

─ A gente se vê.

Não tão cedo.

Dirigi de volta pra casa com o som do carro quase estourando meus tímpanos. Tenho que abafar todos meus pensamentos. Liguei as luzes da sala e agradeci mentalmente por meu irmão não estar acordado: ou nem sequer está em casa. Que se foda.

Subi as escadas até meu quarto. Uma brisa fria invadiu meu rosto assim que entrei e me dei conta de que havia deixado a janela aberta. Me aproximei para fechá-la, mas acabei parando em frente. Encarando a rua.

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