Cap. 4 | Lua

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LUA DOLCHE SCHAFER

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LUA DOLCHE SCHAFER

    Quase tive um colapso ao descobrir que todos os horários de aula haviam mudado na última semana. Eu não iria mais fazer algumas matérias e iniciar outras, as quais eu nem sabia qual eram. Eu iria estudar o dobro nesse mês e estava matando aula no estacionamento do colégio, para a minha sorte. E eu precisava ir até a coordenação pegar a minha nova ficha de organização, e consequentemente encontrar Murphe.

Mas a diretora e Ravi parecem ter alguma conexão muito forte, e aparentemente me veem como uma grande ameaça e estão a todo momento tentando me atrapalhar. Um quer mandar para o espaço minha vida acadêmica e a outra põem tudo em prática com uma grande e explicita advertência. Meu queixo caiu quando Murphe deixou claro que nada mais importava além de dinheiro para ela, e que "meu histórico perfeito" seria apagado e jogado fora em breve.

Naquele momento eu pensei estar disposta a fazer qualquer coisa para impedir que uma injustiça acontecesse bem debaixo do meu nariz. Mas vi estar enganada quando Ravi tomou a frente e disse que eu era sua namorada. Meu coração golpeou contra minhas costelas e meu cérebro teve um curto circuito. Eu estava prestes a pará-lo por julgar ser uma péssima ideia continuar enganando, mas seu talento para mentir funcionou muito bem, eu admito. Não me importei em ser "sua namorada" até que estivesse fora daquela sala e minha vida voltasse a ser exatamente como antes.

Longe do Ravi e de suas mentiras.

Peguei meu chá que estava descansando ao lado de minha cama e bebiriquei com cuidado, sentindo a fumaça quente acariciar meu rosto. Abri meu notebook e chequei algumas coisas importantes: revisei exames e fiz um relatório. Minha cabeça começou latejar um tempo depois e não me importei em me aconchegar na cama, mas não esperava dar uma pausa, afinal eu ainda tenho muito a fazer. Até que meu olhos começaram a pesar e eu acabei caindo no sono.

***

A cidade resolveu se inundar por uma tempestade barulhenta nessa manhã. Os trovões cortaram o céu milhares de vezes e a chuva despencou com força por muito tempo. Isso me fez pensar duas vezes antes de vir para o colégio, mas vi que não tinha escolha ao lembrar que hoje é meu primeiro dia tendo biologia. Zara me avisou com seu surpreendente bom humor matinal de que não iriamos estar na mesma sala, e me desejou boa sorte com a professora substituta.

Zara conseguiu confundir minha cabeça com tudo isso de horários novos. Fiquei ainda mais furiosa ao saber que só nos desencontramos no intervalo dias atrás por culpa dessas malditas mudanças. Supostamente ela devia estar comigo, quando na verdade foi despachada para aula de história.

Encarei a janela da sala coberta por pingos de chuva. Apertei meus braços esperando que o frio diminuísse, tentei fazer meus dentes pararem de bater um contra o outro reproduzindo um som irritante, mas foi em vão. Me pergunto se a professora substituta irá fazer valer a pena todo meu esforço para estar aqui. Pelo que dizem, suas explicações são repetitivas e horário não é seu forte. Está sempre chegando atrasada com um latte gelado em mãos e se desculpando com pressa.  Isso fez com que todos os alunos se adaptassem ao novo esquema e ficassem fora da sala por mais tempo. Enquanto eu fico com ela toda para mim.

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