Cap. 11 | Ravi

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RAVI RICCI PETROV

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RAVI RICCI PETROV

  Eu não falo sobre meu passado com muitas pessoas. Apesar de muitas pessoas saberem o que aconteceu e o porquê de eu ser odiado por metade do colégio, uma parte delas não tem ideia do monstro que posso ser. Lua é uma dessas pessoas. Ou era, até essa manhã.

Não me arrependo de ter pressionado Daffiny, e faria outra vez se preciso. Ela tem que aprender a calar a porra da boca e pensar duas vezes antes de falar sobre Dylan. Mas eu poderia ter pegado leve, acho. Aqueles malditos fios de cabelos alaranjados me fazem pensar assim. Lua é como uma droga e me entorpece todas as vezes que me lança um olhar de desdém ou predatório. Pronta pra atacar, literalmente.

Então resolvi deixá-la pra lá. Pra valer, agora. E teria seguido meu plano pelo resto do ano letivo, até garantir que nunca mais irei vê-la outra vez nos corredores, ou na cidade. Mas ele foi arruinado alguns dias depois.

─ Você me enfiou nisso, Ravi. ─ vociferou. ─ Dê um jeito de tirar.

Sem delicadeza, Lua esfregou seu celular em frente ao meu rosto até ficar tonto com tantas letras pequenas. É a primeira vez em que estamos na mesma arquibancada, lado a lado.

Ela soube exatamente onde me encontrar.

Segurei seu pulso até paralisa-lo, e o joguei pelo ar tentando não ser brusco com o movimento.

─ Qual seu problema? ─ esbravejei.

Lua chegou tão rapidamente aqui que mal tive tempo de encarar suas roupas, ou fazer um dos comentários que ela odeia. Seu piercing enfeitando o nariz reto e bem delineado esta brilhando na luz do Sol, me distraindo.

─ Aqui diz que somos namorados. ─ resumiu, trazendo o aparelho para perto de si e estacionando em seu colo.

─ Não é o que somos? ─ provoquei.

─ Para Murphe, sim. ─ ela deu um sorriso forçados que costuma usar ─ Como isso saiu de dentro daquela maldita sala?

Ela parece estar reclamando consigo mesma, e não comigo. É a primeira vez que não se importa o bastante com minha presença para me insultar.

─ Se continuar aparecendo nas arquibancadas ─ disse, tentando mudar de assunto. ─ Vou ficar mal acostumado.

Ela levantou-se de onde estava, juntando a mochila e jogando sobre seus ombros. Analisei as vestes e adorei a calça rasgada. Caiu muito bem em seu corpo.

─ Não deveria ter vindo até aqui. ─ resmungou ─ Esqueci como você pode ser... ─

A interrompi antes que terminasse a frase. Não quero saber o que pensa de mim. Por parte, acho que já sei o bastante. Segurei seus braços e o soltei no mesmo instante, quando ela atingiu meu rosto com seus cabelos. Esqueci como ela pode ser rápida e objetiva.

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