Cap. 15 | Ravi

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RAVI RICCI PETROV

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RAVI RICCI PETROV

O colégio estava estranho nessa manhã. As aulas estavam fazendo menos sentido do que antes e comecei a me preocupar com notas e professores. Mas isso acabou quando fui liberado de estar entre livros e explicações monótonas. É muito melhor do lado de fora.

Sempre peguei a matéria de primeira, só que desde que comecei a levar tudo como uma grande bobagem, os números foram para o vermelho. Que se dane. Eu gosto de vermelho. Combina comigo.

Não me dei ao trabalho de passar nas arquibancadas hoje. Sabia que Lua não apareceria por lá nem depois de eu praticamente implorar para ela. Aquele livro foi demais pra mim. Não sei o que deu em minha cabeça quando tive essa ideia. Mas foi impagável a ver fugindo de Bob e caindo da janela do quarto. É, nem foi tão ruim assim.

Parei de jogar as pernas uma na frente das outras quando cabelos laranjas me paralisaram. Lua está na mesma sala onde são feitos os preparativos do baile. Achei que isso já tinha acabado. É inútil. E por que ela estaria lá dentro? Gosta de dançar? Gosta de vestidos? Porra, não.

Dylan.

Com os olhos e os cabelos cor de avelã ele se aproximou dela e os encarei do lado de cá do vidro, afastado. Ela está com o livro que a dei em mãos, e apontou em sua direção. Porra, Lua, eu fiz isso pra vir até mim! Não pra ir correndo atrás dele. Devia ter pensado nisso. Dylan sempre adorou livros e ainda mais romances. Eles tem muito o que conversar.

"Não devia matar aula pra ler"

Me amaldiçoei por ter dito essas palavras um dia.

Eu já ouvi algumas pessoas falando sobre eles estarem andando juntos demais, e em como "Blanc" e Lua parecem se dar muito bem. O que me deixa irritado, já que eram para estarem falando sobre nós dois. Essa garota não me ouviu quando pedi para que se afastasse do meu irmão. O que eu esperava? Ela é um grande desafio. Sabia disso. Lembrei a mim mesmo.

Quando a vi sair daquela maldita sala soltei o ar que não sabia estar prendendo. E foi só quando ela cruzou seu olhar com o meu que me dei conta de que estávamos mais perto do que eu imaginei. A poucos passos de ouvir sua voz de novo. De a ver surtar de novo. De sentir seu cheiro de morango, de novo.

─ Gostou mesmo do livro. ─ falei, atrapalhando sua passagem. Ela não se irritou dessa vez. Já deve ter se acostumado.

Encostei os ombros na parede ao lado, relaxando e analisando sua pele coberta de maquiagem. Nada demais.

─ É um bom livro. ─ disse. ─ Não pensei que você fosse de ler.

Pisquei os olhos com força: eu não sou mesmo de ler. O que a faz pensar que sou?

─ Eu não leio. ─ disparei.

─ Como sabia exatamente como entrar na livraria se não estivesse acostumado com o caminho? ─ um sorriso torto surgiu em seus lábios avermelhados.

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