Cap. 39 | Lua

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"Seu amor está me assustandoNinguém jamais se importou comigoTanto quanto você se importaOoo, sim, eu preciso de você aquiSeu amor é uma terapiaNenhuma droga pode me dar clarezaTanto quanto você podeOoo, sim, eu preciso de você aqui"

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"Seu amor está me assustando
Ninguém jamais se importou comigo
Tanto quanto você se importa
Ooo, sim, eu preciso de você aqui
Seu amor é uma terapia
Nenhuma droga pode me dar clareza
Tanto quanto você pode
Ooo, sim, eu preciso de você aqui"

Scary Love - The Neighbourhood

LUA DOLCHE SCHÄFER

parte 1

Molhei as cerdas do pincel na tinta verde, segurando o pedaço de madeira levemente em meus dedos trêmulos.

─ Merda. ─ xinguei, deixando o instrumento cair. Algumas partículas de tinta respingaram na tela.

Tina parou atrás de mim com seus cabelos curtos presos num rabo de cavalo e descansou as mãos em meu ombro demonstrando apoio.

─ Acho que já te ensinei como fazer isso. ─ riu, e eu a acompanhei. ─ Tá tudo bem, Lua?

Fiz que sim com a cabeça, sem desviar o olhar do quadro a minha frente. Devo estar muito distante, porque nenhuma palavra que Valentina falou foi realmente ouvida. Eu apenas concordei. Acho que apenas perguntou se eu estava bem.

Ela parou ao meu lado, arrastando meu queixo para que eu encarasse.

─ Quer que eu fique com você hoje até fechar a loja? ─ preocupou-se.

─ Não precisa. Acho que vou demorar. ─ expliquei, passando meu cabelo por trás da orelha ─ Tenho que terminar de pintar isso aqui ainda.

Ela se afastou, e com um gesto gentil tocou meu nariz. Depois foi até a porta vestir sua jaqueta suede.

─ Nem vou insistir. Sei que odeia isso. ─ não pude evitar de sorrir ─ Mas se precisar de mim, é só mandar uma mensagem. ─ pegou as chaves perto do balcão e lançou no ar, as segurei  num movimento rápido ─ Você fecha a loja.

Quando fiquei sozinha dentro do ateliê, pensei sobre minha amizade com Valentina. Ela é minha chefe, e confia em mim o bastante para me deixar sozinha na sua loja até quando eu quiser, apenas para me distrair. Tive sorte de a conhecer.

Tentei continuar minha pintura, mas falhei. Minha mente permanecia pensando no dia de hoje: o dia do baile. E também, o último dia do último ano. É quando todos do colégio podem fazerem coisas imprudentes sem serem expulsos ou punidos. Parece perfeito.

Queria encarar a noite como uma comum. Só que meu corpo me diz que tem algo errado. E eu sei que nesse dia, tudo perde o sentido e a graça. Faz 1 ano desde que eu me joguei na minha cama em prantos imaginando como seria sem ele por perto. A partir dali, condenei-me por ter dado a chance para um garoto tão errado e problemático estilhaçar meu coração.

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