Cap. 37 | Ravi

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RAVI RICCI PETROV

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RAVI RICCI PETROV

AFTER 10 MONTHS

   Fui o responsável por abrir o estabelecimento hoje. Por esse motivo, passei o dia todo jogado em cima do balcão. Acordar cedo sempre foi um grande empecilho.

─ Dia difícil, Ricci? ─ o garoto perguntou, jogando sua bolsa ao meu lado.

Mark é um cara de 19 anos que trabalha no mesmo turno que eu. Junto com Katie, formamos uma equipe do caralho. Os dois são melhores amigos, e desde que cheguei aqui, tem me tratado como se fizesse parte da amizade há anos.

Seus fios de cabelo castanhos estão cobertos de neve. As bochechas claras ficaram vermelhas como maçãs.

─ Você sabe que sim. ─ cumprimentei com um high-five.

Tirei o uniforme estilo avental pela cabeça e vesti minha jaqueta de couro. Mark me observou com um sorriso e arqueou as sobrancelhas, terminando de colocar o seu uniforme.

─ Achei que fosse ficar um pouco. ─ ironizou ─ Apoio moral.

Peguei meu capacete próximo da minha mochila.

─ Você sequer tem moral. ─ brinquei com seu bico defensivo ─ E eu tenho fome.

─ Certo, Ricci. Bom horário de almoço.

Assenti com os cantos de meus lábios erguidos. Ainda não entendo a mania de todos daqui me charem pelo sobrenome, mas estou acostumando. É como ter uma nova identidade.

Estava terminando de subir na moto quando uma voz feminina me gritou.

─ Ricci, espera! ─ Katie berrou vindo correndo em minha direção.

Seus cabelos cacheados voam contra o vento congelante. Sua pele escura carrega algumas sardas quase imperceptíveis. Analisei o que está vestindo: botas pesadas, uma touca de croche branca e um cachecol vermelho em volta do pescoço. Seu estilo é impecável.

─ Vou com você.

Balancei a cabeça negativamente.

─ Acabou de chegar, garotinha. ─ ela trocou o peso de uma perna para outra e cruzou os braços em protesto. ─ Tem que ajudar seu amigo.

Sem aviso algum ela montou atrás de mim, passando as mãos em volta de minha cintura e deitou a cabeça em minhas costas. Katie e suas roupas grossas me esquentaram, e agradeci mentalmente por isso.

─ Acho bom acelerar. ─ resmungou.

Ri em resposta a sua teimosia. Abaixei o protetor do capacete e segui em direção a cafeteria do centro da cidade.

Nossos "almoços" são sempre alguns bolinhos e café. O dela é Cappuccino médio, e o meu preto forte e puro. Não é a primeira vez que passamos esse tempo juntos, jogando conversa fora e comendo rosquinhas de açúcar. Ela é uma ótima companhia.

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