Cap. 19 | Lua

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LUA DOLCHE SCHÄFER

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LUA DOLCHE SCHÄFER

Você bebeu tudo e cuspiu tudo.
E nada se parece com as coisas que você tinha.
Então esqueça, por que você não os deixa ir?
Todos nós precisamos de alguém que fique.

Someone To Stay -
Vancouver Sleep Clinic

* * *

        Despejei um pouco de leite dentro da tigela com farinha e manteiga. É a segunda vez que estou tentando seguir a receita de um doce. Geralmente é a unica coisa que me acalma e não quero ter que sair para comprar todas as vezes que estiver abalada. Ou só entediada.

Ajeitei a forma no forno e fiquei girando na bancada da cozinha, batendo os dedos contra a madeira para afastar pensamentos estranhos. Percebi que tinha mais farinha em meu rosto do que na própria torta e que estou cheirando a limão. Aprovetei o meio tempo para tomar um banho quente.

Quando desci as escadas ouvi o forno apitar, significando que o que eu estava preparando finalmente ficou pronto. Coloquei uma fatia no meu prato e corri para frente da tevê. Assisti alguns episódios da minha série favorita e voltei para a cozinha depois de terminar.

Estava pronta para ir para a cama e ler alguma coisa, quando a campanhia tocou. Me forcei a caminhar até a grande porta de madeira e abrir com má vontade.

─ Oi.

Ravi me cumprimentou, apoiando os ombros nas beiradas. Seus olhos estão vermelhos como cerejas e as mãos escondidas dentro dos bolsos da calça.

─ O que veio fazer aqui? ─ questionei com seriedade.

Ele estalou a língua no céu na boca, desconfortável. Provavelmente por ter lembrado do que fez dois dias atrás quando me deixou para trás.

─ Ver como você está. ─ alguns fios de seus cabelos caíram sobre sua testa. Me imaginei os afastando, mas ele fez isso primeiro. ─ Você saiu do carro aquela noite, Lua. Não me disse pra onde ia.

─ E por que se importa pra onde vou? ─ o encarei tentando disfarçar minha raiva. Ele não tem que saber o que pode causar em mim. ─ Eu sabia o caminho de volta pra casa. Não quis atrapalhar.

─ Atrapalhar... o que? ─ girou a cabeça, como se não soubesse do que estamos falando. Desgraçado.

─ Você e aquela garota.

Se eu fechar os olhos consigo me lembrar exatamente de seus cabelos azuis ─ ou roxos. Talvez uma mistura dos dois. ─ e de como eles se encaixaram  no pescoço de Ravi.

─ O que? ─ um enorme V se formou entre suas sobrancelhas. ─ Day é uma amiga, bonitinha. Sabe que não precisa se preocupar com outras garotas, não é? ─ provocou e um sorriso torto deslizou por seus lábios.

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