Capítulo 7

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DANIEL

Acordei quase na hora do almoço e assim que almocei mandei mensagem para o Erick, minha mãe foi incrível pegando o número dele.  Ela me passou assim que acordei com uma cara de "ué eu sabia que você não iria pedir".

E quando terminei de almoçar, aqui no quarto, não como aqui desde que era pequeno, mandei mensagem para o Erick, ele não respondeu, é lógico que surtei. Se tem uma coisa que sou é surtado e sempre penso que estou incomodando as pessoas. Ainda mais alguém como o Erick que com toda a certeza eu assustei quando puxei para um abraço do nada sem nenhuma explicação.

Mandei mais uma mensagem e nada e mais uma antes de deixar o celular de lado e finalmente tentar me distrair. A hora do almoço se vai e eu aqui estou tentando ler um pouco. Mas não consigo, óbvio! Eu não queria ser tão ansioso, mas olhando para o celular eu vejo que Erick ainda não respondeu. Certeza que ele vai para bem longe agora. Ainda mais com tudo que aconteceu.

Fecho o livro, Sarah J. Maas vai me desculpar, mas nem a Aelin vai me fazer focar. Pego o celular me mando um pedido de desculpas, ele pode me achar maluco, mas não tenho outra escolha.

Envio a mensagem e em seguida o celular apita e eu pulo. Não creio, ele respondeu dizendo que está tudo bem que ele demorou porque não estava com o celular perto. Ele avisa que logo está vindo e eu já concordo.

_ MÃEEEEEE o Erick está vindo!

_ Nossa, você vai é me matar assim. Para que esse grito?

_ Ai mãe, desculpa, é que o Erick mandou mensagem avisando que daqui a pouco vem aqui me trazer o dever e eu tinha que te avisar.

_ Ok, avisou. Mas não precisava gritar, eu estava na sala aqui do lado. Vou fazer algo para o menino comer aqui, porque aquele pai dele, eu duvido que faz algo. O Rogério se acabou depois que a Silvana faleceu. Ele não tentou nem se manter pelo filho, eu sei que é difícil, quando o João morreu eu fiquei muito mal, mas não é assim. Você era pequeno, como o Erick era na época, ele deveria ter pensado nele.

_ O Erick deve cortar um dobrado, né?

Minha mãe suspira e confirma.

_ Sim, ele corta e já ouvi muitos boatos sobre o menino, me dói saber que pode ser verdade, mas não duvido porque ele teve que se virar desde sempre. Ainda mais com o pai dele não aceitando nada.

Eu sei os boatos que mãe está falando é não são poucos. Todo mundo no bairro comenta que o Erick é garoto de programa. Que vivi ficando com mulheres mais velhas por dinheiro. Eu não sei o que de fato é verdade, mas isso me dói. O Erick sempre foi adulto, nunca o vi na rua brincando, nunca o vi rindo ou conversando na escola com ninguém da sala. As únicas vezes que o vi foram sozinho ou conversando com alguma garota dos últimos anos quando ainda estava no início do ensino médio.

Minha mãe para arrumar o lanche e eu tento me arrumar da forma que posso, desde que cheguei tirei a blusa da escola e coloquei uma camiseta e tirei a caça jeans com dificuldade me enrolando em um lençol.

Queria por um short, mas não sei onde deixei os que eu tinha, nessa bagunça, mas a culpa não é minha, eu entrei de férias e não quis fazer nada. Eu ia arrumar tudo hoje, como sempre fazia, mas não esperava que eu fosse escapar de um acidente?

A campainha toca e eu me enrolo na coberta é o que temos pra hoje, ouço a voz de Erick na cozinha e minha mãe dizendo que ele pode ir direto para o meu quarto, ele chega e eu o olho. Ele esta diferente, mesmo estando basicamente igual seus olhos estão pra baixo, parece que aconteceu alguma coisa. Erick se aproxima de mim e se senta na cama, e eu noto que ele se senta e solta um pequeno "aí". O encaro, mas ele apenas sorrir. E eu já não quero saber de nada.

O Garoto da Minha RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora