ERICK
A mãe de Daniel chegou em um momento que eu sabia que não teria como ficar indeciso. E eu sou grato a ela. A verdade é que se dona Maria não tivesse aparecido eu teria sim beijado o Daniel, na verdade, eu ainda quero. Principalmente pela forma que ele encostou em meu pescoço. Daniel quis me provocar e conseguiu, minha vontade era de tê-lo feito delirar, mas aqui estamos sentados à mesa juntamente com dona Maria e Fernando que aproveitou para almoçar aqui.
Meu olhar e o de Daniel toda hora se cruzam e sinto as mãos dele em todo momento batendo em minha perna. Acredito que como ambos falamos a verdade tudo mudou. Eu ainda não falei tudo, mas pelo visto o Daniel não se importa para o que eu faço e isso me surpreendeu bastante.
_ Fernando, eu quero te pedir que você fique de olho no Erick e também no Daniel quando ele voltar, não estou gostando nada dessas fofocas que estão saindo e como elas podem repercutir na vida social deles, você sabe muito bem como os jovens são. E se eles fizerem algo de grave por puro preconceito ou por simplesmente acreditarem no que estão postando. Então fique de olho neles.
_ Pode deixar, não vou tirar o olho deles e acredito que tudo logo vai se resolver, eu só acho que nenhum dos dois deve dar algum motivo para que os ataques continuem.
Eu o encaro perplexo. Não acredito que ele acha que a culpa é nossa. Ok, minha pode até ser, mas o Daniel? Ele não fez nada e não é culpa dele ele ser gay. Ele não tem que se esconder por isso, ou para evitar motivos.
_ Fernando, vamos lá, você tem a minha idade então não fale asneira. Nenhum dos meninos aqui fez algo. Ambos só estão vivendo e ninguém tem o direito de falar mentiras ou de expor nenhum deles. Então não pense assim.
Fernando parece sem jeito e apenas concorda com a mãe de Daniel. O almoço segue em silêncio e logo Fernando se despede avisando que precisa voltar para a escola já que o turno dos alunos do fundamental irá começar. Dona Maria avisa que vai junto, pois quer dar uma palavrinha com o diretor, segundo ela o diretor Anastor precisa tomar algumas providências mais sérias e que se ele não resolver ela vai reunir os pais dos alunos, já que ela é uma das representantes dos pais.
Ambos saem e eu ajudo Daniel ir até o sofá da sala onde ele se senta ao meu lado. Ele me olha e eu o encaro. O que ele está querendo?
_ Erick, podemos continuar o que paramos lá no quarto? Eu quero saber se você ficaria comigo, sim ou não. Para de me enrolar.
_ Daniel, sim, eu ficaria com alguém como você. Mas será mesmo que você quer isso? Eu te falei eu sou garoto de programa, já fiquei com outras pessoas, tantas que já nem tenho mais a conta, ontem mesmo estive com um cara. Você quer mesmo que alguém assim seja o primeiro cara a lhe beijar?
Daniel se inclina ao meu lado e vejo seus lábios chegando perto dos meus, eu fecho meus olhos e retribuo, o beijo começa lento e meio estranho, é nítido que Daniel não sabe o que está fazendo e eu começo a conduzi-lo. Aos poucos nossos lábios se tornam como um. Me viro de vez e Daniel também.
Daniel se deita no sofá e eu segurando a beirada do sofá deixo meu corpo por cima do dele e o beijo como nunca beijei ninguém antes. Sinto que ele está empolgado e que me puxa para mais perto, nossos corpos estão colados, nossas bocas estão coladas e quando sinto Daniel descendo as mãos pelas minhas costas até a entrada da minha calça, solto um gemido entre nossos beijos.
Daniel enfia suas mãos por dentro da minha camisa e desce até chegar ao elástico da minha cueca. Suas mãos são rápidas e eu gosto daquela sensação.
Me levanto e o encaro, ele está ofegante e eu também, mas preciso o parar, a mãe dele pode voltar a qualquer momento e não quero que ela nos pegue no sofá da sala.
_ Daniel temos que parar, sua mãe pode voltar e estamos na sala - digo ofegante.
_ Me leva para o quarto, lá podemos ficar mais a vontade.
Sorrio e o seguro e vamos até o quarto, quando passamos ele empurra a porta a fechando e caminhamos até a sua cama ele se deita e eu deito ao seu lado.
Daniel tenta ficar por cima de mim, mas o gesso em sua perna não o deixa.
_ Relaxa. Eu fico por cima. - digo passando e ficando por cima dele. Começo a beija-lo novamente e sinto suas mãos brincando por minhas costas. Daniel pelo visto deve ter vistos muito filmes, pois para quem nunca tinha feito nada até hoje, ele está bem assadinho. Deixo que ele continue e quando sinto suas mãos por baixo da minha camisa me levanto e a retiro para ele.
Daniel fica me olhando, admirando meu peito e eu dou risada. Primeira vez que vejo alguém de fato me olhando meu corpo. Ele levanta suas mãos e começa a descer pelo meu peito, descendo pela barriga. Por esta em cima dele sinto que ele está bem animado.
_ Daniel, vai com calma. Você sabe que não precisa ter pressa, não é?
_ Eu sei, mas eu esperei muito para ficar com você e eu quero aproveitar. - diz ele me puxando para mais um beijo. Os beijos continuam se intensificando e eu deixo que ele conduza. Daniel desce suas mãos entrando no cós da minha calça e quando o sinto passando pelo tecido da minha cueca gemo bem baixinho e ele sorri. Ele está gostando de me provocar.
Interrompo o beijo e começo a beijar seu pescoço, descendo até chegar perto da sua blusa. Eu o ajudo a tirar e desço beijando sua barriga. Daniel treme com meu toque e eu continuo descendo, abaixo short e quando passo as mãos por sua cueca, o volume que se destaca é bem relativo. Passo minhas mãos e Daniel geme meu nome eu sorrio. Esse jogo de provocar pode ser jogado por dois.
Levo meu rosto até o cós da cueca de Daniel e a puxo com a boca. Daniel se espanta, ainda mais quando sinto seu amigo batendo em meu rosto. Passo minhas mãos sobre ele e me preparo para senti-lo.
Daniel me olha e eu o olho, dando aquela olhada com os olhos para cima.
_ Eri..
_ Meninos, cheguei! A conversa com o diretor foi até rápida. Vocês estão no quarto? - ouvimos a voz de dona Maria e nos olhamos. Levanto de uma vez e procuro a minha blusa no chão. Daniel me olha sem saber o que fazer e eu jogo a blusa dele para ele que veste correndo. Ele puxa a cueca para cima e me pede um lençol e eu jogo nele. Me sento na cadeira com um travesseiro no colo quando a porta se abre.
Dona Maria entra e nos olha, Daniel pega seu celular e eu procuro meu caderno.
_ Meninos, está tudo bem com vocês?
_ Sim, mãe. Mas como foi lá na escola?
Dona Maria explica que conversou com o diretor e ele avisou que vai tomar providências e que também vai ficar de olho se vocês não estão sofrendo bullying.
_ Mas agora vou ver novela, vocês vão ficar aí?
_ Vamos sim, o Erick vai me ajudar em um dever.
_ Qualquer coisa estou na sala - dona Maria sai nos olhando e quando ela encosta a porta eu finalmente olho para Daniel. Ele está rindo e eu começo também. Me levanto e vou até ele. Sento ao seu lado e ficamos assim, ele se encosta a sua cabeça em mim e sinto meus olhos se fechando.
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O Garoto da Minha Rua
RomanceDurante anos ele foi apenas o garoto da minha rua, mas por conta de um imprevistos nós começamos a conversar. Para ele não era nada demais, mas parafraseando uma clássica canção: "por ele eu carregava uma paixão".