Capítulo 2

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Quando Gwyn se afastou de Lucien, fingiu andar normalmente, mesmo querendo correr, porque sentia de uma forma inexplicável o olhar de Lucien em suas costas enquanto ela se afastava... Mas quando ela percebeu que não podia ser mais vista por ele, em vez de ir para o refeitório, ela chegou na porta do outro lado corredor, e literalmente correu para o seu esconderijo preferido, que era a sala de músicas das sacerdotisas.

O lugar era como uma cúpula de vidro, coberto por flores de um azul turquesa, que davam um ar místico e ao mesmo tempo encantado... Lá haviam todos os instrumentos imagináveis: violoncelo, violino, piano, harpa...e assim por diante.

Ela se sentou em um banquinho de madeira, pegou seu instrumento favorito: o violino , e começou a tocar...ou tentar, mas suas mãos tremiam...

Inferno! Pensou consigo mesma...E suspirou, deixou o violino de lado, e tocou em seu colar.

Já era automático tocar no colar que ela havia ganhado de um estranho... Quer dizer...talvez não tão estranho assim... A sacerdotisa Clotho havia dito poucas palavras...Somente que alguém havia lhe entregado esse colar, mais nada...Ela tentou argumentar sobre quem era, mas infelizmente Clotho não quis revelar, e a dispensou...

Então Gwyn sempre se pegava imaginando quem havia comprado algo tão singular pra ela... O colar tinha uma flor, e era tão delicado, e tão lindo, que mesmo relutante, não conseguia desgrudar dele... Era como um amuleto pra ela.

Ela tinha a suspeita que fora o Azriel que havia a presenteado...Quem mais poderia ter feito essa gentileza, se não ele? E as suspeitas só aumentaram, quando dias depois, no treinamento, ela estava com o colar no pescoço, e de relance o olhar dele caiu sob o colo dela, mas logo desviou, tentando aparentar neutralidade, o que no caso, Gwyn não deixou de notar...E isso lhe satisfez...pelo menos naquele momento...mas depois...depois...

Gwyn balançou a cabeça e se concentrou no assunto que estava lhe perturbando... Lucien.

Gwyn já tinha ouvido falar sobre ele algumas vezes. Principalmente por meio de Nestha e Feyre. Ela sabia que ele era amigo que Feyre fez na Corte Primaveril, mas que era da Corte Outonal... Sabia que ele não tinha um olho por causa de Amarantha... E sabia que Elain  sempre o rejeitara, porque Nestha uma vez comentou com ela e Emerie que a parceria de Elain não parecia certa... Como agora Gwyn sabia pelo menos um dos motivos principais de Elain não o querer, pensou amargurada, a fez ter uma certa curiosidade sobre quem era Lucien... Se Elain tinha sentimentos pelo Azriel,  – Gwyn suspirou novamente – e não queria saber nada sobre Lucien, o macho em questão poderia ter algum tipo de problema...devia ser alguém terrível pra ela rejeitá-lo tanto... Mas não parecia que era mal, não aos olhos de Feyre, e isso a deixava um tanto confusa... Óbvio que ela nem sempre pensava nele, mas pensava vezes o suficiente pela  inconformidade de sua situação com o Azriel, Elain e mesmo Lucien... – Gwyn fechou os olhos – Eles estavam interligados de uma forma curiosa e sombria... Enfim, Gwyn imaginou uma pessoa totalmente diferente do que viu...

Em primeiro Lugar: Ele não seria tão bonito como um feérico poderia ser. Não que ela ligasse pra beleza, mas vendo o interesse eminente da Elain em Azriel, e ela tinha que admitir que Azriel era lindo demais, isso era um fato, ela imaginou que Lucien não fosse bonito, principalmente por não ter um olho – Gwyn se recriminou, teria que se confessar.

Em segundo lugar: Ele devia ser esnobe. Poderia até fingir simpatia, já que Feyre o pintava como um macho legal, mas seria um macho egocêntrico e grosseiro, já que Elain não suportava nem falar o nome dele.

Em terceiro lugar: Como a conclusão da sua segunda suposição, ele só usaria a inteligência, se tivesse alguma, já que conviveu com Tamlin, que ela conhecia bem a fama, para seu próprio benefício. E o mais importante, ele não gostava de livros!!

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora