Capítulo 15

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Os quatro pisaram em uma areia movediça. O vento era calmo, assim como o mar que se estendia até não poder ser mais visto. Eles estavam em um lugar raramente visto aos olhos dos feéricos, pois não era de fácil acesso, e precisava de muita magia para ir ao MAR NEGRO, e muita coragem, ou muita loucura, porque ninguém que havia estado lá, saia vivo...

Tudo era assustadoramente negro: as rochas, as árvores, o céu, que parecia ser mais escuro que a noite, e principalmente ...o mar.

Jurian disse em meio ao sussurro e assombro.

- Por acaso...aqui é...

- Sim – interviu Gwyn – Aqui é o primeiro mundo criado pelos...

-Deuses Perversos, conhecidos pela sua natureza sombria – completou Lucien.

Os dois sem entreolharam rapidamente, mas logo os olhares de desviaram.

Vassa falou com asco:

- Então é aqui sua verdadeira casa... – Todos fitaram diretamente um mar negro, havia poucas ondas. O mar brilhava como petróleo, era tão atrativo...atrativo para a morte.

Gwyn apertou sua adaga, e respirou profundamente. O tremor agora não vinha só pelo que tinha acabado de acontecer com Lucien e ela, embora Gwyn achava que talvez nunca superasse aquele momento, nem os sentimentos envolvidos, que claramente ela não queria pensar muito a respeito, mas a o tremor vinha da adrenalina de um perigo eminente.

Lucien perguntou a Gwyn, mascarando suas emoções, tentando superar o beijo insuperável.

- Como vamos colocá-lo em outro submundo?

Gwyn se voltou pra ele. E lhes mostrou a adaga.

- Essa é minha adaga, herança de família... – Gwyn abaixou seu olhar pra ela – Feita pelas canções das águas, e banhada com o comando do poder de sua dona, ou seja, eu – Ela olhou para os três – Ela pode fazer o que eu quiser que faça, e eu quero que ela mande o Senhor da Morte para onde Deuses, tão ruins quanto ele, estão aprisionados, e jamais poderão sair de lá – a adaga prata brilhou com o desejo de sua dona, os quatro a olharam hipnotizados – Eu li mais sobre submundo, e descobri, que o reino de aprisionamento para esses Deuses, são eles mesmos. No caso, para o Senhor da Morte, o que o aprisionará quando eu empunhar minha adaga, será seu próprio reino de morte.

- Espera um pouco – disse Lucien, com alarme – Você está me dizendo que vai até lá...

- Sim. E sozinha. Vocês podem me esperar aqui.

Ela já ia dar meia volta, quando Lucien a puxou pelo cotovelo.

- Você não vai.

Nesse meio tempo, Jurian olhava a cena incrédulo e Vassa começava a se sentir...fraca demais pra dizer algo.

- Você escutou o que eu disse? – Falou Gwyn, com rispidez, se soltando do aperto de Lucien – Minha adaga só obedece a mim, e ela tem um poder inigualável, por ter sido feita entre o...

- Seu reino, já sei.

- Não é meu reino!

Lucien estava começando a ficar irritado também.

- Não posso deixar você ir sozinha, sendo que também é responsabilidade minha!

Gwyn trincou o maxilar.

- Você pode ficar aqui de guarda. Se eu demorar, você entra.

- Eu já disse que não.

- Ninguém me diz mais o que posso ou não fazer! – O olhar de Gwyn se inflamou, e Lucien parecia igual...Por que eles estavam assim, tão ríspidos um com o outro? – E eu sou uma Valquíria...

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora