Capítulo 14

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A segundo dia, não foi tão diferente do primeiro. Exceto pelo turbilhão se sentimentos que Lucien estava sendo invadido...

Desde a madrugada anterior ele realmente se via em um mar turbulento do qual esqueceram de dar a ele a direção para onde seguir...

Primeiro que quando perguntou para Gwyn sobre a sua história, ele não imaginava que ela iria se abrir tanto com ele...Lucien chegou até a desconfiar se ela havia falado esses detalhes com mais alguém... ele achava que não, assim como ele nunca havia falado de Jesminda com mais ninguém, até mesmo Tamlin não sabia tanto...E não era do feitio de Lucien se abrir assim, mas sempre quando ele estava com Gwyn, ele se sentia tão confortável, como se pudesse ser ele mesmo... sem máscaras, sem mentiras...E quando todo aquele momento acabou, parecia que fora transcendental...ele não se sentia mais o mesmo. Se era bom ou ruim, só o tempo seria capaz de dizer.

Em segundo lugar, Lucien pela primeira vez, agradeceu mentalmente ao Azriel por ter impedido que algo ainda pior acontecesse... Ele mesmo gostaria de ter estado lá para poder matar aqueles desgraçados... Só de pensar, o fazia estremecer...Lucien jamais superaria Hybern, nem Amarantha, e nem seus seguidores...Incluindo seu pai, que parecia a reencarnação dos dois juntos. Então ele ficou ainda mais obstinado com o objetivo de destruir qualquer que fosse indício de uma guerra...Ele sabia muito bem as consequências que tudo isso poderia gerar.

A terceira questão, e não menos importante, era que Lucien estava muito preocupado com Gwyn. Porque por mais que ela fosse uma Valquíria, parecia que Gwyn estava se escondendo através disso, ou mesmo através de sua fé, não que ele menosprezasse quem servia aos Deuses, ele não era crente, mas também não era pagão... Talvez uma mistura dos dois? Mas isso não vem ao caso...Voltando ao assunto anterior, Lucien estava com medo de que sem esses escudos que ela tanto se apoiava, o que sobraria? O que ela faria sem eles? Parecia que ninguém conseguia ver, nem mesmo o que se dizia parceiro dela, que Gwyn poderia estar correndo mais riscos do que ela mesma poderia imaginar... Ele percebeu que Gwyn poderia se render há uma escuridão que ela tanto parecia tentar esconder de si...E isso o assustou além do que ousava admitir.

- Você está bem? – Perguntou Jurian, que andava ao seu lado. Já era de noite, então Vassa estava transformada conversando animadamente com Gwyn, e a mesma parecia tão absorta quanto ela, apesar de toda a missão suicida deles.

- Sim. Por que?

- Está com cara que acabou de comer uma comida estragada.

Lucien revirou os olhos, e Jurian sussurrou:

- Ela meche com você, não é?

- Cuide da sua vida. – Jurian sorriu.

Lucien suspirou. Jurian já era insuportável quando achava que estava certo, mas quando realmente estava certo, ele ainda era pior.

Quando eles estavam perto da divisa de onde atravessariam, tiveram que dormir novamente no "deserto", mas dessa vez Jurian e Vassa ficaram de guarda, enquanto Gwyn e Lucien se deitavam perto um do outro, em uma tenda improvisada, para poderem finalmente descansar...Eles estavam exaustos, então o sono veio quase de imediato. Mas no meio da madrugada, Lucien ouviu um grito agudo, e logo se sentou assustado, já pegando sua adaga, achando que fosse um ataque...Porém não era o que estava imaginando...embora não fosse menos assustador.

- O que aconteceu? – Perguntou Jurian, que havia se aproximado da "tenda".

Outro grito.... e os dois machos olhavam Gwyn assustados. Lucien deu um sinal para Jurian voltar ao seu posto, e Jurian sem hesitar, preferindo o breu do que a cena que se passava ali dentro, voltou para a vigia.

Gwyn se contorcia, soluçava, e gritava... Lucien querendo não só despistar qualquer atenção de alguma criatura que pudesse se aproximar deles, como queria diminuir a dor de ver Gwyn totalmente absorta em um pesadelo que parecia torturá-la, não hesitou em chamá-la para que ela acordasse.

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora