Capítulo 12

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Lucien liderou a caminhada até onde ele morava. Gwyn o acompanhou com curiosidade, e enquanto eles passavam pelas ruas, viam algumas lojas sendo fechadas, carruagens que passavam por eles, e humanos, que andando pelas vielas, cumprimentavam Lucien quando o via, embora quando olhavam Gwyn, a fitavam desconfiados.

- Você deve andar muito por esses bairros. A maioria te conhece... e parece que gostam de você – disse Gwyn, surpresa.

Lucien deu de ombros.

- Quando tenho tempo, sempre passo por aqui... E sobre eles serem amistosos comigo, acredite, não foi fácil...ainda não é. Mas eu os entendo, nem eu confio na nossa própria espécie – Gwyn não poderia concordar mais. – Sinto muito por não podermos ter mais tempo, se tivéssemos, te mostrava mais essa cidade.

- Tudo bem... Já gostei só de estar aqui.

Lucien deu um meio sorriso, e ambos continuaram andando em um silêncio amigável, até chegarem aos portões do castelo onde ele morava. O castelo ficava em uma área mais isolada. Ele era grande o suficiente pra Gwyn ter que inclinar muito a cabeça, mas de alguma forma, não era opressor. Lucien abriu o portão pra ela entrar, e os dois pararam de frente a porta. Ele encostou a mão na madeira, proferiu algumas palavras que ela tinha certeza, eram de magia, e a porta se abriu.

Gwyn entrou no castelo, e toda a sua apreensão voltou... pois de alguma forma, dormir na casa dele, era um tanto íntimo demais...Mas ela tentou não parecer desconfortável com a situação.

Lucien pegou seu casaco, o que fez Gwyn sorrir relutante, e depois pegou a sua bolsa. Ele a conduziu até a sala de estar. Gwyn girou ao seu redor, absorvendo todas as informações, e seu sentimento de desconforto cessou.

- Então? – Lucien perguntou – O que está achando?

- Aqui é... diferente.

- E isso é bom? – Disse Lucien, franzindo o cenho.

- Sim... – ela sorriu pra ele – É tudo tão original.

E era mesmo. Pelo que ela pode observar, as paredes não eram tão bem cuidadas, mas era perceptível que continha história nelas. E cada móvel era diferente do outro, porém de uma forma curiosa, combinava, mesmo alguns sendo um tanto desgastados. A sala também possuía uma lareira, do tamanho dela praticamente. E na mesa de canto, haviam vários livros espalhados, no qual ela tinha certeza que era obra de Lucien. Gwyn foi até a mesinha, e sentiu que Lucien a observava atentamente.

- São seus eu suponho... – ela disse, passando os dedos pelos livros empilhados aleatoriamente.

- Sim. Não sou muito...organizado.

Gwyn sorriu, se virando pra ele.

- Nunca achei que fosse.

Eles foram interrompidos por Vassa que entrou na sala, com Jurian logo atrás dela.

- Gwyn! – Vassa só faltou saltar encima dela, a abraçando tão forte, que quase a sufocou. – Estava loucaaa pra te conhecer. Lucien sempre fala tanto de você. – Gwyn ficou um pouco tímida.

- Não exagere, Vassa – ele deu um olhar significativo pra amiga.

- Não é exagero – interrompeu Jurian, já estendeu as mãos pra Gwyn. Que a apertou com firmeza – Nós ouvimos tanto o seu nome, que já me sinto íntimo de você – e lhe deu uma piscada.

Gwyn riu, principalmente vendo que Lucien corava cada vez mais.

- Lucien também falou muito bem de vocês. Sinto como se fôssemos amigos.

Gwyn os observou. Jurian tinha traços rústicos, cabelos castanhos desgrenhados, mas de alguma forma, o tornava sedutor, enfatizando sua beleza. Já Vassa, era de uma beleza estonteante, com cabelos de um ruivo vivo, que chegavam a serem ofuscantes se os olhasse por muito tempo.

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora