Capítulo 21

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A noite e a madrugada foram intensas. Vassa ficou febril, e tanto Lucien, Helion e Gwyn tiveram que ficar de guarda até o amanhecer, cuidando dela, e lhe forçando as medicações que Helion prescreveu, mesmo quando Vassa lutava para não aceitar.

Quando o sol já beirava no horizonte, Lucien e Gwyn estavam sentados no sofá da sala ao lado, com olheiras ao redor dos olhos, e mortos de sono. Eles chegaram a cochilar no sofá, e até mesmo deu tempo de tomarem banho. O que foi bom, pois os despertaram um pouco.

Eles comeram seu café da manhã, e tiveram que tomar café inúmeras vezes, enquanto esperavam, pra não dormirem novamente. Helion disse que eles tinham que esperar ele fazer suas últimas análises com Vassa. Ela já havia despertado, e ele não queria ninguém perto dela, a não ser ele.

- Estou preocupado... – disse Lucien – Helion está demorando demais. E Jurian nem ao menos desceu pra vê-la.

Gwyn inclinou a cabeça no ombro dele, e bocejou.

- Eu também estou preocupada. Espero que Helion não demore...

- Você tem que dormir. Eu posso ficar aqui sozinho.

- Não mesmo. Primeiro que preciso ver como Vassa está...E segundo, ruivinho – ele sorriu – não vou te deixar, não importa o quanto implore.

- Eu nem pensei em implorar.

Ela levantou seu rosto pra ele, e antes dela responder, Helion entrou e disse:

- Ela quer ver vocês.

Quando os dois chegaram na sala, Jurian já estava lá.

Lucien e Gwyn entraram cautelosamente, até Helion dizer em sussurro:

- Tentei expulsar ele, mas Jurian não saí daqui.

- E qual o problema nisso? – Perguntou Lucien.

- É que ele está a estressando. E ela não pode se estressar.

Lucien quase sorriu, se eles estavam brigando, era porque ela estava muito bem. Porém ele logo estagnou quando chegou perto de Vassa, e percebeu...

- Lucien? – Ela perguntou ainda incerta.

Vassa estava cega.

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Lucien não conseguiu responder. Jurian se voltou pra janela, se contendo pra não blasfemar todos os Deuses existentes da face da terra.

Foi Gwyn que quebrou o silêncio opressivo.

- Vassa...Estou tão...feliz que esteja viva.

Vassa não tinha foco no olhar, seus olhos estavam mortos. Mas de uma forma curiosa, ela parecia ver mais do que quando enxergava. Ela estava...radiante.

- Gwyn, se aproxime de mim, eu não mordo – Vassa estava sentada em uma poltrona de couro.

Gwyn se aproximou hesitante de Vassa. E se ajoelhou.

Vassa estendeu a mão em seu rosto. Gwyn sorriu, um tanto emotiva.

- Posso te abraçar? – Perguntou Vassa, e Gwyn logo a abraçou.

Helion olhava a situação muito satisfeito.

- Espero que esteja bem... – disse Gwyn quando se desvencilhou do abraço.

- Estou muito feliz por estar livre! Tenho muito que agradecer a todos vocês por essa dádiva.

Gwyn assentiu, e apesar de sentir um certo pesar em saber que Vassa agora era cega, o sentimento não era tão forte quanto vê-la tão feliz e viva.

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora