Capítulo 28

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Gwyn acordou agitada. Desde que viu Lucien, ela estava inquieta, olhando pra todos os lados imagináveis...Ela se sentia...vigiada. E não estava gostando dessa sensação. Por isso, nesses dois dias que se passaram, Gwyn mal pregou os olhos, sempre dormindo com sua adaga perto dela. E embora ela soubesse que estava protegida na Corte Noturna, com Cassian e mesmo Azriel ao seu lado...o sentimento ainda permanecia em seu coração.

Ela se levantou, foi até o banheiro, se inclinou na pia de mármore e lavou o rosto. Respirou fundo, e olhou para o espelho. Gwyn percebeu que tinha olheiras em seus olhos de uma noite mal dormida... – ela suspirou – A tensão devia ser por causa da reunião de hoje, e por tudo o que aconteceria depois dela.

Gwyn foi até sua banheira, ligou a água, tirou a roupa de dormir, e entrou na água quente tentando relaxar. Depois que tomou seu banho, ela se trocou, colocou uma calça de montaria de couro, junto com uma blusa de couro protetivo, para possível...eventualidade. Ela pegou sua a adaga, e a pôs em sua cocha. Trançou seus cabelos nervosamente, respirou fundo, e saiu do quarto indo em direção a cozinha. Ela se sentou na cadeira da bancada, e comeu sem vontade o café da manhã que Nestha havia deixado pra ela. Todos eles já tinham ido antes pra organizarem a reunião, e quiseram deixar Gwyn descansar um pouco mais, dizendo que a proteção da casa estava reforçada, e que ela não tinha o porquê se preocupar. Gwyn assentiu transparecendo confiança, não querendo demonstrar o medo que estava sentindo...Ela desvencilhou os pensamentos...Azriel logo a buscaria. Só faltava – ela olhou no relógio e se lembrou de Lucien, sentindo uma dolorosa saudade – só faltava uma hora para o Az a pegar.

Gwyn suspirou, e inquieta começou a balançar a perna nervosamente. Ela fitou o relógio... os ponteiros passavam tão devagar que a estavam enlouquecendo. Gwyn se levantou e saiu da casa, indo para o ringue, para fazer algum exercício e espairecer a mente.

Ela pegou suas luvas de proteção, foi até o saco de pancadas, e o socou com força. Um, dois...Um, dois... Um, dois... – igual Cassian lhe ensinava... – Um, dois...Um, dois...

- Sabia que iria te encontrar aqui – disse Merida, fazendo Gwyn se voltar pra ela de susto – Desculpe...te assustei?

- Não...quer dizer, sim – ela sorriu hesitante, e Merida devolveu a mesma hesitação – O que faz aqui? – Gwyn não queria ser ríspida, afinal Merida era sua amiga.

- Sei que te tratei um tanto distante, e...eu preciso conversar com você sobre isso...

- Eu entendo Merida – Gwyn analisou suas luvas enquanto falava – Você não tem culpa.

- Mesmo assim...me sinto culpada.

- Tá tudo bem...

- Você tem um minuto?

- Eu tenho uma reunião. Quem sabe depois...

- Prometo não demorar.

- Tudo bem – disse Gwyn, cruzando os braços.

- Mas não aqui onde eu posso ser vista – Merida olhava aos arredores.

- Eu não posso ir lá, você sabe disso. – Gwyn podia ir na biblioteca, mas só. Porém nem isso ela queria, não com tantos olhares furtivos. Então quando queria um livro, mandava Nestha ou Emerie pegarem pra ela, ou mesmo o Cassian.

-  Você sabe que eu tenho meus truques. Ora, vamos sim?

- Não sei não, Merida. Acho que não é uma boa ideia.

- Mas o que tenho pra dizer, é importante. 

Gwyn olhou cética pra ela.

- Por que está insistindo tanto?

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora