Capítulo 5

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Tinham mãos a tocando...A apalpando e apertando seu corpo até machucar... O macho a pegou, e colocou ela sob a mesa. Ela lutava, mas era em vão...Não conseguia sair...Não conseguia escapar...O grito dela era oco...E ele ria...ria ao ver o desespero dela, ria de suas lágrimas...Ele a beijou de forma que a machucava, que sangrava seus lábios...

- Fique quietinha, se não será pior.

- Me solte! Saia de cima de mim!!

Ele lhe deu um soco em sua bochecha, que a fez cair pra trás, enquanto subia na mesa, e se colocava encima dela, separando as suas pernas.

- Não! Não! Por favor...Não! – ela soluçava, enquanto tentava fechar suas pernas. Mas era em vão, era tudo em vão...

- Sempre quis saber como era comer uma sacerdotisa... – e os outros companheiros dele riam, enquanto ele rasgava suas roupas. – E os Deuses me deram você... pra eu provar... – ele lambeu os lábios, olhando a nudez exposta dela.

Gwyn poderia morrer, mas morreria lutando. Por isso começou a se debater debaixo dele. O macho pegou uma tira de tecido que tinha rasgado de suas roupas, e colocou em volta de sua boca, amarrando por trás de sua cabeça, enquanto ela se debatia...

- Agora quero ver você gritar, santinha. – Ele pegou seus pulsos, com suas mãos imundas, levando os braços de Gwyn ao alto de sua cabeça, enquanto abria suas pernas bruscamente.

Ele a invadiu sem piedade, e ela gritou de dor em meio ao lenço...Ela chorava copiosamente, enquanto sua vida estava lhe escapando de suas mãos...sua dignidade, sua virtude, sua pureza estavam sendo destroçadas aos poucos...

Gwyn estava morrendo...morrendo a cada invasão, e ninguém mais poderia salvá-la. Nem ela mesma...

- Tão imaculada. – Ele dava estocadas bruscas, e Gwyn começou a ficar desnorteada... Já não sabia mais quem era, só queria que aquilo acabasse, que a dor acabasse...

Então, veio outro... E...

Ela tinha que lutar...Mas não tinha forças...

E um choro sufocante a fez gritar em meio a dor...

- Ahhhh!!!! – Gwyn acordou sobressaltada em sua cama, suando frio, com o coração disparado.

Ela tremia dos pés à cabeça, estava tão trêmula que sentia seus dentes baterem um no outro. Ela puxou seu cobertor do frio congelante que sentia.

Gwyn precisava da luz...Precisava da luz...

Com uma coragem ensandecida, ela se levantou, ainda com o cobertor, como se fosse alguma proteção, e em meio ao choro estrangulado, ela dizia a si mesma:

- Preciso da luz...Preciso da luz... – deu um passo devagar, um após o outro, se escorando entre as paredes. Por fim, ela conseguiu acender a luz de seu quartinho.

Tudo se iluminou. Ela se sentiu um pouco menos pior.

- Foi só mais um pesadelo... Um pe-pesadelo... – Gwyn tremia... – Um pesadelo que aconteceu... – ela foi escorregando pela porta – Que foi re-real... – Trêmula ela chegou ao chão, sufocando o choro no cobertor.

Os pesadelos que sempre a assombravam, como se fossem um lembrete para nunca esquecer quem ela era, haviam diminuído desde os treinamentos, principalmente depois de ter vencido o rito, mas depois que foi beijada pelo Azriel...Voltaram com força total...

Ela olhou para o próprio corpo, e se sentiu enojada...

Gwyn apertou seu ventre, como se voltasse a sentir a dor daquela noite...

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora