Capítulo 30

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Lucien e Helion finalmente chegaram a Casa da Floresta, onde Beron residia, sem nenhum imprevisto. Eles estavam um pouco exaustos por terem andado por dois dias, mas saber o que os esperavam, já era adrenalina suficiente para os impulsionar a não se entregarem ao cansaço. Porém logo na entrada eles foram surpreendidos pelo...

- Azriel? – Disse Lucien, surpreso.

- Não pude esperar pelos outros. – Ele disse, com suas sombras ainda mais evidentes em seu rosto e corpo.

Lucien apenas assentiu, enquanto Helion analisava-o sem disfarçar.

- Eles já sabem que chegamos – disse Azriel – E estão na sala do trono – os dois assentiam, e junto andaram em direção a enorme Casa da Floresta.

Eles passaram pela ponte feita de pedras mucosas, onde um rio se passava embaixo dela. Lucien engoliu em seco com as lembranças que invadiram a sua mente... Ele nunca mais tinha pisado naquele lugar, e o fato de ter voltado o deixava ainda mais inquieto para querer ir embora.

Quando eles aproximaram da porta gigante de madeira, ela abriu automaticamente.

Lucien e Helion trocaram rápidos olhares, e sem nenhum guarda para os impedir, os três entraram na Casa, cientes da armadilha que os aguardavam, ou talvez...não tão cientes assim.

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Eles passaram pelo estábulo vazio, e o cheiro de lar invadiu o olfato de Lucien. Ele fechou os punhos pra controlar as emoções...Não sabia que poderia ficar tão mexido tendo que voltar para "casa".

Quando os três subiram as escadas, a porta de vidro logo foi aberta pelo...

- Finalmente o filho pródigo volta a sua casa – disse Aiden. Lucien teve que se conter pra não matar seu irmão bem ali – E quantas visitas interessantes – Aiden fez uma mensura floreada para os três. Nenhum dos três esboçaram reação alguma. Inclusive Azriel parecia mais sombrio que antes –  Nosso pai ficará feliz por ter trazido convidados, irmão.

- Chega de enrolação Aiden – disse Lucien sem um pingo de paciência – Nos leve até ele.

Aiden deu um meio sorriso.

- Como quiser. – E os três acompanharam Aiden para dentro da Casa.

Lucien tentava ignorar cada corredor, e cada espaço daquele lugar, pois se desse muito atenção ele se sentiria sufocado. Helion analisava tudo metodicamente, vendo se tinha alguma magia, e Azriel parecia mais sombras do que feérico.

Depois de vários minutos percorrendo longos corredores, eles chegaram à porta principal, talhada em madeira enfeitiçada. Aiden tocou na porta, e ela se abriu. Quando eles entraram na sala do trono, logo viram  muitos feéricos presentes, entre eles estavam os guerreiros da Corte Outonal, formando um semicírculo...inclusive Lucien conhecia alguns...

Tudo parecia igual. Nada daquele maldito lugar havia mudado – pensou Lucien amargamente – A sala do trono era gigantesca. Suas cores alternavam entre tons de laranja e verde, e de nenhuma forma era aconchegante. Na verdade, ela era cavernosa. Ela só tinha iluminação pelas parcas luzes dos corredores laterais, e pelos vitrais das janelas, onde retratavam toda a conquista dos Grão-Senhores.

Lucien, assim como os outros, pararam em frente ao trono, onde estavam Beron e Éstia. Lucien ignorou sua mãe, se concentrando somente no seu pai. Mas Helion não conseguiu ignorar, pelo contrário, a encarava. Ela engoliu em seco, parecendo mais atormentada que antes. Já Azriel estava atento a todos os movimentos.

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora