Capítulo 25

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Lucien só se lembrava de ter chegado no seu quarto com uma bebida na mão, sentar-se no chão e começar a se embebedar... Lágrimas acumuladas desciam em sua face, e uma dor insuportável invadiu sua alma, como se uma lança tivesse traspassado seu coração... incurável e o infeccionando. Ele começou a chorar sem parar, até dormir com tanto torpor de álcool.

Foi com o cutucão da bota de Jurian, que o fez despertar. Jurian levou o amigo quase inconsciente para debaixo do chuveiro, e começou a reclamar que de todas as imbecilidades que Lucien já fez, essa foi a pior, pois dar banho em macho, era demais pra ele suportar... e ele falou outras coisas que Lucien não se lembrava... depois Lucien dormiu, em um sono sem sonhos.

Quando acordou, uma dor de cabeça terrível o consumiu, assim como várias partes do seu corpo...Ele massageou as têmporas, se recostou na cabeceira, e se lembrou amargamente de um dos piores dias da sua vida...Seus olhos começaram a lacrimejar novamente...

- Inferno! – Ele praguejou alto. E respirou fundo...Aquilo era um pesadelo! Até agora ele não conseguia acreditar que Gwyn era sua irmã...Mas, e se fosse? O que eles tinham feito um para com o outro...O beijo que ele ainda conseguia sentir o gosto... A quentura de Gwyn...Deuses! Calma – disse Lucien pra si mesmo – É isso que ele quer, quer me ver desestruturado. Não posso permitir novamente que isso aconteça. – Só que doía demais...Doía pensar que teria que se afastar de Gwyn, e que ela queria se afastar dele... – ele suspirou frustrado – Porém ela tinha uma certa razão...Como eles ficariam juntos com essa sombra pairando em suas cabeças? Se eles fossem irmãos... Maldição! – Lucien fechou os punhos – Ele tinha que tirar essa história a limpo...Mas até lá...

- Como vou viver sem você, minha pequena raposinha? – disse ele, querendo chorar novamente, e apertou os olhos amaldiçoando sua família, que sempre fazia questão de lhe ferir a cada passo que ele dava...Mas ele estava cansado de ser ferido... Agora era a vez dele de fazer justiça.

Com esse pensamento em mente, ele se levantou cambaleante. Os raios de sol já entravam pelas frestas da janela... E com uma dor de cabeça dos infernos, e dor no corpo, ele foi até seu banheiro, ligou a água pra encher a sua banheira, entrou na água quente, e deixou se afogar nela.

Ele percebeu que as feridas do corpo já estavam se cicatrizando, devido ao contado da água quente, mas as do coração... estavam longe de cicatrizar.

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Helion ficou andando de um lado para o outro em seu escritório. Ele não havia dormido desde quando a bomba caiu aos seus pés. Ele se amaldiçoou tantas vezes, que achou que uma praga cairia sob sua cabeça. Depois amaldiçoou Aiden, aquela peste demoníaca...

Porém Helion sabia que a guerra travada era pessoal...Era entre Beron e ele. E Beron tinha ganhado essa partida. Mas se ele achava que iria vencer...estava muito enganado – Helion passou as mãos pelos cabelos frustrado – Só havia uma coisa a ser feita...contar a verdade para Lucien  – Helion praguejou novamente – Mas não era pra ser assim... Não era nem isso que fora combinado com a Éstia... Porém, nas presentes circunstâncias, as coisas estavam graves demais para continuar escondendo a verdade. Sim...ele teria que contar – Helion passou a mão pelo rosto –  Que os deuses lhe dessem força...Ele nem sabia como Lucien poderia reagir, e ficou nervoso só de imaginar...

Houve um barulho em sua porta.

- Entre – disse de mau humor.

Mas quando ele voltou seus olhos para a porta já aberta, estavam os quatro parados de frente a ele: Lucien, Jurian, Vassa e Gwyn. E nenhum deles pareciam que tinham dormido bem...

Corte em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora