- Queria que eu estivesse como hein? Depois de tantas mentiras.- Pergunto mais irritada.
- Isso não é nada tão grave. - Disse calmo me irritando mais.
- Hoje mesmo irei atrás de Jake e ele vai me contar tudo.
- Vai mesmo colocar a vida do coitado que não tem nada a ver com isso, em perigo? - Murmura.
- Vou, ja que ninguém pensa no meu lado.
- Jake tem razão, você é uma egoísta! - Diz Anne finalmente irritada.
- Você é a menininha do câncer né? - Digo ridiculamente e irritada sem se quer pensar no que falei.
- Você é de dar nojo! - Diz Matt cuspindo as palavras e pegando na mão de Anne que parecia magoada. - Vamos Anne - Murmurou Matt saindo do Hotel.
A água fria descia pelo meu corpo ardente pelos arranhões em minhas coxas finas e brancas. Eu espero conseguir arrancar algo de Jake, antes que seja tarde demais, e assim aproveito para vê-lo, e depois voltarei para Virgínia falar com meus pais. Como estou com saudade deles.
Vesti um jeans apertado e uma camisa branca social, eu não sei porque pegaram minhas piores roupas. Vesti uma rasteirinha baixa, e sai indo até a lanchonete, eu sei que de hoje não passa.
Quando cheguei, senti um forte frio na barriga me lembrando do dia em que conheci Jake, ele parecia um garoto tímido e frágil, quando na verdade é um garoto frio e cheio de segredos escondidos, talvez o tempo tenha feito isso com ele, ou até eu mesma tenha o transformado.
"Meu nome não é John" - Essa frase parece sempre aparecer em minha memória, eu adoro a forma como ele sorri.
- Você aqui. - Ouvi aquela voz grossa e jovem com um tom de desprezo. Eu me virei quando vi aquele lindo par de olhos azuis olhando para mim ardentes e com ódio.
- Eu senti tanto... tanto... sua falta - Disse tentando conter minhas lágrimas.
- Oh sério? Alguém morreu? Foi expulsa de casa? - Disse tentando adivinhar como se eu fosse uma interesseira.
- Eu não entendo porque todos me tratam feito um monstro. - Falei de pálpebras baixas e ele permaneceu em silêncio.
- O que quer aqui? Veio fazer uma visita? - Ironizou
- Eu sei que você sabe de tudo, e eu pensei que pudesse me ajudar. Amélia apareceu para mim. Mas não sei se realmente apareceu ou estou ficando louca ele ficou uns segundos calado.
- E porque eu te ajudaria?
- Eu não sei Jake, e não sei porque eu não podia voltar pra casa, e ninguém entende que tudo o que acontece não sei o que tenho a ver com isso, e não sei o que fazer, não sei o que devo fazer. Eu não tenho chão.
- Onde estava quando a maldita apareceu? - Falou atencioso sem tirar a pose de durão e eu soltei um leve sorriso.
- Primeiro no quarto de hotel depois na praça.
- Hotel? Mas não tem hotel no bosque? - Disse incrédulo mas logo mudando sua atenção para assustadora.
- O que? - Pergunto nervosa.
- Hilary, você sonhou com algum assassinato? - Falou apoiando suas mãos em meus ombros.
- Mas o que isso import...
- Diga! - Falou exaltado
- Tá. - Falei assustada - Eu sonhei.
Quando terminei de falar ele ficou imóvel sem mesmo piscar com suas mãos apoiadas em meu ombro como se tivesse morrido em pé.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Espíritos Malignos
HorrorApós se mudar para uma casa velha no bosque, próximo à uma pequena cidade, a família Bailey começa a ter grandes problemas. Hilary, a filha caçula, passou a perceber atitudes estranhas em sua família e acontecimentos mal explicados em sua casa...