31. Sufocada

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- Queria que eu estivesse como hein? Depois de tantas mentiras.- Pergunto mais irritada.

- Isso não é nada tão grave. - Disse calmo me irritando mais.

- Hoje mesmo irei atrás de Jake e ele vai me contar tudo.

- Vai mesmo colocar a vida do coitado que não tem nada a ver com isso, em perigo? - Murmura.

- Vou, ja que ninguém pensa no meu lado.

- Jake tem razão, você é uma egoísta! - Diz Anne finalmente irritada.

- Você é a menininha do câncer né? - Digo ridiculamente e irritada sem se quer pensar no que falei.

- Você é de dar nojo! - Diz Matt cuspindo as palavras e pegando na mão de Anne que parecia magoada. - Vamos Anne - Murmurou Matt saindo do Hotel.

A água fria descia pelo meu corpo ardente pelos arranhões em minhas coxas finas e brancas. Eu espero conseguir arrancar algo de Jake, antes que seja tarde demais, e assim aproveito para vê-lo, e depois voltarei para Virgínia falar com meus pais. Como estou com saudade deles.

Vesti um jeans apertado e uma camisa branca social, eu não sei porque pegaram minhas piores roupas. Vesti uma rasteirinha baixa, e sai indo até a lanchonete, eu sei que de hoje não passa.

Quando cheguei, senti um forte frio na barriga me lembrando do dia em que conheci Jake, ele parecia um garoto tímido e frágil, quando na verdade é um garoto frio e cheio de segredos escondidos, talvez o tempo tenha feito isso com ele, ou até eu mesma tenha o transformado.

"Meu nome não é John" - Essa frase parece sempre aparecer em minha memória, eu adoro a forma como ele sorri.

- Você aqui. - Ouvi aquela voz grossa e jovem com um tom de desprezo. Eu me virei quando vi aquele lindo par de olhos azuis olhando para mim ardentes e com ódio.

- Eu senti tanto... tanto... sua falta - Disse tentando conter minhas lágrimas.

- Oh sério? Alguém morreu? Foi expulsa de casa? - Disse tentando adivinhar como se eu fosse uma interesseira.

- Eu não entendo porque todos me tratam feito um monstro. - Falei de pálpebras baixas e ele permaneceu em silêncio.

- O que quer aqui? Veio fazer uma visita? - Ironizou

- Eu sei que você sabe de tudo, e eu pensei que pudesse me ajudar. Amélia apareceu para mim. Mas não sei se realmente apareceu ou estou ficando louca ele ficou uns segundos calado.

- E porque eu te ajudaria?

- Eu não sei Jake, e não sei porque eu não podia voltar pra casa, e ninguém entende que tudo o que acontece não sei o que tenho a ver com isso, e não sei o que fazer, não sei o que devo fazer. Eu não tenho chão.

- Onde estava quando a maldita apareceu? - Falou atencioso sem tirar a pose de durão e eu soltei um leve sorriso.

- Primeiro no quarto de hotel depois na praça.

- Hotel? Mas não tem hotel no bosque? - Disse incrédulo mas logo mudando sua atenção para assustadora.

- O que? - Pergunto nervosa.

- Hilary, você sonhou com algum assassinato? - Falou apoiando suas mãos em meus ombros.

- Mas o que isso import...

- Diga! - Falou exaltado

- Tá. - Falei assustada - Eu sonhei.

Quando terminei de falar ele ficou imóvel sem mesmo piscar com suas mãos apoiadas em meu ombro como se tivesse morrido em pé.

Espíritos MalignosOnde histórias criam vida. Descubra agora