4 . Nunca irei me esquecer

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-Mãe. -Falei brincando com a colher na xícara. Ela me olhou parando o seu serviço e me servindo leite quente. -Charles não vai aparecer não é ? -Mamãe torceu os lábios de olhos baixos, ela parecia estar incomodada com algo.

-Pra falar a verdade, não sei querida. -Apoio suas mãos em meus ombros. -Eu, seu pai e seu irmão vamos a cidade...quer ir ?-falou tentando me animar.

-Não. Vou ficar aqui, talvez Charles apareça.

-Filha, por favor esqueça Charles.

-Que? - Falei indignada.

-Quer que eu traga alguma coisa querida? -falou mudando de assunto como se nada tivesse acontecido.

-Não. - Respondi com indiferença. -Obrigada! -falei em tom irônico.

Ela ignorou e eu sai da cozinha indo ao meu quarto.

- Posso entrar? - Matt perguntou do outro lado da porta abrindo.

-Já entrou. -Suspiro

- Hilary? -resmungo -Você acha que Charles vai aparecer? -falou sem esperanças.

-Torço pra isso, Matt. -Falei entristecendo.

-Essa casa é sinistra, desde que se mudamos pra cá eu sinto algo estranho na casa, mas não sei o que... -falou fazendo gestos.

-Sério? -Falei empolgada. -Agora sei que não estou maluca.

Ele se assustou.

-Você também sente?

-O porão Matt.

-Que? -Falou sem entender.

-Acho que Charles pode estar lá!

Ele gargalhou.

- Só se ele for ninja né? -falou em tom sarcástico. - A mãe ainda não tem chave, e como ele entraria? O porão não é aberto há um ano... quando outra família morava aqui.

-Você sabe quem morava aqui ? -Perguntei interessada.

-O pai disse que era uma... -Ele parou -Já vou indo, tenho que me preparar para ir a cidade.-ele falou saindo

-MATT UMA O QUE ? -gritei e ele já havia saído. - Droga - resmunguei.

Me levantei e tomei um banho, desci as escadas e fui à cozinha, todos já haviam saído, e a única coisa que eu ouvia era o terrível silêncio da casa. Eu ainda não entrei em todos os cômodos, então comecei a andar pela casa.
Olhei um cômodo todo empoeirado então entrei e comecei passar os dedos nas prateleiras de madeira, era uma sala de leitura, eu acho, haviam livros, uma escrivaninha, um sofá de couro preto ao canto da sala, muitos papéis e um toca discos. Olhei na prateleira de discos, haviam muitos, decidi testar o toca discos, então escolhi qualquer um e coloquei, logo me arrependi. Começou tocar uma ópera, deixei o disco tocar e comecei olhar as prateleiras de livros. Eram muitos, mas bem estranhas.

"Alma ao diabo"

"Invocar o demônio"

"Livro de bruxaria"

"seita De 1912"

Exatamente o ano em que meu pai estava lendo o jornal que achou na casa. Peguei o "Ceita D 1912" e folhei a primeira página. Tinha imagens estranhas parecida com rituais. Tinha uma imagem do demônio e palavras Bulgária. Fui folheando e vi a imagem mais estranha, um lugar estranho com uns palhaços de brinquedo, e uma longa escada pra subir não sei aonde.

Espíritos MalignosOnde histórias criam vida. Descubra agora