- Tem uma coisa sobre mim que você não sabe... - Falou e depois continuou. - Meu nome não é John.
Pov. Meu nome não é John
Quando eu admiti que meu nome não é John ela apenas bateu de leve em meu ombro e sorriu.
- Meu nome é Jake.
-Ok. - Foi só o que ela disse.
Eu olhei seus olhos por longos segundos viajando em seu olhar.
De que garota eu estava falando? Nenhuma. Eu só estava constantemente em vias de tentar beija-lá. E não pensava em como fazer isso.
Afastamos nossos corpos e começamos a rir do nosso beijo maluco e desajeitado, feito duas crianças. Pois nosso beijo foi desajeitado, destrambelhado, sem jeito. Parecíamos crianças em seu primeiro beijo. Mas era pra ser assim, eu acho. Eu pensei que depois ela tentaria me matar, mas não apenas deu um sorriso estreito e depois caímos naquela gargalhada gostosa.
- E aí, onde vamos? - Perguntou ainda rindo.
- Vou te apresentar pro meu pai, afinal você vai dormir em casa -dei um sorriso.
- E se ele não gostar de mim? -perguntou preocupada.
E parei pensativo.
- Você pode dormir no meu latão -falei coçando o queixo e ela riu -to brincando, tenho certeza que ele vai gostar de você, afinal você mesmo suja assim, e com essas roupinhas, você cheira bom.
- há há há -Ela deu uma risada estranha -Obrigada eu acho.
Pov. HILARY
Sorri e fomos até o carro, agora eu iria conhecer seu pai, seu pai sim se chama John.
- Boa noite garotos -disse seu pai sorrindo saindo pela porta de entrada.
Sua casa era bem simples mas bem ajeitada, mesmo minha casa sendo gigante eu sabia que seria muito melhor conviver com esses desconhecidos.
- Boa noite pai, essa é Hilary. - me olhou com o canto dos olhos e o pai dele sorriu.-Minha amiga. - Senhor John o olhou com um sorriso malicioso e eu estremeci.
Estendi minhas mãos e o comprimentei.
- Sou John.
- Eu sei. - Sorri
-Pai -senhor John o olhou -ela vai ficar aqui alguns dias, ela não é da cidade e não tem lugar pra ficar.
- Há, mas e suas malas. - disse sorrindo.
- Bom ela não trouxe, bom ela disse que ia ficar só hoje mas fez mudanças de plano. -Disse Jake e John me examinou de cima a baixo e Jake esclareceu - ela caiu de bicicleta. - Forçou um sorriso.
- Oras, acho que alguém vai ter que te ensinar a andar direito de bicicleta -senhor John deu uma piscadela e eu sorri.
- Pai -repreendeu Jake.
- Também acho -falei debochando e ele sorriu.
- Mostre a casa pra ela Jake.
- Ok. Vamos Hilary.
- Vou voltar pra lanchonete, comporte-se. - disse John saindo.
Entramos na casa e realmente ela era bem ajeitada, mas antiga e simples, mas não dava medo que nem a outra casa. Quando o silêncio me fazia lembrar Alex, o meu grande amor e pai de meus filhos imaginários.
- Hilary -disse Jake
- Vamos conhecer o quarto que você vai dormir? -Falou animado e eu assenti
Subimos e entramos na segunda porta a direita, um quarto espaçoso e bonito, papéis de parede floridos e cortinas brancas de seda, sim bem arrumado.
- Gostou né? -Falou convencido
-Mais ou menos - debochei -melhor que o lugar que acordei hoje-deixei escapar.
- O que disse? - perguntou estranhando.
- Hã ... eu disse que eu queria ter acordado aqui hoje -falei desentendida.
- Há sim. - Sorriu -devia. - Riu de canto. -vou preparar nosso jantar, estou faminto.
- Tá bom. - murmurei.
- Bom, ai no armário tem roupas limpas pode vestir -falou saindo do quarto e eu estranhei.
Será que ele tem uma irmã?
Fui até o banheiro me despi e tomei um banho rápido aliviando aquela sujeira do corpo. Eu me sentia nova. Meus pulsos já não sangravam mas estavam marcados então eu ia ter que esconde-los, mas já estava sujo minhas faixas, então lavei e me enrolei na toalha indo até o armário, escolhi uma blusa leve de manga comprida, também de seda branca, e um shorts leve. Deixei meus cabelos molhados soltos e desci para ajudar Jake com o jantar.
- Precisa de ajuda? -Perguntei chegando na cozinha e ele se assustou.
- Opa me desculpa se te assustei -debochei.
- Você não me assustou -debochou fazendo bico. - To fazendo macarronada, esta quase pronto, não se preocupe. Tem suco de frutas na geladeira e só pegar. - Deu uma pausa e se virou pra mim -Está bem mais cheirosa agora. -sorriu falando com calma e eu dei um sorriso estreito.
- De quem são essas roupas? - mudei de assunto.
- Era da minha mãe -falou sem emoção.
- O que houve com ela? Quer dizer me desculpe. -falei sem jeito.
- Eu não sei, foi embora , é o que meu pai diz. Mas eu conheço minha mãe e se ela foi embora não foi à toa. - disse sem tirar os olhos da panela.
- Entendo -foi só o que eu disse. Afinal eu não iria perguntar nada sobre isso, certamente ele ia querer saber minha vida depois e me expulsaria daqui.
- Bom, está quase -se referiu ao macarrão e sorriu. - Podemos ir lá em cima enquanto isso -falou sem jeito.
- Fazer o que? -falei sem emoção.
- Conversar um pouco, passar tempo -soltou um riso e eu o fitei séria sem entender -Acha que quero transar com você? -falou debochando e eu revirei os olhos.
- Claro que não -menti -só o jeito que você falou que soou mal, muito mal. -falei calmamente.
- Eu sei, foi de propósito. -deu um sorriso estreito subindo correndo e o segui.
***
No final nem ficamos no quarto ele só subiu pegou uma blusa e voltamos para baixo, acabamos de jantar e agora estamos em um lago aqui fora, com a brisa das árvores em nosso rosto. A noite está linda, mas a noite me trouxe lembranças dolorosas e meu grande amor. Alex, será que ele sabe que estou bem? Será que ele sente minha falta? Será que devo voltar? Ele esta tratando bem de Killer? Tudo tumultuado em minha cabeça em busca de respostas.
- Hey, você está bem? -Perguntou Jake me olhando nos olhos.
- E-estou, porque não estaria? -Falei tentando esconder a tristeza em minha voz e disfarçando com um sorriso.
- Porque está chorando. - Afirmou e eu passei a mão em meus olhos sentindo as lágrimas escorrerem, eu nem tinha me dado conta que o estava já a chorar e então as lágrimas desceram ainda mais até um choro mais intenso. Jake se aproximou de mim me pondo em seus braços me consolando. Agora eu já não conseguia controlar minhas lágrimas.
- Se eu te contar porque estou assim, vai achar que sou uma maluca.
- Eu já te acho maluca por ficar na casa de um estranho que conheceu hoje. - Falou com um tom de deboche e eu o encarei séria.
- Estou falando sério -falei com desânimo e saindo de seus braços mais calma.
- Porque não tenta ?
Eu sabia que podia confiar nele, mas não sabia se ele iria acreditar em tudo que eu disser.
- S-sou Amélia.
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Espíritos Malignos
KorkuApós se mudar para uma casa velha no bosque, próximo à uma pequena cidade, a família Bailey começa a ter grandes problemas. Hilary, a filha caçula, passou a perceber atitudes estranhas em sua família e acontecimentos mal explicados em sua casa...