12. Suicídio de Hilary

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- Bom e aí? Vai aceitar carona de um bobo da corte que conheceu hoje, e você não sabe nada sobre ele? -Perguntou.

- Bom... - o fitei séria -eu já disse que estava brincando sobre o fato, "bobo da corte", e eu estou super mega chateada por você ter me enganado E -falei com ênfase no "e" - eu sei de você mais que você possa imaginar -dei uma piscadela e continuei andando.

- Sabe é? - Falou incrédulo.

- Sei que seu pai tem uma lanchonete, que você vive sorrindo, que não tem falado muito com mulheres porque as mulheres daqui são fedidas, que você tem água encanada, e que seu suco favorito é de laranja. - terminei e ele sorriu.

- Esqueceu uma coisa...

- Hm?

- Que você me deixa nervoso -soltou um sorriso estreito sem me olhar. - Mas e aí, a única coisa que sei de você é que caiu de bicicleta e seu suco predileto é laranja.

- Esqueceu uma coisa... - Dei um sorriso amarelo.

- O que? -Falou torcendo os lábios.

- Você também me deixa nervosa. - Sorri e ele corou. - Você me dá medo -esclareci meu nervosismo e ele soltou uma um riso engraçado.

- Poxa vida ! -Falou novamente com as mãos na cabeça e eu ri. - Quer ir ao cinema comigo? - Não vai me falar de você? -Perguntou de braços cruzados.

- Meu nome é Hilary Bailey, tenho 18 anos... - Torci os lábios pensativa. - Minha vida é um tédio, moro em Virgínia em um bosque esquisito onde tinha uma seita satanista à um século atrás... - Pensei de novo -Tenho um amigo imaginário chamado Alex -menti -Um cachorro chamado Killer e não sei onde ele está.

- Veio procurar ele na cidade? -Debochou.

- Não, na verdade não sei como vim parar aqui. -Fui sincera.

- Como isso? -Falou impressionado.

- Eu acho que me embebedei muito -Falei com voz de molenga revirando os olhos de deboche e ele riu.

- Você é demais -Me descabelou.

- Ei cara, meu cabelo, minhas regras ! -Falei o fitando sério e ele riu de novo.

- Foi mal.

-John... - Falei em tom baixo.

- Sim? -Parou e ficou me olhando.

- Eu não sei se quero voltar a Virgínia, Tá bom? -Fui sincera de novo.

- Bom, não vou te perguntar o porque, mas se quiser conversar é só falar comigo. - Forçou um sorriso e eu o agradeci.

- Mas tem um problema. - falei pensativa -Não tenho lugar pra ficar. - Falei enquanto nós se aproximava de uma caminhonete velha, vermelha e enferrujada. -Seu? -Assentiu -Será que eu poderia dormir ai dentro -falei super convencida que sim.

- Não, claro que não -falou incrédulo e eu abaixei as pálpebras -Você pode dormir na minha casa.

- Não posso aceitar.

-Então volte a Virgínia -cruzou os braços

Revirei os olhos -Panaca -aceitei.

-Vamos ao cinema ? -perguntou empolgado.

- Cinema nessa cidade? Wooow... -falei "woow" calmamente e surpresa.

- Parece mentira né? - me olhou sorrindo

-Mas ainda é cedo.

- O cinema abre as duas, já são meio dia. Vamos almoçar, certo?

-Ok. - Sorri e segurei sua mão.

Espíritos MalignosOnde histórias criam vida. Descubra agora