Espíritos Malignos

34. A explosão da casa do bosque - Parte III (Penúltimo capítulo)

#musica da mídia acima (durante explosão da casa) /Blink 182 - Stay Together For The Kids/

É difícil acordar
Quando as cortinas vem sendo puxadas
Essa casa é assombrada
É tão patético
Isso não faz sentido nenhum
Estou maduro com coisas a dizer
As palavras apodrecem e caem
Que poema estúpido poderia consertar essa casa?
Eu o leria todo dia

Então aqui está seu feriado
Espero que vocês aproveitem dessa vez
Vocês desistiram de tudo
Isso era meu
Então quando vocês estiverem mortos e enterrados, vocês vão
Lembrar dessa noite
Vinte anos agora perdidos?
Isso não está certo!

A raiva deles machuca minhas orelhas
Vem ficando mais forte a sete anos
Preferível então consertar o problema
Eles nunca os resolvem
Isso não faz sentido nenhum
Eu os vejo todos os dias
Nós seguimos em frente, então por que eles não podem?
Se é isso o que ele quer
E é isso que ela quer
Então por que há tanta dor?

Então aqui está seu feriado
Espero que vocês aproveitem dessa vez
Vocês desistiram de tudo
Isso era meu
Então quando vocês estiverem mortos e enterrados, vocês vão
Lembrar dessa noite
Vinte anos agora perdidos?
Isso não está certo!

Então aqui está seu feriado
Espero que vocês aproveitem dessa vez
Vocês desistiram de tudo
Isso era meu
Então quando vocês estiverem mortos e enterrados, vocês vão
Lembrar dessa noite
Vinte anos agora perdidos?
Isso não está certo!

Isso não está certo!

Pov. Jake (minutos antes da explosão)

Depois de alguns minutos sai do banheiro e encontrei Hilary olhando para as bonecas.

- Pronto? - Pergunta ela se referindo ao casamento.

Sim, eu pensei sobre colocar fogo na casa, eu sabia que hoje tudo acabaria, e tudo o que eu queria, era morrer junto com o amor da minha vida dando seu sonho a ela e livrando ela de seu pesadelo vivenciado no dia a dia.

- Sim - Forcei um sorriso e ela enganchou seu braço direito no meu esquerdo.

Ficamos alguns minutos quietos em frente de um quadro encarando sem dizer nada enquanto ela dava sorrisos bobos.

- Ele disse que você pode beijar a noiva - Disse ela sorrindo e se referindo ao suposto padre que era o quadro que encaravamos com calma.

Eu me virei para ela, pegando a aliança de meu bolso quando ela abriu um sorriso lindo de orelha a orelha, agora parecia seu único momento sã, pois parecia sincera e nada "maluca", eu agora enxergava a antiga Hilary, aquela marrenta e doce, que eu gosto tanto.

- E de verdade? - Disse sorrindo ainda mais, e sua voz era clara, sim ela não parecia mais doida e sim curada.

- Eu quero transformar essa ilusão de verdade. - Digo me referindo aquilo tudo e colocando lentamente a aliança em seu dedo. - Eu não sou bom com palavras, mas eu amo você, eu podia dizer que você é meu primeiro amor, mas não. Anne foi, mas Anne é passado e do passado eu quero distância, eu quero viver o presente, o presente em que amo você, que amo seu sorriso, que amo os seus olhos que brilham cada vez que você sorri, eu quero viver o momento em que se casamos, o agora. - Coloquei a aliança até o fim e percebi seus olhos escorrerem lágrimas acompanhado de um sorriso. — Daqui a eternidade. — Digo sabendo o que vierá acontecer.
Senti um forte cheiro de fumaça envadir minhas narinas, eu não entendia o que estava havendo, mas se Anne estiver colocando fogo na casa, é porque sabe o que quero, sabe que quero ir daqui a eternidade com o amor da minha vida.

- Eu amo você, eu sei que talvez eu esteja ficando maluca ou falando mentiras, mas considere isso a única verdade agora. Eu quero me casar com você um dia de verdade.
- Murmurou

- Eu não sei se estaremos vivos daqui dois dias ou cinco minutos, então por isso tenho essa aliança, casemos de verdade, porque o que importa é o coração - Falei começando a chorar.

- O que foi Jake? - Diz ela atenciosa. Mas a verdade é que sei de tudo, eu sei que Anne matará Hilary, e eu disse para ela ir em frente, eu só não disse que iria junto.

Eu não disse nada, apenas beijei seus lábios finos profundamente sentindo o mundo girar. Eu daria tudo agora para acabar com todo esse pesadelo, realmente casar com o amor da minha vida e ter filhos, dar a ela meu sobrenome a ela. A imagem da primeira vez que a vi passou em meu rosto. A primeira vez que a beijei "meu nome não é John", foi tudo tão repentino, e agora tudo o que mais quero e morrer junto com ela.

— Eu estou com medo. — Falou com voz baixa encostando sua testa na minha de olhos fechados.

— Eu estarei segurando sua mão —Foi só o que eu consegui dizer.

A música clássica começou tocar, aquela ópera desesperadora, e agora odeio ainda mais. O fogo se aproximava cada vez mais enquanto Hilary chorava em silêncio e eu em choque apenas esperava pela morte.

— Eu te amo —Falei de olhos fechados quando o estrondo da explosão aconteceu e mais nada eu vi.

Pov. MATT

— ACABOU! SUA MALDITA!  — Gritei depois da forte explosão na casa. Em seguida vi Anne chorando desesperadamente no carro e comecei a gargalhar olhando para ela e indo até o carro.—Não era isso que queria? — Perguntei ao abrir a porta do carro e ela correr desesperada para a frente da casa que pegava fogo, ficou de joelhos dando murros no chão cheio de cacos de vidro e madeira quebrada chorando. — Eu não entendo
—Falei em transe, na verdade eu não sentia remorso nenhum, e sim um forte prazer ao ver aquela casa pegar fogo com minha irmã dentro.

Depois de alguns segundos Anne engoliu a seco e me olhou :

—Você o matou. — Disse sem me olhar com voz calma.

— O que? — Falei sem entender e ela se levantou me batendo —Fica calma! — Falei tentando acalma-la.

— Jake estava lá dentro! — Disse em berro.

E fiquei sério olhando fixamente, eu não posso acreditar na merda que fiz.

—Não — Fiz um riso irônico —Diga que isso é mentira! DIGA!

Ela assentiu negativamente e baguncei meu cabelo em pânico e empurrei ela fazendo cair em cima dos cacos de vidro e machucando sua perna. Em seguida sai sem dizer nada acelerado o carro.

Continua...