Capítulo 3
Depois do que aconteceu com aquele mago estranho voltei a me isolar sem deixar que ninguém mais entrasse no quarto. Os empregados apenas vinham, deixando as refeições na porta e eu pegava sem ter que entrar em contato com os humanos.
Nesses últimos dias fiquei apenas refletindo em como faria para fugir, já que não aguentaria ficar preso aqui e também não queria. Eu com certeza voltaria para minha vila.
Cheguei a conclusão que poderia usar a confusão que teria quando aquele motim dos empregados acontecesse. No entanto, esperei e nada dos idiotas invadirem. Fiquei me perguntando se amarelaram e desistiram ou se já foram pegos.
De todo jeito, percebi que não podia contar com eles. Tinha que pensar em outra solução...
Fui tirado dos meus pensamentos com batidas na porta. Isso me deixou surpreso, pois já fazia um tempo que ninguém vinha tentar ter contato direto comigo assim. Mas isso não quer dizer que eu queria, muito pelo contrário, queria distância dos humanos.
Decidi por ignorar, voltando a deitar-me na cama. Já cansado de dormir, apenas fiquei olhando para um armário luxuoso que tinha no quarto. Ah, que tédio...
Acho que meu cérebro vai necrosar de tanta falta do que fazer...
Pensei que poderia simplesmente fingir que a pessoa do lado de fora não existia, mas as batidas na porta não acabavam nunca. Suspirei. Quem diabos poderia ser? Era tão irritante o quanto era insistente...
— O que é?— rosnei irritado.
— S-senhor Jimin, vim dar o recado do Mestre!— escutei sua voz fina e suave, mostrando se tratar de uma mulher. Também pareceu bem amedrontada.
Pelo visto, era mais uma humana medrosa que nem mesmo conseguiria olhar para o meu rosto.
Bufei, levantando-me e indo até a porta. Abri e me deparei com uma garota baixinha de longos cabelos castanhos na qual nunca tinha visto antes por aqui.
— M-me desculpe por atrapalhar, s-senhor Jimin. O M-mestre mandou e tive que vir deixar a mensagem...— parecia estar com tanto medo que estava toda encolhida, intercalando o seu olhar do meu rosto para o chão.
Será que o Jeon era um sádico? Porque mandar essa garota até mim, sabendo o quanto ela tinha medo? Se bem que aqueles idiotas falaram que ele era tirano, então realmente pouco importava o problema dela para ele.
— O que aquele maldito quer?— perguntei, cruzando os braços.
— E-ele disse para o senhor ir jantar consigo.— falou quase como um fio de voz.
Fiquei boquiaberto com a mensagem que aquele bastardo mandou. Será que ele enlouqueceu? Porque eu, Park Jimin, iria ter o desagradável momento de ter uma refeição com um humano odioso?
Ele só podia estar brincando...
— Ridículo.— indaguei, incrédulo.— Volte e diga a ele para morrer engasgado com esse jantar estúpido.
Fiz menção de voltar ao meu quarto, mas fiquei muito surpreso ao ser parado com suas mãos pequenas segurando meu braço.
— S-senhor Jimin, p-por favor!— falou desesperadamente.— O mestre irá brigar comigo se voltar sem uma resposta positiva sua!
Que porra... o que ele quer?! Não vai ganhar nada em ter uma refeição comigo. Ou melhor, porque do nada isso?!
Bufei já pronto para afastá-la, expulsando-a daqui, mas então percebi como estava seu rosto. Fechava os olhos fortemente e ainda tremia, segurando meu braço.
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Ulin
RomanceJimin era um Ulin, uma raça que era caçada pelos humanos por causa de seus belos olhos vermelhos como um rubi e por seu sangue que ao ser ingerido podia curar qualquer doença. Por esse fato, ele foi preso e passou um longo período sofrendo como escr...