Um chá da tarde com a maldita princesa

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Capítulo 15

Não sabia onde estava com a cabeça quando aceitei isso, sinceramente. Só de ver uma agulha, meu corpo treme. Se torna algo irracional e então só sinto muito medo. No tempo que fui escravo, já retiraram muito sangue e eu sempre senti medo, mas o medo era mascarado pelo ódio e pelo menos conseguia esconder, ou pelo menos não pensar nisso. Mas e agora? Agora a raiva não é suficiente para esconder, não na frente de Jeon Jungkook.

— Você está bem?— perguntou preocupado, me encarando enquanto segurava meu braço e parando a seringa que estava prestes a entrar na minha pele.

Eu aceitei essa merda, mas como condição pedi que ele quem retiraria meu sangue. Apesar de não gostar do Duque, ele era aquele que sabia que faria da melhor forma.

— Se eu disser que estou, estaria mentindo.— respondi, sem conseguir tirar meus olhos dela. Meu sangue parecia congelado de tanto que suava frio e minhas mãos tremiam.

Não queria parecer tão idiota e fraco assim, mas era totalmente involuntário. Eu olhava para aquilo e lembrava da minha dor. Lembrava de tudo o que passei e isso me deixava muito doente.

— Então vamos parar.— fez menção de se afastar, mas segurei a mão que ele segurava o instrumento.

— Não.— dessa vez, disse firme, olhando em seus olhos.— Você vai tirar meu sangue para a princesa e vai me contar o porquê não posso ser livre novamente.

Ele suspirou com um olhar incerto. Era impressionante como hoje aquele Duque sem expressão, estava se expressando tanto.

— Certo.— mesmo não parecendo seguro disso, assentiu e voltou a aproximar.— Vou tirar apenas um pouco. Tenho certeza que é o suficiente.

Eu assenti e fechei os olhos, virando o rosto. Não podia ver, não queria ver, estava tão assustado.

Foi então que senti algo fino tocar em minha pele, logo a penetrando causando uma leve dor. Meu coração disparou e eu mordi o lábio inferior. Se acalme, Jimin. Se acalme. Não vou surtar aqui.

Estava a beira de uma crise de pânico, mas senti uma mão grande e quente apertar levemente o meu braço. Abri meus olhos, olhando na direção de onde vinha todas aquelas sensações. Tive o desgosto de ver a seringa sugando o meu sangue e preenchendo todo o seu frasco, mas também vi Jeon Jungkook segurando meu braço com todo o cuidado e sua expressão séria e centrada, prestando atenção no que fazia.

Por algum motivo me senti melhor. Ele não me faria mal como os outros, fizeram. E eu pude sentir isso com seu toque e sua expressão preocupada.

Com o frasco já cheio, ele pegou um pequeno pano e me deu.

— Pressione seu braço quando eu tirar a agulha.— alertou e eu assenti.

Assim pude sentir o metal saindo, me trazendo um enorme alívio, e logo cobri com o pano.

Ele me soltou e levou a seringa em frente a seu rosto, analisando o sangue com uma expressão nada boa. Realmente, não podia saber o que se passava em sua cabeça.

— Me desculpe por isso, Jimin.— disse, suspirando, depois depositou o instrumento de volta na mesinha que haviam trazido com alguns aparatos médicos.— Você está bem? Não se sente mais fraco?

Depois disso um homem que se vestia de branco, na qual trouxe esses instrumentos, pegou a mesinha de carrinhos e levou embora. Assim ficamos apenas nós dois novamente.

— Estou bem, isso não é nada para um Ulin. Agora cumpra com o que prometeu.— falei firme, o encarando e pondo o pano que segurava de lado.— Porquê não posso ir embora?

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