O silêncio dentro do Mercedes de Lando era incômodo. Amelie estava tensa, mas o piloto estava virando a esquina de sua casa. A garota ficou pensando nas coisas que disse para entender o que deixou Lando quieto daquela forma. Será que ele realmente estava com tanto ciúmes assim de um cara que não tinha nada a ver com ela? Será que ele não percebia o quanto ela o amava? Será que ele não imaginava que estar longe dele era doloroso demais?
-Obrigada pela carona.
Lando deu de ombros enquanto encarava a rua escura.
-Não foi nada, eu literalmente só dirigi de volta para casa.
Amelie assentiu e colocou a mão na porta.
-Eu ouvi os meninos falarem brevemente sobre um after party... - a garota hesitou - Você não queria ir?
-Pensando melhor, eu realmente deveria ter ido.
Amelie mordeu o lábio inferior enquanto encarava Lando. Ele estava bravo, aquilo deixava Amelie irritada, mas naquele momento, a expressão dura de Lando a deixou excitada.
-Você... Quer entrar?
O garoto negou com a cabeça.
-Só quero ir para casa.
A piloto suspirou.
-Você não vai beber quando chegar em casa, vai?
Lando voltou sua atenção a Amelie com o cenho franzido.
-O que a faz pensar que eu vou beber?
-Você está irritado e eu estou com um pressentimento...
-Pode ser que eu beba. Eu sei que odeia, mas não tem problemas, não somos mais um do outro mesmo.
Amelie foi atingida pelas palavras que saíram da boca de Lando como facadas profundas em seu peito. A garota entendia o por que ele estava agindo daquela forma, depois de uma frase que ela falou tão indiferente. Não pensou que aquilo afetaria tanto Lando, mas a afetou também. A maneira dura e seca que ele cuspiu as palavras fez com que um nó se formasse na garganta da garota.
-Acho que é isso, então - a voz de Amelie saiu embargada - Eu disse, você disse, não temos mais nada, o nosso beijo de hoje, foi o último.
Lando mordeu a parte de dentro de sua bochecha e encarou a rua, seu braço apoiado na lateral da porta e sua mão encostada em seu rosto.
-É, acho que sim.
Amelie assentiu, a indiferença de Lando machucava mais que suas palavras.
-Uma hora ou outra, isso ia acontecer. Acho que não somos... - Amelie pausou antes que as lágrimas escorressem pelo seu rosto - Maduros o suficiente para isso, não é?
-Acho que não.
A garota encarou seu vestido, suspirou e abriu a porta.
-Uma última coisa. Eu sei que as coisas vão ficar estranhas, eu sei que disse coisas a você que o magoaram, mas eu realmente gostaria de ter uma amizade com você - Amelie estava do lado de fora do carro inclinada na janela - Eu amo... Eu gosto de ficar com você, é um dos meus melhores amigos. Não sei se será saudável para nós nos afastarmos radicalmente...
Lando deu de ombros.
-Passamos um mês sem nos falarmos e você pareceu bem. Vai conseguir superar se não nos falarmos a vida inteira...
Dessa vez, a voz de Lando embargou no final de sua frase. Para quem ele queria mentir, ele morreria se passasse mais tempo sem Amelie, mas ele estava irritado. Naquele momento, as palavras saiam de sua boca sem que ele pensasse.
-Mais uma vez, obrigada pela carona.
Lando assentiu, sem tirar os olhos do para-brisa.
Amelie se afastou do carro e cruzou a fachada de sua casa, abriu a bolsa. Antes que ela encontrasse a chave de sua casa, Lando saiu com o carro cantando pneus, mas o garoto foi na direção contrária a sua casa. Amelie não conseguiu encontrar a chave na pequena bolsa de mão e desmoronou no chão enquanto chorava. Sua maquiagem era a prova da água, a maravilhosa máscara de cílios de sua patrocinadora La Belle não era testada em animais e tinha alta cobertura - a garota decorou aquela frase para gravar um stories naquela semana.
Amelie soluçava, estava desesperada com a dor que sentia em seu peito. Por que Lando estava tão indiferente? Será que ele sentia-se mal também? Será que ele já estava cansado dela? A cabeça de Amelie estava lotada de dúvidas, ela estava confusa, não achou que dessa vez seria assim: o fim.
Lando acelerou o Mercedes pelas ruas residenciais de Reading. O carro voava com a alta velocidade e o garoto sentia o frio na barriga, mas aquele pequeno frio na barriga não diminuiria a dor em seu peito. Lando arrochou a gravata borboleta e abriu os primeiros botões da camisa, sentiu-se sufocado.
Não sabia como, mas teria que aprender a viver sem Amelie. Aquele um mês que os dois não se falaram foi apenas uma prévia do que viria daqui para frente. Seria um, dois, três meses sem conversa, toques, beijos, sem escapadas. Os dois seriam apenas bons amigos ou colegas que se cruzariam no paddock.
Lando não poderia conviver com aquilo e ele não queria acreditar que Amelie poderia viver daquela forma.
O garoto estava na metade do caminho para o centro da cidade, quando virou o carro bruscamente em um cruzamento, quase causando um acidente. Lando retornou para a rua da casa de Amelie, acelerando.
Ele estava muito irritado, mas aquela conversa não podia acabar daquela forma. Eles não podiam acabar tudo daquela forma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑡𝑜 𝑆𝑢𝑟𝑣𝑖𝑣𝑒 3 - Sobrevivendo ao Sonho | Lando Norris
Fiksi PenggemarCONCLUÍDA - Terceira parte da série 𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑡𝑜 𝑆𝑢𝑟𝑣𝑖𝑣𝑒 Aproveitar a vida no que ela tem de melhor, é a definição de viver no dicionário. Viver é diferente de sobreviver, que é definida como um ato de resistir. Amelie Quill viveu seu pri...