Capítulo XI - Amargo.

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— Impressionante... —disse o Jeon mais velho segurando o aparelho celular com um vídeo sendo reproduzido— É só o gato sair que os ratos fazem a festa.

O homem de 50 e poucos anos estava enfurecido. Alguém tinha mandado um dos vídeos do festival que Jungkook participou, e como esperado, o mais velho não gostou nada disso.
Falso moralista, sem medo algum de cometer o mesmo erro do passado.

— Eu tiro notas boas, não dou trabalho nenhum, sou um bom filho, —criou coragem para falar mas se afastou primeiro, não podia arriscar— eu também posso me divertir.

— Se divertir? Você chama isso de diversão? —cuspiu as palavras de forma rude— Agora você vai me ouv...

— Não, quem vai ouvir agora é o senhor. —interrompeu o mais velho, que tinha sangue em seus olhos— Eu não sou um maldito boneco que vocês podem simplesmente controlar e descartar quando não precisam mais. Eu tô cansado desse teatro, se eu soubesse que ia ser recebido assim eu teria continuado com o Namjoon e o Jin, eles sim seriam bons pais pra mim.

— E ainda tem isso? Você tava na casa de dois viados?? —riu seco— SÓ ME FALTAVA ESSA AGORA, MEU FI...

— NÃO ME CHAMA DE FILHO! VOCÊS DOIS NUNCA ME DERAM ATENÇÃO, SE PREOCUPAM MAIS COM MINHAS NOTAS DO QUE COM MINHA SAÚDE E MEU BEM ESTAR, E AINDA TEM CORAGEM DE ME CHAMAR DE FILHO?? VOCÊS NEM AO MENOS SABEM DO QUE EU GOSTO, QUEM SÃO MEUS AMIGOS, MEUS SONHOS. —seus olhos, que antes brilhavam de alegria, voltaram a brilhar por causa das lágrimas que escorriam como uma torneira aberta— PEGUEM ESSA CASA, TODO SEU DINHEIRO, ESSE TEATRINHO DE MERDA E AQUELA EMPRESA E ENFIEM TUDO NO...

— Jungkook, não!

Foi a vez de Misuk se pronunciar. A mulher que se casou por ganância com o senhor Jeon nunca abriu a boca para contestar as atitudes do marido. Mas bem, quando Siwoo quebrava algum de seus vasos caros de cerâmica ela reclamava, e ganhava outro em seguida.

— Resolveu falar agora? —respondeu ofegante, seu rosto estava vermelho e molhado— Não fico surpreso que se preocupa mais com as palavras que saem da minha boca do que com o que eu sinto. Só sabe dar valor ao dinheiro, não me admiro que se casou por interesse. Vocês dois são monstros, eu tenho vergonha de ter saído de dentro de vocês.

Um tapa estalado ecoou pela sala. A mão do maior pousou sobre o rosto delicado de Jungkook, deixando o local ardendo e marcado.

— EU CANSEI DE VOCÊS, CANSEI!

O adolescente correu em direção a grande porta, mas antes, derrubou uma fileira de vasos decorativos de Misuk, que apenas arregalou os olhos. A porcelana havia se partido antes mesmo de se chocar com o chão, machucando a mão de Jeon.

🍭

A chuva molhava Jungkook, que se encontrava sentado na frente da casa do casal Kim. Seu rosto queimava em brasa, e os cortes em sua mão ardiam quando entravam em contato com a água. Estava prestes a levantar quando os faróis de um carro iluminaram a entrada.

— Jungkook? —Namjoon estacionou o carro, descendo rapidamente em seguida, assim como os outros homens que estavam no automóvel— Por que você não avisou que vinha, tá tudo bem?

— Não, —o garoto se levantou com os olhos marejados e vermelhos, abraçando o mais velho, que abraçou de volta— não tá nada bem.

Entraram na casa, e Jin foi atrás de uma toalha e roupas secas. Namjoon perguntou o que havia acontecido e Jungkook contou tudo. Yoongi e Taehyung (que entraram em um acordo) ouviam atentamente, e se olharam, confirmando que aquela história já foi ouvida antes, mas de uma maneira diferente.

— Isso não pode ficar assim, —o professor se mostrou impaciente com a situação, andando de um lado pro outro— não mesmo. Precisamos ligar pra polícia agora mesmo.

Os outros dois gelaram.

— Fazemos isso amanhã cedo, —Jin voltou para a sala, colocando suas mãos nos ombros do mais novo— preparei um banho quente pra você, se ficar muito tempo com essa roupa molhada vai acabar com hipotermia, vamos.

Levou o garoto até o banheiro, e cerca de 10 minutos depois foi em seu quarto, onde encontrou o mesmo dormindo.

— A vida não vem sendo gentil com você, pequeno. —sussurrou se aproximando da cama— As coisas vão melhorar, eu prometo.

Ajeitou o cobertor em seu corpo, e viu a marca perfeita de uma mão em seu rosto. Respirou fundo e se retirou do local, fechando a porta com cuidado.
Algumas medidas precisavam ser tomadas urgentemente.

🍭

Era cerca de 9 da manhã, quando os cinco estavam tomando café e uma batida na porta foi ouvida.
Naturalmente, Seokjin se levantou e foi abrir a mesma, já imaginando o que aconteceria em seguida.
Dois policiais entraram. Jungkook, Yoongi e Taehyung automaticamente se assustaram, mas Namjoon apenas ficou confuso, já que ninguém ali havia ligado para a emergência.

— Kim Seokjin, o senhor está sendo preso pelo assassinato de Jeon Siwoo e Jeon Misuk. —todos ficaram surpresos— Tem direito a um advogado, e tudo que dizer a partir de agora pode ser usado contra você no julgamento.

🍭

A doceria está fechada por tempo indeterminado, mas pode deixar sua estrelinha aqui que em breve voltaremos.

Sweet CandyOnde histórias criam vida. Descubra agora