Capítulo XIV - Bala de coco

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— Era só o que me faltava... —Namjoon sussurrou, já com bastante sono— Ele quer me contar uma história, é isso? —colocou a caixa de volta no guarda-roupa, indo em direção a cama se deitar— Droga, Jin, por que você não pode simplesmente me contar o que aconteceu de uma vez.

Seus olhos se fecharam, e após poucos segundos já estava dormindo.
Nunca entendeu o que Seokjin queria realmente dizer, era preciso ler nas entrelinhas, e nem sempre era possível compreender. Precisava de palavras diretas, não metáforas e contos.
Mas, amigo que empresta e cobra... Acho que ele já ouviu isso antes.

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Todos já estavam de pé e Yoongi tinha ido para a doceria auxiliar Jimin. Namjoon e Jungkook estavam de férias, então passariam o dia em casa.
O Kim teve um rápido flash de memória, e foi atrás de Taehyung. Tinha algumas perguntas a serem feitas.

— Taehyung? —o homem deixou a xícara de café sobre a mesa para ouvir o outro— Como você e Jin se conheceram?

— Na escola. —disse breve— Tinha um garoto que me provocava todos os dias, e até me batia. Em uma dessas vezes Jin me ajudou e viramos muito amigos. Depois de um tempo, nunca mais vi esse menino. Acho que ele mudou de escola.

— E quantos anos vocês tinham?

— 10, estávamos na 5° série.

— Certo, —ajeitou a postura— e você acha que o Jin pode ter feito algo pra esse garoto?

— Não sei, como disse, acho que ele se mudou. Os pais dele viviam viajando a trabalho, então, um dia ele só não apareceu mais na escola.

Namjoon respirou fundo. Era um maldito jogo, e ele não estava nada animado com isso.

— E enquanto a mim? —Jeon se juntou aos dois— Com quem vou ficar?

Aquilo era um problema. Namjoon sabia que uma hora ou outra viriam buscar o garoto, e essa era só mais uma das coisas que preocupavam o homem. Havia criado um vínculo muito forte com o adolescente, e não suportaria mais uma despedida.

— Provavelmente você vai ficar com seus avós ou tios, mas o meu desejo era da inocência do Jin ser provada e nós te adotarmos.

Jeon riu, mas não da ideia de ser adotado pelos Kim, mas sim de ficar com sua família.

— Meus avós e meu tio não podem nem chegar perto de mim, —se sentou ao lado de Taehyung— medida protetiva, tentaram me sequestrar várias vezes, desde quando eu nasci. Isso é o que meus pais —pronunciou com certo desprezo— falavam. Ás vezes me chamavam por um outro nome e diziam que queriam me proteger. Pois é, minha "família" sempre foi podre.

— Sobre isso de adoção e quem vai ficar com a guarda do menino, o Yoongi pode ajudar vocês.

— Mas Taehyung, —o mais velho suspirou— precisamos fazer isso pelos meios legais.

— Então, o Yoongi é advogado, o Jin nunca te contou isso? Apesar de não exercer, ele conhece bem as leis. —deu um bom gole no café, fazendo uma careta logo em seguida— Amargo...

Talvez fosse aquela a luz no fim do túnel que Namjoon tanto almejava. Murmurou um obrigado e saiu, decidido a falar com o rapaz. Pelo menos um de seus problemas poderia ser resolvido.
Mas, parecia esquecer de algo.
A chave.
Foi até o canteiro de flores que ficava abaixo da varanda, atrás do objeto, mas sem sucesso. Estava quase desistindo e deixando para procurar outra hora, quando seus olhos foram de encontro com um papel dobrado entre duas rosas.

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Na doceria o movimento era 0. Afinal, segunda de manhã nunca foi o dia e horário mais movimentado de lá.
Jimin se encontrava na cozinha do local, colocando alguns bolos para assar.
Já Yoongi, encostado no balcão, tentando memorizar todos aqueles nomes de doces.

— Ei, —chamou a atenção do loiro que acabará de voltar ao salão— sabe se aquele Hoseok é solteiro?

— Bem, não sei, deve ser. Mas por que a pergunta, —sorriu de lado— tá interessado?

— Só curioso mesmo. —deu de ombros— E você?

— Eu?

— Sim, é solteiro?

— Que tipo de conversa é essa?

— Não sei, só tô tentando interagir poxa.

O celular de Jimin tocou, e ele atendeu. Ao ouvir a voz trêmula de sua ex namorada, gelou. Yoongi pode perceber a tensão percorrendo por todo seu corpo. Assim que o loiro desligou a chamada, não hesitou em perguntar.

— O que aconteceu?

— Minha ex tá no hospital, e não tá nada bem. Parece que o bebê dela vai nascer agora. —passou a mão pelos fios descoloridos, olhando para os lados— Vem comigo no hospital?

— Sim mas, filho dela? Não seria seu filho também?

— É uma longa história, eu te explico quando chegarmos, vamos logo por favor.

Fecharam a doceria, e foram em direção ao hospital na moto do mais novo.
Durante todo o caminho, Jimin rezava para que ela e o bebê ficassem bem.

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