Capítulo XVIII - Bala de hortelã

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Sábado, 3 de dezembro de 2011.

O doce aroma de cupcakes de baunilha recém tirados do forno perfumavam toda a casa. Um garoto magro com cabelo exageradamente azul com uma única mecha rosa fluorescente na franja pulava em volta de um outro adolescente que terminava de cobrir o topo dos pequenos bolos com creme de avelã. Esse era Yoongi, o emo mais colorido de Daegu, o que não condizia com o perfil de seus pais. Olhar para ele era difícil às vezes, já que seu visual único (e excêntrico) podia ser bem escandaloso. Era o caso do que estava vestindo hoje.

Além do cabelo chamativo, usava várias pulseiras em um tom de neon e anéis com figuras que pareciam infantis. Uma calça preta com rasgos nos joelhos e uma camisa de sua banda de rock favorita eram as coisas mais discretas em sua vestimenta. O all star cano médio, um pé amarelo e o outro cor de rosa, e uma gargantilha preta completavam o look super-básico-pra-ir-perturbar-crente-na-porta-de-casa, como gostava de nomear seu estilo. Definitivamente, esse era Yoongi.

O outro garoto já se vestia mais simples, uma camiseta branca e uma calça rasgada na coxa, descalço e com um anel preto no dedo anelar. O cabelo loiro desbotado, mas que ainda assim continuava lindo. E esse, era Jin, o dono da casa e melhor amigo de Min Yoongi e Kim Taehyung.

E Taehyung, que estava do outro lado segurando uma guitarra orgulhoso —mesmo sem saber tocar—, usava uma bermuda jeans e camiseta preta, também descalço. E esse era o trio mais conhecido de Daegu. Talvez por causa da banda que Jin e Yoongi faziam parte, ou só pelo jeito nada comum de Yoongi. Eram grandes amigos que quase nunca se separavam.

— Porra hein Yoongi —Taehyung apoiou o instrumento em sua coxa— tá foda olhar pra você hoje, parece até que eu usei lsd.

— E tem interesse em usar? —sorriu de lado colocando a mão no bolso— Talvez eu tenha algum aqui...

— Eu não, tá doido. —ergueu a sobrancelha— De droga já basta ter que te ver assim todo dia. Falando nisso, —abaixou o tom de voz— Vocês ficaram sabendo que a Minah descobriu? —os outros dois olharam com dúvida— Ela sabe que o Yoon tá vendendo droga, ouvi ela comentando com o Minjun ontem. Ele disse que vai contar pra todo mundo e expulsar você da banda.

O Min bufou, levando a mão até um dos cupcakes, recebendo um olhar de reprovação de Jin, respondendo com uma careta.

— Malditos irmãos Kang... O que eu posso fazer, só tô dando continuidade aos negócios dos meus pais, ora. —tirou um cigarro da carteira, levando até a boca e acendendo com um isqueiro roxo transparente— Eles vão pra Seul segunda, e até voltarem a cidade inteira já vai saber disso. É, parece que eu tô ferrado agora.

— Relaxa Yoon, —Jin pegou o cigarro da mão de Yoongi, dando uma tragada, deixando a fumaça se espalhar logo em seguida— eu vou dar um jeito nisso.

— Sabe que a Minah é doidinha em você, né? —Taehyung se juntou a eles, fazendo o mesmo que Jin— Ela te olha como se você fosse o único cara vivo dessa cidade, ou melhor, do país.

Seokjin sorriu, passando a faca mergulhada no creme de avelã em sua língua.

— Eu sei, Tae. E é exatamente isso que deixa a gente na vantagem. —suspirou devolvendo o talher à mesa e virando o olhar para Yoongi, que soltava fumaça pelo nariz— Yoon, você tem bala aí?

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Segunda, 5 de dezembro de 2005.

— Pensei que você tivesse desistido.

Seokjin estava encostado em um muro. Falava com a voz meio arrastada, como se estivesse bêbado. E isso fazia Minah sentir arrepios. A garota, assim como metade da cidade, era extremamente rendida aos charmes do Kim. Suspirou em silêncio vendo que o rapaz usava uma jaqueta de couro, e como ela amava aquela maldita jaqueta.

— Eu tô aqui -riu baixinho- então, o que você queria me falar?

— Não acho que seja algo pra falar, tá mais pra fazer.

Jin se aproximou, passando a mão pelos fios loiros, fazendo com que a Kang à sua frente amaldiçoasse o mais alto por ser tão atraente fazendo qualquer movimento. O garoto segurou seu rosto delicado juntando seus lábios em um beijo suave, logo aprofundando mais.

Arrepios estranhos percorreram o corpo de Minah assim que suas línguas entraram em contato. Além do gosto doce da boca de Seokjin, ela sentiu um sabor ácido e amargo. Mas não ligou muito já que estava completamente encantada com o momento.

Sua respiração pesou um pouco, então se sentiu na obrigação de se separar. Quando finalmente abriu os olhos, pôde contemplar a imagem de um Jin com os olhos levemente fechados e a boca vermelha inchada, com um sorriso vacilando no canto da mesma. A visão do paraíso.

— Boa viagem, meu docinho.

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