Pov'Ellen.
- tô muito lascada - murmurei olhando as minha roupas bagunçadas - não tenho um vestido!
Ok! O comentário foi irônico, como se tem vestido se você não compra? Não era meu item de vestuário favorito, além de que onde usaria vestidos bonitos? O mais perto que tinha de um, era uma camisola, será que se eu fosse com ele alguém notaria?
Deixa de ser louca Ellen! A voz na minha cabeça respondeu.
- eu não posso ir de jeans, Chyler provavelmente vai estar linda.
Comecei a tirar as roupas que ainda estavam na mala e jogar no chão, não era possível que não tivesse nada, eu era um fracasso, não existia um item ali que fosse mais! Apresentável.
"Como quer vestidos, se toda vez compra macacão?"
- calada - mandei para a louca falante em minha mente - vou dar um jeito.... Eu sou bizarra... Estou falando sozinha, e ainda respondo.
No meio do caos que estava meu closet vi uma única peça, e nem era minha, mas serviria, obrigado Addison, a saia era da minha amiga, ela.me emprestou para a festa de formatura, e ficou comigo!
Peguei a bendita saia branca e vesti, escolhi uma blusa bege para combinar, tênis branco, uma bolsa no mesmo tom da blusa, como não era de usar muita maquiagem passo um pouco de lápis de olho e um batom clarinho.
Estava descendo quando meu celular começou a tocar, era Gio.
Ligação on.
- oi Eli!
- oi Gio!
- só liguei pra avisar que estamos saindo de casa, quer que te busque?
- não precisa, vou de táxi... Te encontro na lanchonete.
- tudo bem! Já te enviei o endereço.
- Certo.
Ligação off.
- posso te levar - meu pai murmurou saindo da cozinha.
- não precisa pai, vou chamar um táxi.
- Ellen! Eu não me importo, talvez assim possamos conversar um pouco.
- hum! Tá bom... Valeu.
- vou pegar as chaves.
Fiquei olhando para meus tênis abrindo e fechando meus pés enquanto esperava meu pai voltar, acho que ele realmente estava tentando ser legal.
- vamos!
- tá - abri a porta e caminhei com ele para o carro - você não se importa em estar sozinho?
- me acostumei.
- posso perguntar uma coisa? - pedi.
- pode!
- é verdade que a mamãe era sua amante? - eu não ia morrer com essa curiosidade, tá eu exagerei, mas precisava saber.
- sua irmã não falou nada?
- na verdade não, conversamos outras coisas - expliquei.
- sim! Ela era, era amiga da mãe da Chyler, nos aproximamos e me apaixonei, não foi só um lance, eu queria estar com ela, mas fui fraco, não queria ficar longe da sua irmã... Então fui prolongado, até que tive coragem...
- por que nunca me contou sobre ela?
- sua mãe queria esquecer o passado, estava tão apaixonado que achei realmente que esconder de você sua irmã era o melhor, e depois só não sabia como falar... Sou covarde.
- todos cometemos erros - murmurei.
- você já cometeu?
- uma vez fui até a sala da diretora do internato e toquei o sino vinte minutos antes do final das aulas na sexta, foi uma aposta, valendo 20 dólares, fiquei sem poder sair no final de semana - contei rindo.
- mas pegou a grana?
- claro que sim! Também já coloquei laxante na sopa que era servida toda quarta no jantar, todos tiveram dor de barriga... Foi épico - estava gargalhando - ganhei 30 pratas.
- acho que eu como seu pai não deveria saber isso - Estevão também estava rindo.
- ahh, isso já passou - dei de ombros - antes de sair do internato joguei pó de mico na roupas das freiras, 100 pratas....
- ao que parece você tem muitas histórias do internato.
- bom eu passava 350 dias do ano lá, tinha que achar algo divertido.
- outra coisa que lamento, estar sempre viajando e não estar presente.
- se vale! Você estava mais do que ela - suspirei.
- mesmo assim! Desculpa filha.
- é só me dar uma mesada maior que ta tudo bem - falei de brincadeira - tô zuando, estamos aqui agora, então tá tudo bem.
- obrigado! Podemos conversar sobre a mesada depois - ele murmurou.
- sério? Era brincadeira.
- acho que posso comprar seu amor - eu sabia que meu pai tava brincando - mas em troca tem que tomar café da manhã comigo uma vez na semana, e ir comigo ao shopping.
- combinado - meu pai estava tentando ter bons momentos comigo? Ou entendi errado?
- será que sua irmã um dia vai me perdoar?
- já tentou se desculpar? - perguntei.
- acho que não!
- tenta, se ela não aceitar, você tenta de novo... Quando amamos alguém não desistimos sem tentar.
- você está certa filha.
- quer ouvir mais histórias? - perguntei.
- sim!
- eu tenho uma amiga lá! A Addison, ela está no internato desse a morte dos pais, depois que sair eu não sei para onde vai, é bem triste, mas éramos amigas, ainda somos, falo com ela todos os dias.
- já escutei você conversando com ela.
- ela tinha medo de aprontar por que não queria ser expulsa, mas uma vez... Pegamos várias baratas e colocamos na sala de aula. Ficamos o dia todo sem aulas até os cara da dedetização chegar.
- onde arrumou as baratas?
- essa parte da história não é legal... Foi no lado de fora, eu pulei o muro.
- como conseguiu não ser expulsa?
- eu era boa em aprontar... Provavelmente herdei de você por que a mamãe é muito chata... Ou você nunca fez coisas assim?
- eu achei que sim, mas você... Sem dúvidas me superou filha.
- sou uma gênia do mal - falei em um tom divertido - eu sempre quis te contar coisas assim! Mas tinha medo... Quando ia me buscar sabe.
- sinto muito - meu pai parou o carro em frente a lanchonete - se precisar me liga que venho te buscar.
- obrigado pai! Amanhã nos vamos tomar café juntos no shopping - dei um beijo na bochecha dele.
- combinado.
📜📨
Bom dia amores!
Bom sábado!!!!
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Entre livros e sonhos
FanfictionGiacomo perdeu os pais muito cedo, sua única família foi seu padrinho Eric que o criou desde seus dez anos, lhe ensinou muito da vida, a ser um bom homem e amar os livros como seus pais. O que ele não imaginava era se apaixonar por sua melhor amiga...