Pov'Ellen.
O terraço do prédio não havia nada de diferente, era só um lugar onde ficavam partes de máquinas, mas a vista: Giacomo tinha toda a razão, era lindo de tirar o fôlego, olhei para trás e vi ele parado me olhando.
Voltei até onde estava e peguei sua mão, eu sabia que tínhamos algo a conversar, não precisei muito para entender o que significavam aquelas dedicatórias.
- faltam 12 minutos para um novo ano - murmurei.
- vou sentir falta de 2018, por que ele me permitiu te abraçar pela primeira vez, mas vou valorizar muito 2019, por que ele vai iniciar com a mais bela vista.
- da cidade!
- não! Você... Você leu? - Giacomo fez a perguntou.
- sim! O que o seu pai escreveu é lindo... - concordei.
- e o que escrevi? - ele pegou minha outra mão.
- sim! Mas eu preferiria ouvir você! - sussurrei.
- sabe que não sou bom falando - ele riu de lado.
- só estou eu aqui! E gosto de te ouvir - tentei persuadir ele.
- tá! Mas antes - Gio me levou para mais perto da sacada do prédio - quero falar que independente de tudo, de qualquer coisa, qualquer pensamento, você Ellen sempre será minha amiga, minha melhor amiga, a garota que me conhece de tantas formas.
- sabe que não sou tão boa assim em expressar sentimentos! Mas você... Ontem quando sentamos juntos no jardim.
- a meditação - ele sorriu.
- eu senti uma explosão de sentimentos, eu não sei falar de outra forma, então: eu gosto de tudo o que senti!
- Eli!
- tá tudo bem - entrelacei meus dedos aos dele.
- "você foi como um... Um ponto de equilíbrio, sabe aquela coisa que esperamos acontecer, porém não sabemos exatamente o que esperamos? Foi assim! Seu jeito "sútil" de expressar sua contrariedade a minha opinião, mas foi na primeira vez que te vi através da tela de um celular que notei o quanto você era única, o som da sua voz, seus sorrisos, caras e bocas... Viveria uma vida toda me enganando pelo simples falto de que estávamos longe - ele estava falando o que havia escrito no livro - só que foi sua culpa, você me deu o melhor presente imaginável, você me abraçou... E foi ali que percebi que não dava pra mentir mais, você é minha poesia favorita, minha inspiração diária, é como a composição mais perfeita, teu abraço me inspira a compor sonetos, todos inspirados em tua beleza; tu és minha cor favorita, minha alegria de cada manhã, não conheço o eterno, porém a cada vez que olho a profundidade dos teus olhos desejo fazer cada momento ao seu lado único, não posso te prometer um "para sempre", mas te prometo ser exatamente o que Vinícius de Moraes falou "eterno enquanto dure"...
- "posto que é chama" - era uma das minhas frases favoritas graças a Giacomo que já leu tanto, Vinícius de Moraes era um autor brasileiro, quando Gio me falou sobre ele passei algumas noites lendo seus sonetos.
- sim! - ele concordou - acho que vou beijar minha melhor amiga.
Meu coração estava tão acelerado que era doloroso, aquele era literalmente meu primeiro beijo, eu não sabia como seria, se era realmente isso que desejava, só sabia que meus sonhos noturnos e diurnos eram com isso.
- acho que ela quer isso! - sussurrei.O garoto dos livros, meu melhor amigo; se aproximou devagar, me fez lembrar de um dos filmes que assistimos juntos, onde o cara toca suavemente o rosto da garota, e parece ter uma eternidade naquele segundo, foi assim, ele tocou meu rosto o acariciando com os dedos, nossos narizes estavam unidos, sentia a respiração dele tão intensa quanto a minha, foram poucos segundos que se eternizaram até nossos lábios se tocarem, o beijo foi suave, um pequeno toque, suave, leve como se uma pluma tocasse a pele, mas o sentimento era oposto, era intenso e avassalador, coração trepidando no peito, as mãos suando, enquanto nossas bocas se descobriam.
Claro que não tinha outros beijos para comparar, mas eu não imaginava como um beijo pudesse ser melhor.
Ouvi os fogos de artifício estourarem, era um novo ano.
- feliz ano novo Eli - Gio murmurou ainda com seus lábios muito perto dos meus.
- feliz ano novo Gio! - ficamos alguns segundos assim, até estar respirando normalmente.
- melhor descer, eles vão nos procurar.
- eu sei - abri meus olhos e encontrei os dele brilhando.
- sonhei muito com esse momento.
- eu também! - murmurei.
- vamos descer - Giacomo me deu um selinho então pegou minha mão para descermos até o salão de festa.
📜📨
- onde estavam? - Chyler perguntou quando nos viu parar perto deles.
- levei Ellen para conhecer a melhor vista de toda Gale - Giacomo se adiantou na explicação - feliz ano novo pai - ele abraçou Eric.
- feliz ano novo filho.
Depois das felicitações de todos fomos aproveitar a noite, não falamos sobre o beijo, dançamos, rimos, cantamos, bebemos ponche sem álcool.
Foi uma das melhores noites que tive, quando chegamos em casa, Eric e Chyler foram para o quarto e Giacomo me acompanhou até o que estava dormindo.
- boa noite Eli - ele sorriu.
- boa noite garoto dos livros - dei um selinho nele, vi que ele não esperava por isso - eu adorei nossa noite, e o terraço.
- eu também... até daqui a pouco - foi a vez dele de me dar um selinho, um pouco mais demorando.
- até! - concordei entrando no quarto e fechando a porta.
📜📨
Acordei com uma sensação estranha, como se a noite passada tivesse sido um sonho, mas ao ver onde estava percebi que foi real, sentei na cama e tentei meditar só por cinco minutos, para seguir bem o dia.
Após meu momento levantei e me preparei para o café, já eram quase onze da manhã, não sabia se Gio já havia acordado, desci as escadas devagar e ouvi uma voz familiar, parei e voltei.
- onde está minha filha? - Laura perguntava com raiva.
- senhora! - Giacomo falou calmo - já falei ela está dormindo.
- exijo que chame ela agora.... Vim levar ela pra casa.
- ela não vai sair daqui sem a autorização do pai.
- o pai dela não manda em nada, eu sou a mãe dela, a guarda é minha.
- o que aconteceu? - ouvi a voz de Chyler.
- ah que maravilha - ouvi toda a ironia na voz de Laura - onde está Ellen? Mande ela descer agora, nos vamos embora.
Voltei para o quarto e enfiei minhas coisas na mochila que havia trago, peguei uma muda de roupa, minha carteira onde estava meus documentos e meu dinheiro, peguei me celular e fui para o quarto de Giacomo, desci pela escada que havia na sacada, não iria com Laura a lugar algum.
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Oii amorecos!!!! Clichê atualizado com sucesso!!!
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Entre livros e sonhos
FanfictionGiacomo perdeu os pais muito cedo, sua única família foi seu padrinho Eric que o criou desde seus dez anos, lhe ensinou muito da vida, a ser um bom homem e amar os livros como seus pais. O que ele não imaginava era se apaixonar por sua melhor amiga...